O homem: entre tronos, espadas e silêncios " mito e realidade "

Forjado do barro ou moldado pelos deuses > contam os mitos.

Mas nenhum molde o comporta por completo.

O homem é Zeus e Édipo, é Hércules e Orfeu.

É conquista e ausência, força e fuga.

Aprendeu desde cedo a não chorar >

como se as lágrimas fossem um preço alto demais.

Ensinado a ser o escudo e nunca o ferido,

o braço e não o coração.

Mas há guerra dentro dos homens,

invisível como as que Aquiles travava à noite.

A realidade o veste com armaduras de concreto,

mas por dentro, ele é barro que treme.

Deseja o toque, mas teme a entrega.

Deseja o mundo, mas às vezes só queria descanso.

Ele pisa firme nas calçadas do mundo,

mas muitas vezes tropeça em dúvidas que não diz.

Quer ser herói, mas não sabe contra quem lutar.

Quer ser pai, filho, amante, livre > tudo ao mesmo tempo,

sem saber onde termina o mito e começa o homem.

Na história, foi o que comandou reinos

e também quem destruiu pontes.

Mas agora, entre ruínas e esperanças,

procura reaprender a ser humano.

Não nasceu para dominar, embora tenha dominado.

Não nasceu para calar, embora tenha silenciado.

Ele é sombra e sol, dúvida e impulso.

É homem > em construção, em contradição,

em caminho.

Moral do ensaio do homem:

Não é da espada nem do trono que se tira a verdade sobre o homem,

mas das camadas silenciosas que ele aprende a esconder.

Ele não é infiel por essência, nem bruto por destino >

é resultado de séculos de repressão emocional e padrões impostos.

Rotulá-lo como traidor, frio ou insensível

é fechar os olhos para as dores que também lhe foram negadas.

Nenhum homem nasce para machucar > ele apenas repete o que aprendeu, até que tenha coragem de desaprender.

Ensaio poético mistura de mitologia. 

 Isso é tudo...