![]() "Eu sou vários: um ensaio sobre os muitos que habitam em mim"
Se quiseres me conhecer, não busques um só nome, um só rosto, uma definição clara e imutável. Em mim, coexistem muitas // e nenhum é fixa. Sou os fragmentos que o tempo esculpiu, os silêncios que calei, os afetos que vivi e as versões de mim que ainda nem nasceram.
Desdobrar:
O erro é pensar que há um “eu” permanente. Como a água que se molda ao recipiente, eu me movo conforme o instante. Sou a que sinte hoje, a que aprendeu ontem, a que temo o amanhã. E mesmo assim, continuo sendo // mesmo quando não sei exatamente quem.
Cada encontro me revela diferente. Há em mim o que ri com leveza e a que chora no escuro. Há aquela que crê e aquela que duvida. A sábia e a tola, a serena e a tempestuosa, todas sentadas ao redor da mesma fogueira interior. Nenhum é mentira, nenhum é inteira. São todos verdade dentro de sua própria hora.
Do ponto de vista espiritual, esse desdobrar de “eus” não é confusão, mas expansão. Somos canais por onde o infinito se experimenta. Se me fixo, endureço. Se me permito ser múltiplo, danço com a vida.
A identidade não é prisão; é travessia. O “eu” não é um ponto, é um caminho. E talvez a mais bela coragem seja aceitar que nunca seremos uma coisa só.
Então, se quiseres me conhecer, não venhas com certezas. Senta comigo, em silêncio. Talvez, entre uma respiração e outra, descubras que também és muitos — e que juntos, no espelho do outro, somos todos um só.
"Não escrevo para ensinar, nem para mudar ninguém. Escrevo as loucuras que me atravessam, escrevo para sentir, para existir entre as palavras — e, talvez, voltar e me encontrar nelas mais uma vez."
Ensaio filosófico reflexivo (fictício) Elixandra cardoso... Elixandra ( costura pensamento)
Enviado por Elixandra ( costura pensamento) em 21/04/2025
Alterado em 24/04/2025 Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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