"Costura de Amor: Retalhos Livres no Pano da Eternidade"

Subtítulo:

"Costurando o Amor que Liberta"

> O amor entre duas pessoas é como dois tecidos se encontrando: entrelaçam suas tramas, bordam momentos lado a lado, mas sem nunca perder a própria textura. No fundo, nenhum fio pertence ao outro / são tecidos livres, feitos da mesma matéria, costurando juntos o caminho de volta para a casa maior, onde tudo é um só pano, uma só trama, um só ser.

> E nessa costura delicada, cada ponto é uma escolha: às vezes alinhavamos com firmeza, às vezes soltamos o fio para respirar. Amar não é prender o tecido alheio ao nosso; é respeitar o desenho próprio de cada um, sabendo que, lá no fundo, a agulha invisível da vida já nos une. Somos pedaços de um mesmo pano antigo, buscando / em cada abraço, em cada distância, em cada reencontro / recordar que viemos da mesma casa, que nunca nos perdemos, só bordamos diferentes caminhos para voltar.

> O amor é uma costura sem pressa, onde a linha não aperta e o ponto não sufoca. É preciso saber costurar sem amarrar / alinhavando ternura, sem esquecer que cada tecido tem sua própria dança com o vento.

Dois corações se encontram, se tocam, se aquecem, mas não se pertencem. São como fios dourados que se entrelaçam por vontade, não por obrigação.

Na grande tapeçaria da existência, cada alma é um pedaço único e ao mesmo tempo feito da mesma luz, da mesma essência. Quando nos amamos, não é para possuir o outro, é para lembrar que viemos do mesmo tear, do mesmo sopro.

Amor de verdade é isso: é costurar juntos, sabendo que já éramos inteiros antes do encontro. É olhar para o outro e reconhecer: somos retalhos livres na dança do tempo, somos viajantes no pano do universo, costurando, ponto por ponto, o caminho de volta para casa / onde ninguém é de ninguém, porque todos somos Um.

poesia em prosa