O Poder da Mitologia e o Mistério do Humano

Desde os primórdios da humanidade, o ser humano criou narrativas para tentar compreender o mundo ao seu redor. Essas narrativas, hoje chamadas de mitologias, não são meros contos fantasiosos de deuses e heróis, mas reflexos profundos da mente, da alma e da cultura de um povo. A mitologia serve como ponte entre o visível e o invisível, entre o homem e o mistério da existência.

As histórias mitológicas não apenas explicavam os fenômenos da natureza, mas também guiavam comportamentos, revelavam medos e desejos coletivos, e buscavam dar sentido à vida. Zeus, Ísis, Odin, Tupã, Iemanjá // todos são expressões simbólicas de forças internas e externas que os seres humanos tentaram nomear e entender. Através dos mitos, o caos se transforma em ordem, e o invisível ganha forma.

Hoje, em um mundo aparentemente mais racional, muitos consideram a mitologia ultrapassada. No entanto, ela continua viva em outras formas // nos filmes, na literatura, na psicologia junguiana, nos arquétipos que habitam nossos sonhos e na busca espiritual de sentido. A mitologia é, antes de tudo, uma linguagem da alma.

Compreender mitos é também compreender a nós mesmos. Ao escutarmos os mitos antigos com novos ouvidos, talvez possamos enxergar que, mesmo com toda a evolução tecnológica, o ser humano ainda busca respostas para as mesmas perguntas: Quem sou eu? Por que estou aqui? O que há além da vida?

Em vez de descartarmos os mitos como meras fábulas, podemos usá-los como espelhos da alma, mapas do inconsciente coletivo e, principalmente, como um convite à reconexão com o mistério. Porque, no fim das contas, o mito não morre // ele apenas muda de forma.

Epílogo

Não escrevo para ensinar e nem para mudar ninguém. Escrevo para mim // para voltar e reler, como quem revisita um diário. Escrevo porque às vezes, nas palavras, eu me escuto. E quando quiser escrever de novo, saberei onde me encontrei da última vez.

Nessa caminhada, a simbologia da mitologia tem me ensinado a compreender além das palavras. Aprendi que símbolos falam através de gestos, comportamentos e até silêncios >> e que eles dizem mais do que mil discursos. São como sussurros do Divino, dizendo com ternura: você pode melhorar. Não por obrigação, mas porque a vida convida, suavemente, à expansão.

E assim sigo: vivendo, sentindo, escrevendo >> degustando a vida enquanto divina em sua essência.

Ensaio mitológico filosófico