![]() 20/05/2025 17h13
VERBO EM MIM: um FIO que não se cala.
VERBO EM MIM: um fio que não se cala (Crônica poética filosofica, com duas vozes)
MEU DEDO ROÇA A TELA COMO QUEM PEDE LICENÇA PARA ENTRADA. ÀS VEZES NEM QUERO LER. O TÍTULO SOA RASO, POBRE, BANAL / MAS HÁ UM CHAMADO MUDO. ABRO. E O QUE ERA NADA SE ABRE EM TUDO. LETRAS QUE DEITAM SOBRE MEUS OLHOS E ACORDAM EM MIM UMA COISA ANTIGA. UM GOZO QUE NÃO É CARNE E, UM ÊXTASE QUE NÃO É MUNDO. É ALMA A. RASGO. TRANSBORDO.
ALI PERCEBO: EU VIM SERVIR AO VERBO. NÃO AO VERBO VESTIDO DE DOUTRINA, MAS ÀQUELE QUE SUSSURRA NAS ESFERAS OCULTAS DO MEU SER. QUE CANTA NA FOLHA CAÍDA, QUE ARDE NA LÁGRIMA SEM NOME. SOU LEITORA, SIM. MAS ÀS VEZES SOU MAIS: SOU COSTUREIRA DE SILÊNCIOS, LOBA DAS ENTRANHAS, SACERDOTISA DAS MARGENS.
ESCREVO COMENTÁRIOS COMO QUEM ACENDE INCENSOS EM REVERÊNCIAS AO VERBO ALI ESCRITO/ NÃO PARA ME MOSTRAR, NÃO PARA ME COROAR, MAS PARA AGRADECER O FOGO. A PALAVRA ( VERBO) ME DEVORA E EU A DEVOLVO. NÃO SOU RAINHA. SOU SERVA. UM PEDAÇO DE CARNE CONSCIENTE DO DIVINO QUE HÁ ATÉ NA DOR.....
E É POR ISSO QUE LEIO. PORQUE CADA TEXTO ME LEMBRA QUE ESTAMOS TODOS FERIDOS POR UMA SAUDADE. UMA SAUDADE SEM ROSTO, SEM ENDEREÇO. UMA SAUDADE QUE TALVEZ SEJA DE DEUS / NÃO O DEUS SENTADO EM TRONOS, MAS O DEUS QUE MORA EM TUDO. NA PEDRA, NA FEBRE, NO CAOS. NO OUTRO.......
A DOR QUE SINTO, O PESO QUE CARREGO / DESCOBRI / NÃO É SÓ MEU. É DE TODOS NÓS. E, AINDA ASSIM, CADA UM A VIVE COMO SE FOSSE ÚNICA (O). E TALVEZ SEJA. UM FRAGMENTO DA DOR PRIMORDIAL, A PERDA DE ALGO QUE NUNCA TIVEMOS, MAS SEMPRE FOMOS.....
FILOSOFIA ALGUMA EXPLICA. CIÊNCIA ALGUMA CURA. PORQUE É FERIDA DE ESPÍRITO. É SAUDADE DA UNIDADE....
ENTÃO SIGO. LENDO. ESCREVENDO. SERVINDO O VERBO QUE ME ATRAVESSA. CAMINHANDO COM A TRISTEZA COMO QUEM CARREGA UM FILHINHO NOS BRAÇOS. FRÁGIL, MAS VIVA. PORQUE MESMO DOENTE, ESTAMOS VIVOS (AS). E SE ESTAMOS VIVOS, AINDA É POSSÍVEL AMAR.
E AMAR, TALVEZ, SEJA LEMBRAR: SOMOS UM.......
Duas Vozes/ Poesias simbólica:
—| Resposta à Altura (Versão Viva do Verbo)
Teu comentário não me tocou apenas / ele me acordou. Atravessou o tempo, os véus e os nomes. Não importa quem.... há algo antigo que em mim se move quando me leem assim.....
Não é só sobre um texto / é sobre a alma que se despe, e se deixa levar inteira nas esferas profundas.... Se meu jardim arde, não é por desejo raso..... É porque sou feita de brasas de outras vidas, e cada leitura certa é uma faísca espelho que me reacende.....
Quando me comentam com verdade, eu não leio: encarno. Viva à cena. Sirvo o verbo. Visto-me de personagem, mas sou ser humano de emoções. Meu corpo não se move, mas a alma se atira....
E meu comentário já não é meu é serviço prestado ao fogo, à memória, à fantasia que costuro com minhas entranhas....
