![]() 30/06/2025 11h44
CAPITULOS /Mais uma saga na varanda ao anoitecer ( Crônica livreto poético filosofico)
A lua já me pressentiu com seus cumprimentos, como se dissesse: “Lembra-te, estou aqui desde que o mundo é mundo.”
Ao fundo, uma música chiando, lembrança antiga, e o sabor da canjica era meu prato da noite......
A música torou, a canjica suou, e o pensamento... viajou.
No embalo quente da noite simples, as ideias se misturaram como milho no leite, como o vapor que sobe da panela e toca o céu.
Então, percebi: O mundo gira, as estações mudam, mas é o homem quem dá sentido às coisas. Não é a lua, nem a canjica, nem a música / é o olhar que pousa sobre elas que lhes dá medida.
Ali, com a colher ainda na mão e o som chiando baixinho, senti o peso leve de uma certeza: “O homem é a medida de todas as coisas.” E nesse instante...... “Penso, logo existo.” _______________________________________
Capítulo: O Cântico do Anoitecer
Mais um capítulo da saga do anoitecer / ainda nos encantos de uma nova canção e o cheiro de cera queimada / me embalo na rede, entre sombras e suspiros.
Deixo-me levar nesse cenário cônico, onde o tempo se dobra em si mesmo. E, enquanto balanço, perguntas me penetram. Perguntas que talvez não tenham resposta…... ou talvez nem precisem.
A lua / velha cúmplice / sussurra: “Estou aqui desde que o mundo se formou…... e ainda estou.”
Ah, malvadas perguntas... Como entender o desejo que vibra em mim, e o desejo que habita o outro?
________________________________________
Capítulo: Fumaça e Ecos
No modo repetição da mesma canção, o pensamento vira…... Talvez seja como essa fumaça da cera queimada / sobe, gira no ar, e se encaminha para um estado que desconheço.
Há coisas que evaporam diante dos olhos, e ainda assim deixam marcas invisíveis. Talvez o desejo seja assim…... Algo que nunca é inteiramente meu, mas nasce de um olhar alheio, de um gesto perdido, de um querer que não começa em mim.
Desejo moldado na ausência, naquilo que o outro quis / ou pareceu querer / e que, sem saber por quê, passou a me atravessar também...
E nesse cenário, permaneço. O embalo musical sussurra só aos meus ouvidos como um desejo antigo..... e que desconheço a natureza. _______________________________________
Capítulo: O Eco e a Fantasia
No batuque de uma nova canção, veio / com um chiado diferente / a pergunta cônica. Ela investe o sentido, rompe o silêncio com sua espiral lenta.
A lua, essa cúmplice antiga das beiradas do mundo, me olha com sua calma ancestral. Sussurra sem som: "Estou aqui desde que o mundo é mundo. Calada estou, calada vou ficar. Mas amparo ecos....."
O desejo / esse animal faminto / só sobrevive quando vestido de fantasia. Pois quando se realiza, não preenche: deixa um gosto de quase. Não é o desejo que te faz vivo, é a fantasia que te mantém em movimento.
E no chiado da música, na presença silenciosa da minha cúmplice lunar, me rendo a esse eco. Esse eco que pulsa... e permanece. ________________________________________
Mais a saga na varanda [ escuridão]
O dia começa com sol aquele que traz luz...... mas tem seus dias contados, como nós.
Aqui na varanda onde os acontecimentos puxam pensamento, onde som da música puxa lembrança antiga.
É isso sobre luz...... cética dizem. Hoje decidi caminhar na escuridão / não essa que assusta, mas a que ensina. Já saí de luz falsa demais. Já me queimei em claridade que só servia pra esconder sombra.
A escuridão que falo é fechar os olhos por escolha, e silenciar é parar de correr de explicação para tudo, é ouvir o mistério como quem ouve um rio por dentro das pedras.
Sendo assim, sou cética sem rigidez / compreender para crer.
No fundo, isso também é luz, mas uma luz que ninguém precisa ver pra saber se é real.
________________________________________
"O Nome Não Importa"
Chamam de Deus. Chamam de Energia, de Fonte, de Luz, de Espírito. Chamam de Tudo, de Nada, de Uno, de Consciência. Chamam até de acaso, mas eu sorrio em silêncio.
Porque não importa o nome. Nome é rótulo colado na pele do infinito. É dedo apontando para o céu, sem nunca tocar a imensidão.
Aquilo que vive em mim é o mesmo que respira na pedra, no inseto, na lágrima e no sopro.
Não está fora nem dentro / é. Não se prova, não se explica / se reconhece.
É silêncio que ouve, é presença que pulsa, é consciência que não precisa se chamar de Deus porque é o próprio.
E eu, partícula disso tudo, ando no mundo sabendo: não preciso entender, basta lembrar.
Texto rabisco em frase experimental Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 30/06/2025 às 11h44
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |