![]() 07/07/2025 11h24
O Gesto de Amar
Cada um ama como sabe / ou como pode. Há quem ame com palavras, quem ame com o corpo, e há quem ame com silêncios. Às vezes, o amor não se mostra nos grandes atos, mas num gesto pequeno e quase invisível: uma xícara de café preparada, uma pergunta tímida, um olhar que se demora quando o outro não vê.
Lévinas nos lembra que o rosto do outro nos chama à responsabilidade. Amar, nesse sentido, é acolher a existência do outro sem tentar moldá-lo à nossa imagem. É reconhecer a diferença e ainda assim permanecer. O amor, então, pode ser o gesto de não invadir, de não exigir reciprocidade imediata / mas de estar, mesmo que de forma discreta.
Barthes escreveu que o amor se manifesta em fragmentos de linguagem, e eu diria: também em fragmentos de gesto. Um toque leve no ombro, um cobertor puxado à madrugada, uma ausência que não abandona, mas respeita o tempo do outro.
Talvez amar seja justamente isso: desaprender os grandes discursos e reaprender os pequenos sinais.
Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 07/07/2025 às 11h24
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