Elixandra cardoso, costura pensamento

"Tecendo silêncios e sentidos entre fios e pensamentos"

Textos


O Encontro de Prazer e Plenitude 

os intrusos que dançam entre o ser e o querer. Desejo sedução vem chegando:

 

 

No salão das emoções, onde os corpos dançam e os silêncios têm perfume,

Prazer chegou primeiro.

Vestia vermelho escuro, pele exposta, sorriso lascivo.

Se movia como música > intensa, quente, faminta.

Cada passo deixava um rastro de desejo,

olhares se voltavam, corações batiam fora do ritmo.

 

Então, Plenitude entrou.

Descalça.

Véus leves, olhar sereno, nenhum perfume >

mas a sala silenciou ao seu redor.

Ela não chamava atenção; ela dissolvia a necessidade de atenção.

 

Prazer se aproximou, curioso.

"Não te vi dançar", sussurrou, encostando de leve.

 

Plenitude sorriu. "Porque já estou completa."

 

Prazer franziu o cenho.

"Mas... não sente falta da vertigem, do arrepio, da explosão?"

 

Plenitude tocou-lhe o rosto com calma.

"Você é o relâmpago. Eu sou o céu inteiro."

 

Prazer estremeceu.

"Mas o céu sem relâmpago… não é entediante?"

 

Plenitude fechou os olhos.

"Não. É eterno."

 

Por um instante, o salão ficou dividido.

Alguns ainda queriam o gosto do agora.

Outros começaram a desejar o silêncio depois do som.

 

E Prazer, pela primeira vez,

não desejou mais > apenas ficou ali.

Com ela.

Sem querer.

Só sendo.

 

Quando Chegaram os Intrusos:

 

Prazer ainda estava ali, parado diante de Plenitude, encantado, mas inquieto.

Foi então que surgiram os dois intrusos >

Desejo e Sedução.

 

Desejo entrou como um sussurro impaciente,

olhos famintos, mãos sempre à procura.

"Ela é bela demais para se manter intocada", disse a Prazer,

como quem instiga um crime com aroma de flor.

 

Logo atrás veio Sedução,

dançando em espirais,

vestido de promessas e pele.

"Deixa comigo. Eu a faço curvar com um só olhar."

 

Eles se aproximaram de Plenitude,

um à esquerda, outro à direita,

falando baixo, mas com vozes que vibravam no ar.

 

Desejo disse:

"Você é tão cheia… mas já pensou em transbordar?"

 

Sedução completou:

"Há delícias que só existem quando se abandona a calma."

 

Plenitude os olhou, por fim.

Não com desprezo, mas com ternura.

 

Ela se levantou devagar > como uma onda que sabe que vai voltar.

Olhou para Prazer, depois para seus cúmplices.

E disse:

 

"Vocês são intensos como tempestade,

mas eu sou o mar que recebe a chuva sem se perder."

 

Fechou os olhos.

E por um breve segundo…

vacilou.

 

Não por fraqueza.

Mas por curiosidade.

 

Prazer sorriu.

Sabia que mesmo o céu mais amplo, às vezes, deseja um trovão.

E talvez, só talvez…

essa fosse a dança que faltava.

 

  Ensaio poético pega lírica filosófica 

 

É isso...

Elixandra ( costura pensamento)
Enviado por Elixandra ( costura pensamento) em 23/04/2025
Alterado em 24/04/2025
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