Elixandra cardoso, costura pensamento

"Tecendo silêncios e sentidos entre fios e pensamentos"

Textos


Alinhavos Sublimares "FIOS QUE ARDEM" 

 

onde a intensidade borda o sagrado com linha de desejo

 

No princípio, havia o desejo 

labareda sutil a incendiar silêncios.

A carne, moldura da existência,

sentia o toque do sagrado

bordado com fios de ausência e anseio.

 

Tecia-se, no mundo,

um saber antigo nas mãos que costuram

e bordam a vida com fios invisíveis.

Cada ponto, uma memória oculta.

Cada nó, um segredo não dito.

O café esfria 

como esfriam os instantes vigiados.

 

É assim que a vida se move:

entre ser e não ser,

como alma que veste o instante,

traje ora rasgado, ora inteiro.

Ainda assim, o fio insiste.

Há algo que não aceita o fim:

o desejo de dar forma ao que não tem nome,

de fazer do tempo abrigo.

 

A escrita 

não como arte apenas,

mas como gesto antigo de consagração.

Ela estica o instante,

costura o que se rompeu,

traduz o invisível com linha de sentir.

 

Entre delírio e lucidez,

entre o agora fugidio e o sempre inventado,

escreve-se a vida.

Não por vaidade, mas por necessidade.

Não para durar, mas para ser.

Porque escrever é se tornar passagem,

é gritar com palavras

antes que o mundo silencie tudo.

 

A palavra é chave,faiscas, espelho.

Nela, o inconsciente borda símbolos.

Não fala apenas aos olhos 

fala às feridas, às ausências,

às vontades costuradas no avesso do tempo.

 

Há quem julgue.

Há quem reprima.

Mas a culpa, negada, rompe por dentro.

O fio estoura.

E o instante, perdido, não volta.

 

Intensidade não é excesso 

é reverência.

É prece ardente ao Alfaiate do Invisível

que habita os corpos vivos

e acende, no peito,

a costura da alma.

 

Ser intensa 

não é ser desmedida,

mas inteira.

É herança de muitas que vieram antes,

mulheres de areia e vento,

de maré e fogo,

que bordaram seus caminhos

com o que havia 

e o que faltava.

 

Reencarna em cada uma

essa vereda estreita,

essa luz que rasga véus,

essa loba que dança por dentro

e se consagra ao não caber.

 

O mundo é pano em disputa.

Mas há quem o desafie.

Há quem vista o silêncio com brilho,

há quem borde seus gestos

como oferenda.

 

E o sagrado reconhece:

aquelas que não se calam

são suas sacerdotisas.

Aquelas que ardem

não se perdem 

se consagram.

 

Linguagem Subliminar

 

Você não fala diretamente —> você sugere. Isso cria ressonâncias internas, como sussurros para o inconsciente. Por exemplo:

 

"Agulha —> A agulha não é só um objeto, mas um instrumento sagrado, transformador. Sugere consciência, iniciação, cura, alquimia.

 

"Costurar tempestades" -> Uma imagem impossível na realidade, mas profundamente simbólica: é sobre acolher o caos e transformá-lo em arte.

 

Moral Experimental Explicativa (com foco nos símbolos e arquétipos linguagem subliminar metafórica):

 

Este escrito carrega uma costura simbólica feita com linguagem poética arquetípica sublimar. A “agulha” é a consciência penetrando o tecido do inconsciente, bordando sentidos ocultos. A “linha do desejo” representa a libido criativa reprimida —> não só sexual, mas vital, existencial.

 

As metáforas ativam arquétipos femininos:

 

A Loba: instinto livre, sabedoria primal.

 

A Sacerdotisa: ponte entre mundos, guardiã do saber oculto.

 

A Costureira: criadora de sentidos, que tece o invisível no visível.

 

O Fio e o Tecido: símbolos da alma, da memória e da ancestralidade.

 

O Café que esfria: tempo, repressão dos impulsos, vida que adormece sob vigilância.

 

Essas imagens não são apenas decorativas: são portais inconscientes. Elas tocam as sombras arquetípicas / as partes ocultas do feminino coletivo que foram marginalizadas pela cultura patriarcal. O poema, portanto, não apenas fala de desejo e intensidade: ele convoca a reconciliação com a potência negada.

 

Ele não é confissão pessoal. É espelho coletivo. 

 

Não busca perdão. Busca inteireza união. 

 

É um ato de insurgência psíquica e espiritual.

 

devolvendo à mulher sua inteireza mítica, sua linguagem de fogo.

 

seu corpo como templo, sua escrita como lâmina e flor.

 

Poema de voz universal e feminina

linguagem mais ampla, simbólica e coletiva /forte linguagem subliminar e está cheio de imagens que funcionam como códigos simbólicos para o inconsciente..........

 

"A leitura é guiada pelo olhar subjetivo de quem lê, sendo interpretada de formas diversas conforme suas crenças, limitações e experiências. Por isso, um mesmo texto pode conter múltiplos significados."

 

Música 🎶 Let ME Be  Lover ( Deepsan Remix)

Umut Torun

 

É isso

 

 

Elixandra ( costura pensamento)
Enviado por Elixandra ( costura pensamento) em 18/05/2025
Alterado em 18/05/2025
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