![]() O Encontro de Prazer e Plenitudeos intrusos que dançam entre o ser e o querer. Desejo sedução vem chegando:
No salão das emoções, onde os corpos dançam e os silêncios têm perfume, Prazer chegou primeiro. Vestia vermelho escuro, pele exposta, sorriso lascivo. Se movia como música > intensa, quente, faminta. Cada passo deixava um rastro de desejo, olhares se voltavam, corações batiam fora do ritmo.
Então, Plenitude entrou. Descalça. Véus leves, olhar sereno, nenhum perfume > mas a sala silenciou ao seu redor. Ela não chamava atenção; ela dissolvia a necessidade de atenção.
Prazer se aproximou, curioso. "Não te vi dançar", sussurrou, encostando de leve.
Plenitude sorriu. "Porque já estou completa."
Prazer franziu o cenho. "Mas... não sente falta da vertigem, do arrepio, da explosão?"
Plenitude tocou-lhe o rosto com calma. "Você é o relâmpago. Eu sou o céu inteiro."
Prazer estremeceu. "Mas o céu sem relâmpago… não é entediante?"
Plenitude fechou os olhos. "Não. É eterno."
Por um instante, o salão ficou dividido. Alguns ainda queriam o gosto do agora. Outros começaram a desejar o silêncio depois do som.
E Prazer, pela primeira vez, não desejou mais > apenas ficou ali. Com ela. Sem querer. Só sendo.
Quando Chegaram os Intrusos:
Prazer ainda estava ali, parado diante de Plenitude, encantado, mas inquieto. Foi então que surgiram os dois intrusos > Desejo e Sedução.
Desejo entrou como um sussurro impaciente, olhos famintos, mãos sempre à procura. "Ela é bela demais para se manter intocada", disse a Prazer, como quem instiga um crime com aroma de flor.
Logo atrás veio Sedução, dançando em espirais, vestido de promessas e pele. "Deixa comigo. Eu a faço curvar com um só olhar."
Eles se aproximaram de Plenitude, um à esquerda, outro à direita, falando baixo, mas com vozes que vibravam no ar.
Desejo disse: "Você é tão cheia… mas já pensou em transbordar?"
Sedução completou: "Há delícias que só existem quando se abandona a calma."
Plenitude os olhou, por fim. Não com desprezo, mas com ternura.
Ela se levantou devagar > como uma onda que sabe que vai voltar. Olhou para Prazer, depois para seus cúmplices. E disse:
"Vocês são intensos como tempestade, mas eu sou o mar que recebe a chuva sem se perder."
Fechou os olhos. E por um breve segundo… vacilou.
Não por fraqueza. Mas por curiosidade.
Prazer sorriu. Sabia que mesmo o céu mais amplo, às vezes, deseja um trovão. E talvez, só talvez… essa fosse a dança que faltava.
Ensaio poético pega lírica filosófica
É isso... Elixandra ( costura pensamento)
Enviado por Elixandra ( costura pensamento) em 23/04/2025
Alterado em 24/04/2025 Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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