Elixandra cardoso, costura pensamento

"Tecendo silêncios e sentidos entre fios e pensamentos"

Meu Diário
30/05/2025 18h50
“Silêncios que se Movem” ( humano no escuro)

Formigas no inverno 

 

As formigas correm no inverno

para comer no verão /

como se o tempo andasse ao contrário,

como se o frio ensinasse a fome

antes que ela chegasse.

 

Elas não questionam o ciclo,

não duvidam do depois.

Seguem, em fila,

como se a certeza fosse instinto,

e a esperança, trabalho.

 

Enquanto o mundo dorme,

elas planejam calor.

Enquanto o nada parece reinar,

há movimento,

mínimo, silencioso,

cheio de intenção.

 

Talvez sejamos como elas,

correndo no escuro

para colher o que ainda

nem nasceu.

 

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Quando o Sol se Esconde

 

Quando o sol se esconde,

não é só a luz que parte /

é o mundo que silencia,

e o nada,

pacientemente,

toma seu lugar.

 

Não grita,

não pesa,

não exige.

O nada apenas é.

Como um campo aberto

antes da primeira semente.

 

É ausência,

mas também promessa.

É o fim de um som

e o começo de uma escuta.

 

Porque quando tudo escurece,

não é a escuridão que vence /

é o espaço que se abre

para aquilo que ainda

não tem nome.

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Anoitecer na Varanda

 

Ali na varanda 

o anoitecer apontava 

sinal de escuridão.

O vazio se estalou,

onde o nada era,

talvez um vácuo,

fé, ilusão.

 

Observei a sombra da rede 

mas não era sombra da rede.

Era um buraco escuro no peito,

era presença,

acolhendo o inevitável.

 

Era o nada

onde tudo nasce

de sentido.

 

Instragan @elixandracardoso 

 


Publicado por Elixandra ( costura pensamento) em 30/05/2025 às 18h50
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