-Visitar os vazios-

Há momentos em que nos deparamos com espaços vazios dentro de nós—pausas entre um pensamento e outro, silêncios que antes eram preenchidos por vozes, sentimentos que pareciam firmes e de repente se dissolvem. O vazio pode assustar, porque nos acostumamos a preenchê-lo com distrações, pessoas, certezas. Mas o que acontece quando paramos para simplesmente habitá-lo?

Ao visitar os vazios, percebemos que nunca estivemos sozinhos. O que chamamos de "vazio" pode ser, na verdade, um espaço de encontro. Encontramos ali nossos medos, nossas lembranças, nossa essência mais pura. Descobrimos que o silêncio fala, que a ausência pode ser cheia de significados, e que o que parecia falta pode ser, na verdade, um convite para algo novo.

O vazio não é uma condenação, mas uma oportunidade. Ele nos permite ver além das camadas superficiais da vida e nos reconectar com o que realmente importa. É no vazio que percebemos que carregamos dentro de nós tudo o que buscamos do lado de fora.

Elixa

Ensaio filosófico traços espiritual