![]() "Quando a Ilusão Encarou a Realidade"
Era um lugar que não existia em mapas, nem em sonhos. Um espaço entre o tempo e o instante. Foi ali que a Ilusão encontrou a Realidade pela primeira vez > frente a frente, como antigos rivais que sabiam mais um do outro do que gostariam de admitir.
Ilusão chegou primeiro, perfumada de promessas, vestida de névoa e olhos brilhantes. Carregava nos dedos lembranças que nunca aconteceram, e nos lábios verdades doces como veneno. Onde passava, as flores abriam sem raízes.
Realidade veio depois, descalça, austera, com o rosto marcado pelas horas. Carregava silêncios, fatos, perdas. Não prometia nada, apenas sustentava tudo.
“Você encanta”, disse Realidade. “Você pesa”, respondeu Ilusão. “Eu sou o que é.” “E eu sou o que poderia ser.”
O embate começou como um sussurro. Ilusão mostrava mundos coloridos, futuros perfeitos, amores eternos. Realidade mostrava o agora: com suas rugas, suas contas, seus dias que doem e também curam.
“Eles preferem a mim”, provocou Ilusão. “Mas precisam de mim”, respondeu Realidade.
A briga durou séculos, talvez milênios. E sempre que alguém escolhia apenas uma das duas, o vazio crescia. Porque Ilusão, sozinha, enlouquecia. E Realidade, sozinha, endurecia.
Foi quando entenderam que não eram inimigas, mas partes de um mesmo jogo. A Ilusão dá forma aos sonhos. A Realidade dá chão aos passos. A primeira inspira. A segunda sustenta.
Desde então, dançam. Às vezes em descompasso, às vezes em harmonia. E quando alguém aprende a amar as duas > sem se perder em nenhuma > nasce algo raro: consciência com encanto. Olhos abertos, mas ainda capazes de brilhar.
Ensaio poético filosófico
Isso é tudo...
Elixandra ( costura pensamento)
Enviado por Elixandra ( costura pensamento) em 22/04/2025
Alterado em 24/04/2025 Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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