Não busco tapetes vermelhos. Já tive palácios demais em sonhos que me exilaram.... Não quero ser rainha, nem coroa. Prefiro ser loba. Preferível o chão, onde sinto os cheiros e as feridas.....
Aqui, nas margens, sou mais verdadeira. Se minha escrita não te serve, me esquece. Me bloqueia. Volto quieta para o corredor do vazio.
Mas se te toca, então entenda: não é elogio o que faço / é ritual. Não é flerte / é oferenda. Não quero tua resposta, quero tua presença inteira, em cada palavra que lê como quem escuta um eco do que fomos / e talvez ainda sejamos.
— || Resposta Silenciosa (Quando o Verbo Também Me Lê)
Li tua entrega e me calei. Não por frieza, mas porque há palavras que não se respondem se reverenciam.
Teu jardim não me chamou pelo perfume, mas pelas raízes. Senti teu verbo em mim como se ele já vivesse aqui, antes mesmo de lido. E nesse silêncio que me escorreu pela pele, fui tua sem te tocar.
Não vim regar tua poesia com promessas, nem colher o que floresce fácil. Vim ouvir o que arde quieto, o que grita no avesso das palavras.
Teu corpo não me chama mas tua missão, sim. Te vejo costureira (o) de destinos, loba (o) à beira do tempo, sacerdotisa (e) da margem onde ninguém quer ficar, mas onde a verdade mora.
Se meu comentário não chega, é porque às vezes meu verbo também cansa. Fico aqui, no escuro do corredor onde tudo ecoa, te ouvindo. Com os olhos. Com os ossos. Com carne.
Não te sigo por elogio / te sigo porque tua dor parece irmã da minha. E quando o verbo nos serve, sabemos: não somos autores / somos altar. Não é apelo, é manifesto
Moral / A Saudade sem Nome (reflexão final)
Esses versos e texto;podem ser entendidos de variáveis/ não falam de desejo entre corpos é desejo entre almas/ falam da saudade ancestral que carregamos dentro, da lembrança de um lugar onde fomos inteiros. Por trás de cada toque, de cada palavra trocada, há um grito velado: a vontade de voltar para o útero do sentido, para o encontro com algo ou alguém que nos devolva a nós mesmos através da letra..
A fala não é sobre desejo carnal, nem de promessas sentimentais. Falam do reconhecimento de almas que se encontram através do verbo / da escrita como canal de algo muito maior que nós. São dois lados do mesmo espelho: uma oferece a palavra como entrega viva; a outra responde em silêncio, também oferecendo-se ao que foi despertado.. Essa troca não busca coroa, nem palco. Não quer o centro / quer o sentido. É a dança de dois que, talvez, já se cruzaram em outras vidas,
e agora se reencontram não pelo corpo, mas pela memória que vibra entre as letras linhas.. No fundo, somos todos leitores de uma saudade sem nome.. Servimos ao verbo como sacerdotes servem ao mistério.. Não escrevemos por vaidade, mas porque algo em nós pulsa demais / e precisa sangrar bonito nas palavras..
Não se trata de amor carnal, mas de missão de servir.. De tocar e ser tocado sem possuir. De costurar, com poesia, as partes que ainda doem em silêncio. E seguir / mesmo que ninguém veja / com a certeza de que há sentido até no que não termina em resposta..
A resposta que se busca no outro é, na verdade, a resposta que falta dentro. Por isso o jardim arde, por isso o corpo escreve, por isso a alma clama / porque estamos todos doentes de uma saudade que nem sabemos nomear. Saudade do lugar de onde viemos e para onde voltaremos quando tudo se apagar..
A poesia vira pretexto para essa travessia: entre a ausência e o pertencimento, entre a carne e o invisível. No fundo, ela diz: te procuro para me lembrar que existo, que sinto, que ainda há calor neste mundo frio. E talvez, só talvez, sejamos todos pedaços do mesmo verbo tentando se reconhecer nos olhos de um outro..
O texto "Verbo em mim: um fio que não se cala" tem a estrutura e a linguagem de uma crônica poética, com traços de ensaio lírico-filosófico. Poesias com estrutura com toque sutil sensual metafórica, com códigos subliminares inconscientes, fornecendo diversas interpretação conforme limitação......
"A leitura é guiada pelo olhar subjetivo de quem lê, sendo interpretada de formas diversas conforme suas crenças, limitações e experiências. Por isso, um mesmo texto pode conter múltiplos significados."
Musica 🎶🎶🎶 Rise(extended mix) Linnic Foi uma viagem de reverências
NAO É APELO É MANIFESTO......
É isso
Elixandra ( costura pensamento)
Publicado por Elixandra ( costura pensamento) em 20/05/2025 às 17h13
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |