![]() 30/05/2025 18h50
“Silêncios que se Movem” ( humano no escuro)
Formigas no inverno
As formigas correm no inverno para comer no verão / como se o tempo andasse ao contrário, como se o frio ensinasse a fome antes que ela chegasse.
Elas não questionam o ciclo, não duvidam do depois. Seguem, em fila, como se a certeza fosse instinto, e a esperança, trabalho.
Enquanto o mundo dorme, elas planejam calor. Enquanto o nada parece reinar, há movimento, mínimo, silencioso, cheio de intenção.
Talvez sejamos como elas, correndo no escuro para colher o que ainda nem nasceu.
****************************************** Quando o Sol se Esconde
Quando o sol se esconde, não é só a luz que parte / é o mundo que silencia, e o nada, pacientemente, toma seu lugar.
Não grita, não pesa, não exige. O nada apenas é. Como um campo aberto antes da primeira semente.
É ausência, mas também promessa. É o fim de um som e o começo de uma escuta.
Porque quando tudo escurece, não é a escuridão que vence / é o espaço que se abre para aquilo que ainda não tem nome. ________________________________________
Anoitecer na Varanda
Ali na varanda o anoitecer apontava sinal de escuridão. O vazio se estalou, onde o nada era, talvez um vácuo, fé, ilusão.
Observei a sombra da rede mas não era sombra da rede. Era um buraco escuro no peito, era presença, acolhendo o inevitável.
Era o nada onde tudo nasce de sentido.
Instragan @elixandracardoso
Publicado por Elixandra ( costura pensamento) em 30/05/2025 às 18h50
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |