Elixandra cardoso, costura pensamento

"Tecendo silêncios e sentidos entre fios e pensamentos"

Meu Diário
11/06/2025 13h31
Introdução: Da Filosofia Medieval à Moderna / René Descartes / Maquiavel e outros filósofos

A transição da filosofia medieval para a moderna marca uma profunda mudança na forma como o ser humano compreende a si mesmo, o mundo e o conhecimento. Enquanto a filosofia medieval era fortemente ligada à teologia cristã e buscava conciliar fé e razão / com pensadores como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino /, a filosofia moderna inicia um movimento de ruptura, valorizando mais a razão autônoma e a investigação crítica.

 

No fim da Idade Média, com o Renascimento, o surgimento da ciência moderna e as transformações culturais e sociais da Europa, cresce o questionamento das autoridades tradicionais, incluindo a Igreja. Filósofos modernos como Descartes, Locke, Hobbes e Kant inauguram uma nova era centrada no sujeito pensante, na razão como fonte de certeza e na busca por fundamentos seguros para o conhecimento e a moral.

 

Esse movimento de transição foi fortemente impulsionado pelo Humanismo Renascentista, que resgatou os valores da Antiguidade clássica e colocou o ser humano / sua dignidade, liberdade e capacidade racional / no centro das reflexões. O humanismo promoveu uma visão mais otimista da natureza humana e contribuiu decisivamente para o nascimento da filosofia moderna, ao enfatizar a autonomia do pensamento e a valorização da experiência humana no mundo terreno.

 

Nesse contexto de transição, destaca-se Maquiavel (1469–1527), autor de O Príncipe, cuja obra inaugura uma nova forma de pensar a política. Diferente da tradição medieval, que subordinava o poder político à moral cristã, Maquiavel analisou o poder de forma realista e autônoma, com base na experiência e na natureza humana. Por isso, ele é considerado um precursor da filosofia moderna, especialmente no campo da ciência política.

 

A partir desse solo fértil, surge o Iluminismo, no século XVIII, como um desdobramento da razão moderna. O Iluminismo leva adiante os ideais racionais e humanistas, defendendo a liberdade de pensamento, o progresso científico, os direitos individuais e a separação entre Igreja e Estado. É nesse momento que a razão atinge seu auge como guia da vida social, política e moral, moldando os fundamentos das sociedades modernas.

 

Com o avanço da ciência moderna, especialmente após Galileu e Newton, a filosofia passa a buscar fundamentos sólidos para o conhecimento. É nesse contexto que nasce o Racionalismo, com pensadores como René Descartes, que afirma que a razão é a principal fonte do saber seguro. Sua célebre frase “Penso, logo existo” inaugura a centralidade do sujeito pensante na filosofia moderna. Em oposição ao racionalismo, surge o Empirismo, representado por filósofos como Locke e Hume, que sustentam que todo conhecimento vem da experiência sensível.

 

Essa tensão entre razão e experiência será retomada por Immanuel Kant, que tenta conciliá-las em sua filosofia crítica. Com Kant, já entramos no período do Iluminismo, um movimento filosófico do século XVIII que valoriza a razão, a liberdade, o progresso e a autonomia do indivíduo. Filósofos iluministas como Rousseau, Voltaire e Montesquieu questionam as bases do absolutismo, da intolerância religiosa e da ignorância, propondo uma nova organização da sociedade baseada na liberdade e na razão.

 

O pensamento de Kant abre as portas para o Idealismo Alemão, desenvolvido por Fichte, Schelling e especialmente Hegel, que busca compreender a realidade como expressão da razão em processo. Em Hegel, a razão não está apenas no indivíduo, mas se manifesta na história, na cultura e no espírito humano em constante desenvolvimento.

 


Publicado por Elixandra(costura pensamento filosófico) em 11/06/2025 às 13h31
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