Elixandra cardoso, costura pensamento

"Tecendo silêncios e sentidos entre fios e pensamentos"

Textos

"Quando Alétheia Encontrou Veritas: um Ensaio Ficção-Romântico"

 

Dizem que a verdade é uma só. Mas quem já andou pelos corredores do tempo sabe que ela tem muitos nomes, muitos rostos, muitos sussurros.

 

Alétheia caminhava sozinha entre véus e espelhos, filha da memória e do silêncio. Seu toque desvelava, mas nunca forçava. Preferia a ternura das manhãs em bruma, onde as coisas se mostravam aos poucos. Ela não gritava. Ela apenas estava / presente, plena, inegável.

 

Veritas, por outro lado, descia do alto como flecha solar. Filha do tempo, era firme, reta, e às vezes doía. Gostava de jardins bem podados e frases diretas. Seus pés não temiam as sombras, mas exigiam clareza. Para ela, o que é verdadeiro deve ser dito, ainda que machuque.

 

Foi num entardecer em ruínas > entre colunas quebradas e livros abertos ao vento > que elas se encontraram. Alétheia caminhava descalça, e Veritas lia em voz alta uma confissão esquecida. Seus olhos se tocaram como dois espelhos antigos se reconhecendo.

 

"Você revela", disse Veritas.

 

"E você exige", sussurrou Alétheia.

 

"Você é bruma", acusou Veritas.

 

"E você é lâmina", respondeu Alétheia, com um sorriso.

 

Elas sentaram-se lado a lado, e o mundo ficou em silêncio. Era como se, por um instante, o universo também quisesse ouvir o que duas verdades diferentes diriam uma à outra.

 

Veritas ofereceu uma flor 🌼 simples, crua, sem pétalas demais. Alétheia soprou sobre ela, e a flor brilhou como se guardasse uma história nunca antes contada.

 

Foi ali, entre uma pausa e outra, que o amor aconteceu. Não como paixão desgovernada, mas como um pacto secreto entre o que se vê de imediato e o que só se revela com o tempo.

 

Desde então, dizem que a verdade tem dois caminhos: um que clareia, e outro que revela. E quando os dois se cruzam, o mundo ama. Não porque compreende tudo, mas porque sente que, mesmo em meio ao caos, há algo que permanece: um olhar entre Alétheia e Veritas, dançando na eternidade.

 

Ensaio poético filosófico 

Elixandra ( costura pensamento)
Enviado por Elixandra ( costura pensamento) em 22/04/2025
Alterado em 24/04/2025
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