Refutação Filosófica e Religiosa da Existência Literal de Céu e Inferno // Costurando Pensamentos no ponto miúdo

A existência literal de céu e inferno, tanto no sentido filosófico quanto religioso, pode ser vista como uma costura mal alinhavada / cheia de pontos frouxos e remendos mal feitos. Vamos desfiar esses pontos:

>< Costura Filosófica

Céu e inferno como metáforas:

Pontos simplistas: Dividir o pós-vida entre dois tecidos / um de pura seda e outro de puro farrapo / é simplificar demais a tapeçaria da existência. A vida humana é um bordado de nuances, não apenas de fios claros e escuros.

Costura por interesse ou medo: Quando se puxa a linha da moralidade apenas pelo medo do inferno ou pelo desejo do céu, o bordado perde sua beleza verdadeira. Como Kant ensinava, o tecido mais nobre é aquele bordado pelo dever, não pela esperança ou temor.

Falta de fio firme (evidência): Não se encontra, até hoje, linha nem agulha que prove a existência concreta de um céu ou de um inferno como espaços físicos ou espirituais.

Questão da justiça eterna:

Pontos desproporcionais: Como justificar uma costura eterna de dor ou prazer baseada em poucos pontos dados durante uma breve vida?

Costureiras sem medida: As culturas bordam a moralidade com fios diferentes. Que mão poderia medir com justiça qual bordado merece o céu e qual merece o inferno?

Filosofia existencialista:

Sartre nos mostra que o inferno, assim como o céu, pode ser tecido dentro de nós mesmos. Não são mantos que vestimos após a morte, mas estados de alma bordados aqui e agora.

>< Costura Religiosa

Incoerências nas escrituras:

Muitas tradições falam de céu e inferno como tecidos mal descritos: ora um lago de fogo, ora apenas distância de Deus. O mesmo bordado, mas com desenhos desencontrados.

Se Deus é amor e justiça infinitos, não faz sentido que Ele costure um inferno eterno, um tecido de dor sem fim, para punir erros de uma breve existência.

Moral da costura filosófica e espiritual 

A vida é um grande tecido onde cada um costura sua própria história. Filosoficamente, não existe pano perfeito > apenas pontos que expressam nossas escolhas. Espiritualmente, não se trata de costurar para um céu ou fugir de um inferno, mas de bordar o presente com consciência e amor, sabendo que cada fio é sagrado e cada remendo carrega sabedoria.

É isso: essa costura não é para todo fiapo.