Elixandra cardoso, costura pensamento

"Tecendo silêncios e sentidos entre fios e pensamentos"

Textos


A mulher: entre mitos e espelhos da realidade

 

Nascida da espuma do mar ou da costela de um homem > dizem os mitos.

Mas nenhuma origem a contém por inteiro.

A mulher é Gaia e Pandora, é Ísis e Perséfone.

É ventre e voz, semente e tempestade.

 

Na história, ensinaram-na a abaixar os olhos,

a cruzar as pernas, a conter os gritos.

Mas nos cantos antigos, ela sempre gritou >

como Eco, sem corpo, mas cheia de verdade.

Como Medusa, cuja fúria congelava o mundo que a violava.

 

Hoje, ela caminha pelas ruas de concreto

com a força de Atena nos olhos

e o silêncio estratégico das feiticeiras queimadas.

Carrega bolsas, filhos, memórias e feridas,

mas também livros, fones de ouvido e sonhos.

 

Ela vive entre a exigência da suavidade

e o peso de ser firme demais.

Entre a maternidade compulsória

e o desejo de ser apenas si mesma > livre.

Ela sangra sem morrer, ama sem garantia,

e reconstrói sua identidade em meio às ruínas da cultura.

 

Não nasceu para agradar, embora tenha aprendido.

Não nasceu para servir, embora tenha servido.

Ela é o início e o fim de muitas histórias.

É caos, é cura, é ciclo.

É humana, inteira, com todas as contradições da carne.

 

Moral do ensaio da mulher:

 

Não é dos mitos que brota a verdade absoluta sobre a mulher,

mas das múltiplas vivências que ela carrega no olhar.

Ela não é Eva culpada, nem Lilith rebelde por natureza >

é fruto da cultura, da educação, das experiências que a moldam.

Chamá-la de destruidora, louca ou volúvel

é ignorar a complexidade do que significa ser mulher em um mundo que a define por conveniência.

Nenhuma mulher nasce para devastar > ela apenas reage às estruturas que a oprimem ou libertam.

 

Ensaio poético, misturando mitologia

 

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Elixandra ( costura pensamento)
Enviado por Elixandra ( costura pensamento) em 24/04/2025
Alterado em 24/04/2025
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