![]() 09/05/2025 19h13
"Consciente e inconsciente" ( livre-árbitro )
"O meu inconsciente nasceu através do meu consciente"
No começo, era o meu consciente (aquilo que eu percebia, vivia, decidia) que atuava e, a partir dessas experiências, formou-se o meu inconsciente >< com memórias, traumas, desejos reprimidos, aprendizados automáticos etc. Isso faz sentido e está de acordo, por exemplo, com Freud, que via o inconsciente como resultado de processos mentais que, por serem incômodos ou inaceitáveis, foram “empurrados” para fora da consciência.
"Agora meu consciente é guiado pelo inconsciente"
Essa segunda parte completa o ciclo: o que antes era gerado pela consciência, agora passa a influenciá-la profundamente. Ou seja, meus pensamentos, escolhas e comportamentos atuais são moldados por padrões inconscientes. Isso também está em total sintonia com a psicanálise: o inconsciente molda grande parte do que pensamos e fazemos, mesmo quando achamos que estamos agindo racionalmente.....
"Então eu precisei de consciência para formar o inconsciente. Depois dele formado, passa a controlar minha consciência."
Isso pode ser lido como um ciclo dinâmico: a consciência gera material que é “empilhado” no inconsciente, e esse inconsciente, uma vez formado, passa a influenciar e até dirigir a consciência. É uma via de mão dupla. Freud, Jung, Lacan e até neurocientistas modernos...... reconhecem essa interação constante entre o consciente e o inconsciente.
Resumo:
Sim, você precisa da consciência para gerar o inconsciente (via experiências, repressões, hábitos). Mas, com o tempo, o inconsciente se torna a base que molda as decisões conscientes >< como se fosse o “sistema operacional” que roda por trás da tela.
O inconsciente coletivo tem domínio sobre nós?
Sim, segundo Carl Gustav Jung, o inconsciente coletivo é uma camada da psique mais profunda que não vem das experiências individuais, mas é herdada da humanidade como espécie. Ele é composto por arquétipos universais >< formas primordiais que se manifestam em mitos, religiões, sonhos, símbolos e comportamentos humanos.
Esses arquétipos estão sempre ativos, influenciando a forma como sentimos, pensamos, reagimos e até como formamos culturas. Por exemplo:
A figura da mãe, Herói, sábio, a sombra, o inimigo etc....
Os pilares: sexualidade, economia, religião, sobrevivência, superstição >< são expressões do inconsciente coletivo?
Sim, você pode entender esses pilares como manifestações de arquétipos centrais que atuam tanto na psique individual quanto na sociedade. Vamos explorar cada um deles:
Pilar da sexualidade >
Relaciona-se ao arquétipo da vida e criação, mas também ao desejo, pulsão (Eros, em Freud), à dualidade anima/animus (em Jung). A forma como a sociedade molda o sexo (repressão, libertação, moral) reflete o conflito entre o instinto e o controle cultural.
Pilar econômico >
Vinculado à sobrevivência, posse, escassez e troca. Aqui entra o arquétipo do “provedor”, da “luta pela sobrevivência”, e também símbolos coletivos como “dinheiro”, “trabalho” ou “poder”. Esses moldam profundamente nossa identidade.
Pilar da religião >
Conectado diretamente ao arquétipo do Divino, do Pai, da Ordem Cósmica. As religiões são expressões estruturadas desses conteúdos inconscientes, fornecendo sentido, moralidade e propósito. Elas organizam o caos arquetípico em doutrinas e rituais.
Pilar da sobrevivência >
Está na base de todos os outros. Relaciona-se com os instintos mais primitivos, o “reptiliano” da neurociência, e ao arquétipo do “guerreiro”, do “instinto de vida” (Eros) e “instinto de morte” (Thanatos, em Freud).
Pilar da superstição >
Vem do medo do desconhecido, da tentativa de controlar o incontrolável >< ligado ao arquétipo do “místico”, do “sagrado”, do “caos”, e às forças invisíveis que influenciam a vida. É uma tentativa de dialogar com o mistério.
Esses pilares comandam a consciência?
Sim >< eles moldam valores, crenças, decisões, sentimentos e percepções. A consciência acredita estar no controle, mas na verdade muitas de nossas escolhas já foram influenciadas por esses pilares arquetípicos, que vêm tanto do inconsciente pessoal quanto do coletivo....
Por exemplo:
Você pode conscientemente escolher um emprego, mas por trás disso há o medo da escassez (pilar econômico) ou o desejo de aceitação social.
