![]() O dia em que minha alma colapsou (1 parte)...
Houve um dia — e eu lembro bem — em que minha alma gritou tão fundo, tão silenciosamente, que nem o corpo respondeu. Era como se tudo em mim tivesse parado: o tempo, a fé, o sentido.
Não foi tristeza. Tristeza ainda é movimento. Foi ausência. Um vazio que ocupava tudo, como se eu tivesse me apagado sem morrer.
As pessoas passavam, falavam, e eu sorria por reflexo. Mas por dentro, eu nem estava. Era como se eu assistisse minha vida de fora, sem coragem de voltar pra dentro.
Ninguém percebeu. Porque quando a alma colapsa, o som não vem pela garganta — ele estala por dentro, devagarinho, onde ninguém vê.
Lembro que sentei na beira da cama e só fiquei. Sem pedir ajuda, sem tentar entender. Talvez esse tenha sido o início da cura: não fugir do vazio, não brigar com ele, mas olhar e aceitar que ele estava ali.
Hoje, escrevendo isso, percebo que sobrevivi. Não como quem venceu uma guerra, mas como quem voltou de um silêncio profundo com uma flor nas mãos. Frágil, sim. Mas viva.
E de algum jeito, mais inteira.
Ensaio reflexivo com alma e crônica Elixa Elixandra ( costura pensamento)
Enviado por Elixandra ( costura pensamento) em 19/04/2025
Alterado em 24/04/2025 Comentários
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