![]() A mulher: entre mitos e espelhos da realidade
Nascida da espuma do mar ou da costela de um homem > dizem os mitos. Mas nenhuma origem a contém por inteiro. A mulher é Gaia e Pandora, é Ísis e Perséfone. É ventre e voz, semente e tempestade.
Na história, ensinaram-na a abaixar os olhos, a cruzar as pernas, a conter os gritos. Mas nos cantos antigos, ela sempre gritou > como Eco, sem corpo, mas cheia de verdade. Como Medusa, cuja fúria congelava o mundo que a violava.
Hoje, ela caminha pelas ruas de concreto com a força de Atena nos olhos e o silêncio estratégico das feiticeiras queimadas. Carrega bolsas, filhos, memórias e feridas, mas também livros, fones de ouvido e sonhos.
Ela vive entre a exigência da suavidade e o peso de ser firme demais. Entre a maternidade compulsória e o desejo de ser apenas si mesma > livre. Ela sangra sem morrer, ama sem garantia, e reconstrói sua identidade em meio às ruínas da cultura.
Não nasceu para agradar, embora tenha aprendido. Não nasceu para servir, embora tenha servido. Ela é o início e o fim de muitas histórias. É caos, é cura, é ciclo. É humana, inteira, com todas as contradições da carne.
Moral do ensaio da mulher:
Não é dos mitos que brota a verdade absoluta sobre a mulher, mas das múltiplas vivências que ela carrega no olhar. Ela não é Eva culpada, nem Lilith rebelde por natureza > é fruto da cultura, da educação, das experiências que a moldam. Chamá-la de destruidora, louca ou volúvel é ignorar a complexidade do que significa ser mulher em um mundo que a define por conveniência. Nenhuma mulher nasce para devastar > ela apenas reage às estruturas que a oprimem ou libertam.
Ensaio poético, misturando mitologia
É isso ai Elixandra ( costura pensamento)
Enviado por Elixandra ( costura pensamento) em 24/04/2025
Alterado em 24/04/2025 Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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