![]() "Justiça e Vingança: As Duas Faces da Espada"
Num vale entre o tempo e o sangue, duas figuras caminhavam lado a lado >> Justiça e Vingança.
A primeira vestia branco e pesava cada passo com balança nas mãos. Olhava para o horizonte. A segunda, em vermelho escuro, andava descalça sobre brasas e falava com os olhos voltados para trás.
“Eu busco equilíbrio”, disse Justiça. “E eu busco o alívio”, sussurrou Vingança.
Justiça escutava as versões, procurava o centro, perguntava antes de agir. Vingança não perguntava >> sentia. Não esperava >> cortava. Era rápida. Era quente. Era o grito de quem não foi ouvido, o punho de quem foi traído, a resposta de quem não encontrou amparo na lei.
“Você é cega”, acusou Vingança. “E você é cega de dor”, respondeu Justiça.
Ambas eram filhas da mesma mãe: a Perda. Ambas nasciam quando algo era rompido >> a confiança, a paz, a vida.
Mas havia uma diferença fundamental:
Justiça queria restaurar o mundo. Vingança queria que o mundo sentisse a dor que ela sentiu.
Enquanto Justiça olhava para o coletivo, Vingança olhava para a ferida. Enquanto uma sonhava com equilíbrio, a outra sonhava com retribuição.
Ainda assim, eram inseparáveis. Pois onde a Justiça falha, a Vingança nasce. E onde a Vingança reina, a Justiça morre.
No fim, não são inimigas. São espelhos. E quem caminha com uma, carrega a sombra da outra.
Por isso, aquele que sofre precisa escolher: Vai empunhar a espada para construir um novo caminho? Ou para repetir a dor que o mundo já conhece?
Ensaio filosófico prosa poética lírico
É isso... Elixandra ( costura pensamento)
Enviado por Elixandra ( costura pensamento) em 22/04/2025
Alterado em 24/04/2025 Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
|