Você pode se apaixonar, mas é o arquétipo da anima/animus que está atuando, projetado no outro.
Resumo
Você está propondo uma estrutura simbólica da psique, onde pilares como sexualidade, religião, economia superstição etc. são expressões do inconsciente coletivo, que atua de forma oculta, mas dominante, na formação da consciência. Isso está totalmente alinhado com a visão junguiana: somos mais movidos pelo que não vemos do que pelo que achamos que controlamos.
existe livre-arbítrio mesmo que sejamos tão influenciados pelo inconsciente coletivo, pelo inconsciente pessoal e por esses pilares estruturais?
A resposta mais honesta é: depende da perspectiva filosófica ou psicológica que você adota. Três maneiras de pensar isso:
>< Perspectiva psicanalítica (Freud e Jung)
Freud diria que nosso "eu" (ego) está em constante conflito com o inconsciente (id e superego). O livre-arbítrio é limitado, porque muitas decisões são tomadas sob influência de pulsões inconscientes. Só ao trazer essas forças à consciência (por meio da análise) é que podemos começar a ter algum grau de liberdade.
Jung, por outro lado, acreditava que nos tornamos livres à medida que integramos os conteúdos inconscientes >< especialmente os arquétipos e a sombra. A individuação (processo de tornar-se quem você é) é o caminho para o verdadeiro livre-arbítrio. Sem consciência dos nossos condicionamentos arquetípicos, somos marionetes deles.....
>
Deterministas (como Spinoza, Schopenhauer e parte do materialismo moderno): dizem que não há livre-arbítrio. Tudo é consequência de causas anteriores: biológicas, sociais, inconscientes.
Existencialistas (como Sartre): afirmam que a liberdade existe sempre, mas ela é angustiante. Somos livres mesmo diante de todas as influências >< e isso nos coloca a responsabilidade de escolher e agir, mesmo sem garantias.
Nietzsche já dizia: "O homem é algo que deve ser superado". Ou seja, a liberdade não é algo que temos naturalmente, mas que precisamos conquistar através do autoconhecimento e da superação dos instintos, costumes e ilusões coletivas.
>< Caminho do meio: liberdade relativa
Uma visão mais equilibrada diria que:
Não somos absolutamente livres, porque somos moldados por cultura, genética, inconsciente, traumas, sociedade.
Mas também não somos totalmente determinados: ao tomar consciência dessas forças, ganhamos margem de escolha.
O livre-arbítrio existe, mas só na medida em que nos tornamos conscientes das estruturas que nos movem.
Moral pessoal >< em construção consciente, acolho o paradoxo, o inacabado, o múltiplo. É uma moral de quem não quer dominar a verdade, mas caminhar com ela em constante transformação dinâmica....
>-Tudo o que existe tem algo a ensinar. Nada é inteiramente descartável, mesmo o erro, a dor ou a sombra. Cada teoria, crença, símbolo ou comportamento contém fragmentos de verdade, pois tudo é expressão de uma mesma realidade interligada...
->A consciência nasce da relação com o inconsciente. Não há escolha autêntica sem reconhecer as forças inconscientes que nos habitam >< pessoais ou coletivas. Ser livre é tornar-se lúcido dessas influências, sem negá-las, mas convivendo com elas com atenção e humildade.
-> Não existe verdade absoluta, apenas níveis de coerência. Cada visão do mundo é uma lente, e toda lente mostra e esconde algo. Não há um "certo" ou "errado" universal. O que existe é um movimento constante entre opostos, buscando equilíbrio interno e sentido vivido.
-> O valor está na experiência, não na rigidez. Mais importante do que obedecer a mandamentos ou padrões fixos é viver com presença e aprender com cada instante. A moral nasce do contato vivo com o presente, e não de regras herdadas.
-> A espiritualidade é uma forma de reconhecer a unidade. Religião, superstição, filosofia, arte >< tudo é linguagem para expressar o mistério que está por trás da existência. O sagrado não está numa forma, mas na consciência que percebe a interconexão de tudo.
-> A liberdade é um processo, não um ponto de partida. Não nascemos livres >< nos tornamos. Toda escolha real exige antes olhar para o que nos molda: cultura, medo, desejo, arquétipos, instintos. A moral está em como lidamos com esse processo, não no resultado final.
Assuntos pesquisados estudos permanecem..............................
Elixandra cardoso......
Publicado por Elixandra ( costura pensamento) em 09/05/2025 às 19h13
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |