Elixandra cardoso, costura pensamento

"Tecendo silêncios e sentidos entre fios e pensamentos"

Meu Diário
17/05/2025 16h06
“VIVER OU ESPERAR?”.... toque nietzschiano

“Entre o Céu e o Instinto”

 

“O Corpo como Culpa”

 

“Viver ou Esperar?”

 

“O Pecado de Ser Humano”

 

À luz da filosofia de Friedrich Nietzsche.

 

“Porque enquanto se espera o céu, a vida vai escorrendo por entre os dedos…”

 

Para Nietzsche, esse é o grande problema da moral religiosa tradicional: ela faz com que o ser humano postergue a vida. Em vez de viver intensamente o presente, com seus prazeres, dores e desejos, as pessoas são ensinadas a viver esperando uma recompensa futura / o céu. É como se a vida agora fosse só um teste, uma preparação para algo melhor depois da morte.

 

>< Nietzsche dizia: essa espera é uma forma de negar a vida / e negar a vida, para ele, é a pior forma de decadência.

 

“Os desejos são reprimidos. O corpo, culpado.”

 

Aqui Nietzsche critica o modo como a tradição cristã (e outras religiões também) tratam o corpo e os instintos. Em vez de ver o desejo como algo natural, a religião muitas vezes o pinta como pecado. O prazer vira culpa. O corpo vira inimigo. Mas Nietzsche defendia exatamente o oposto: o corpo é a expressão da vida, e negar seus impulsos é negar o que somos de mais autêntico.

 

>< Ele dizia: “O corpo é uma grande razão. Há mais razão no seu corpo do que na sua melhor sabedoria.” (Assim Falou Zaratustra)

 

“A dúvida, pecado. Viver com intensidade, suspeito.”

 

A religião dogmática prega certezas absolutas. Dúvida é vista como fraqueza ou traição à fé. Mas Nietzsche valorizava a dúvida, o pensamento livre, a coragem de questionar. Para ele, o verdadeiro ser humano é aquele que se arrisca, se aventura, mesmo sem garantias. Viver intensamente é, na visão dele, um ato de coragem / não um desvio.

 

“O que é pulsante, vital, instintivo / tudo isso é rotulado como desvio.”

 

Aqui Nietzsche apontaria o problema central: tudo o que é natural, espontâneo, vital no ser humano é considerado perigoso, errado ou pecaminoso por certos sistemas religiosos. Isso leva ao que ele chama de niilismo: a perda de sentido, a negação da vida real em nome de um “deus” ou de uma “verdade” que não se pode tocar.

 

“Como se ser plenamente humano fosse uma falha.”

 

Essa frase ressoa com o que Nietzsche mais combateu: a ideia de que o ser humano precisa se encolher, se negar, se castigar para ser digno de algo maior. Ele acreditava que o ser humano deve ser afirmado, com toda sua força, contradição e intensidade. Ele propõe o ideal do "além-do-homem" (Übermensch): alguém que cria seus próprios valores, que assume seus desejos, que vive com potência / sem medo de ser quem é.

 

Resumindo:

 

Nietzsche acreditava que o medo de viver intensamente vem da moral religiosa que ensinou a ter vergonha dos instintos, medo do prazer, e culpa pelo desejo. Ele não queria destruir a espiritualidade, mas libertar o ser humano da prisão de um céu que exige negar a terra.....

 

Nietzsche não defendia um viver desenfreado, caótico ou irresponsável. Ele não era um defensor da “libertinagem” no sentido vulgar da palavra. A ideia de “viver intensamente” para ele não era se entregar a qualquer impulso sem consciência, mas afirmar a vida com lucidez, coragem e responsabilidade criativa.......

 

Nietzsche e os instintos: não repressão, mas transfiguração

 

Nietzsche reconhecia que os instintos fazem parte da nossa natureza / não devem ser negados, mas transformados. Ele via o ser humano como um artista de si mesmo: alguém capaz de pegar esses impulsos brutos e dar a eles uma forma elevada, criativa, significativa. Isso exige força interior, consciência e vontade.

 

>< Ele dizia que o ideal é sublimar os instintos, não suprimi-los nem se perder neles.

 

Por isso, o caminho nietzschiano não é repressão, nem entrega cega ao prazer. É uma espécie de educação da alma, em que se aprende a viver com profundidade, assumindo a própria natureza, mas criando a partir dela algo grandioso.

 

A vontade de potência, não de caos

 

A ideia central de Nietzsche é a vontade de potência / uma força criadora, que busca expansão, superação, não dominação de outros, mas domínio de si. Viver intensamente, para ele, é viver com plenitude e criatividade, e isso não é o mesmo que fazer tudo o que se quer, na hora que se quer.

 

>< Viver como obra de arte / eis o ideal nietzschiano.

 

Perigo da entrega cega

 

Nietzsche via com desconfiança tanto a repressão rígida quanto a entrega cega aos impulsos. Em ambos os casos, o indivíduo não está no controle / ou é controlado pela culpa, ou pelos desejos. Em ambos, falta consciência.

 

Conclusão

 

Nietzsche queria que o ser humano assumisse sua natureza, seus desejos, sua intensidade / mas com força, com forma, com criação. Não viver como animal irracional, mas como espírito livre que dá sentido à própria existência. É uma ética da autonomia, não do descontrole........

 

Moral pessoal: caminhando entre a filosofia e o autoconhecimento.....

 

Tenho caminhado por entre ideias, silêncios e inquietações. Em meio às imposições externas do que é certo ou errado, fui percebendo que a verdadeira moral talvez não esteja escrita em pedra, mas sim esboçada dentro de mim / em constante revisão. A filosofia me ofereceu perguntas. O autoconhecimento, espelhos. E entre uma reflexão e outra, comecei a entender que viver não é seguir um roteiro moral pronto, mas construir / com responsabilidade e consciência / uma ética própria, que respeite o que pulsa em mim. Não se trata de justificar impulsos, mas de acolhê-los, entendê-los, e transformar o viver em ato consciente. Estou aprendendo, enfim, que a moral pessoal não é negação da vida, mas escuta atenta do que ela tem a dizer.

 

Assunto em pesquisa sem conclusão...

 

É isso


Publicado por Elixandra ( costura pensamento) em 17/05/2025 às 16h06
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