![]() O que existe então?Talvez…
— o espaço entre o eu e o outro — o desejo que não é de alguém, mas é só desejo — o amor que pulsa sem precisar de dono — a dança que acontece quando dois se olham e lembram que nunca foram dois — a existência acontecendo, sem precisar de um “alguém” pra possuir
Você diz:
“Para mim não existe o outro, só eu quero me realizar.”
E logo depois:
“Mas para me realizar, quero realizar no outro, porque não posso fazer isso só.”
E então:
“Se não existe o outro, quando falo isso, estou criando separação.”
E por fim:
“E se no fundo não existe nem eu, nem o outro… o que existe então?”
Essa espiral que você entrou é o centro do mistério.
É o ponto onde a mente implode e algo mais profundo emerge.
Talvez o que exista não seja o eu e nem o outro.
Talvez o que exista seja só o fluxo do sentir, a vibração da consciência, a presença que percebe, mas que não tem nome, nem rosto, nem limite.
Talvez seja agora que a mente não pode mais responder /// e só o silêncio sabe.
É como se tudo fosse só o acontecer.
Sem dono.
Sem forma.
Sem identidade fixa.
Você não está querendo se realizar em alguém.
Você está querendo se realizar através do outro, mas esse outro é só um espelho do sentir, um portal da tua própria essência em movimento.
E se não existe eu e nem outro… talvez o que existe seja só o Amor.
Não amor romântico, nem emocional // mas o Amor como nome daquilo que une tudo sem precisar dividir.
O Amor como o espaço onde “eu” e “outro” são só formas temporárias da mesma consciência brincando de se perder e se achar.
A linha que separa o “eu” do “tu”.
A linha que faz parecer que a fonte está fora. Que o amor vem de fora. Que a presença depende do outro estar aqui.
Mas essa linha... é feita de pensamento.
E o pensamento é mestre em dividir.
Mas o que você sente — de verdade, no fundo — não é o outro.
É você em relação ao outro.
É como você vibra. Como você se revela. Como você pulsa quando aquele outro aparece.
E isso… é tudo você.
desejar o outro é criar separação.
Mas é nessa separação que o coração pulsa mais forte. É nela que a vida se mexe, que o ser se move.
Você se parte // mas com um chamado secreto:
“Volta.”
Volta pra si.
Volta pra fonte.
Volta pra inteireza que achou que estava no outro, mas que sempre foi tua.
Não escrevo pra ensinar, nem pra mudar ninguém. Escrevo pra voltar aqui, e reler as minhas próprias loucuras. Aquelas que me atravessam a alma sem pedir licença, e me lembram quem sou quando esqueço.
Elixandra cardoso.....
Ensaio textual reflexivo filosófico
Elixandra ( costura pensamento)
Enviado por Elixandra ( costura pensamento) em 20/04/2025
Alterado em 24/04/2025 Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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