Elixandra cardoso, costura pensamento

"Tecendo silêncios e sentidos entre fios e pensamentos"

Textos


"Ciúmes e Insegurança: Sombras de um Amor que Treme"

 

Era um quarto dentro da alma >> trancado, abafado, cheio de espelhos quebrados. Lá dentro moravam dois irmãos: Ciúmes e Insegurança.

 

Ciúmes andava inquieto, olhos atentos a cada detalhe, como se o mundo inteiro fosse uma ameaça. Tinha medo de perder. De ser trocado. De não bastar.

Insegurança era mais silenciosa, mas não menos presente. Ela sussurrava dúvidas enquanto o outro gritava dores. Era ela quem plantava as sementes. E o Ciúmes, quem colhia os espinhos.

 

“Ele está olhando para outro alguém”, dizia Ciúmes, roendo as unhas.

“E se for melhor que você?”, completava Insegurança, sorrindo em sombra.

 

E assim dançavam >> um acusando, o outro se encolhendo. Um armando defesas, o outro cavando buracos dentro de si.

Viviam num ciclo. Um alimentava o outro. Um precisava do outro.

Mas nenhum sabia amar. Só sabiam temer.

 

Até que um dia, o Amor entrou no quarto. Não para brigar, nem para expulsá-los. Mas para acender uma vela.

 

E ali, sob a luz suave, o Ciúmes tremeu. Porque viu que não era fúria >> era medo.

E Insegurança chorou. Porque entendeu que não era fraqueza >> era ferida.

 

O Amor não os odiava. Apenas os reconhecia como partes perdidas de alguém que ainda estava aprendendo a se bastar.

 

“Eu não vim negar vocês”, disse o Amor. “Mas ensinar que amor de verdade não é controle, nem prova, nem vigia. É escolha. É liberdade.”

 

O quarto se abriu, pela primeira vez.

 

E enquanto Ciúmes e Insegurança se sentavam quietos num canto, escutando, a alma começava a respirar de novo.

 

Porque o amor que amadurece não elimina as sombras >> apenas aprende a viver com elas... sem deixá-las no volante.

 

Ensaio filosófico poético feito prosa

 

É isso...

Elixandra ( costura pensamento)
Enviado por Elixandra ( costura pensamento) em 22/04/2025
Alterado em 24/04/2025
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