Elixandra cardoso, costura pensamento

"Tecendo silêncios e sentidos entre fios e pensamentos"

Textos


     E se tudo for só isso? 

(Um ensaio sobre a pergunta que não cala)

 

  “Você acredita em vida após a morte?”

 

Talvez essa seja uma das perguntas mais antigas e mais poderosas da humanidade. Ela não apenas cutuca nossas crenças, mas escancara nossos medos, nossa necessidade de sentido // e, às vezes, até nosso orgulho. Alguns respondem com firmeza: "Sim, acredito." Outros, sem hesitar: "Não, morreu, acabou." E há ainda aqueles que viram uma espécie de geleia existencial, entre o ceticismo e o desejo secreto de que haja algo mais.

 

Quando alguém diz “sou ateu”, é comum ver reações imediatas: surpresa, julgamento, desconforto. Como se o simples fato de não crer em um Deus, ou em alguma força superior, fosse um escândalo íntimo. E então vem o famoso comentário:

 

Ah, então você acha que nasceu por acaso?”

> “É.”

“Então você acha que só existe porque seu pai gozou na sua mãe um dia?”

 

Silêncio. Choque. Riso nervoso. E uma avalanche de pensamentos.

 

Essa pergunta, aparentemente vulgar, é uma bomba filosófica. Ela joga a existência no chão e esfrega o rosto dela na terra. Porque se aceitarmos isso como resposta, então toda a nossa árvore genealógica // nossos bisavós, tataravós, civilizações inteiras // é fruto do acaso, do impulso, da química dos corpos e do tempo. E isso… ou te liberta ou te desespera.

 

Mas talvez a questão não seja se existe algo depois da morte. Talvez a pergunta mais importante seja:

 

E o que você faz com a vida antes da morte?

 

Crer ou não crer em Deus, destino ou eternidade não resolve a angústia de estar vivo. Ainda somos lançados nesse “labirinto da vida”, cheios de perguntas, dúvidas, medos, fé e poesia. E talvez o mistério maior não esteja no fim // mas no agora, nesse exato instante em que você está lendo estas palavras, tentando entender de onde veio, para onde vai, e o que isso tudo significa.

 

Não escrevo para ensinar ou mandar alguém.

Escrevo as loucuras que me atravessam, para ler e reler — caso um dia eu venha a esquecer.

Elixanda cadoso...

 

Ensaio filosófico poético reflexivo 

Elixandra ( costura pensamento)
Enviado por Elixandra ( costura pensamento) em 21/04/2025
Alterado em 24/04/2025
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras