Elixandra cardoso, costura pensamento

"Tecendo silêncios e sentidos entre fios e pensamentos"

Textos


🧵 BARALHO DA ALMA FEMININA: costuras do invisível (parte 01)

Na mesa de linho antigo,

o baralho é disposto como um manto aberto. E incensos de mirra sobrepostos.

Não são filósofos que o leem.

São três mulheres.

Três faces.

Três vozes de uma só alma.

 

A MULHER SELVAGEM  ACENDE A VELA......

A MULHER SILENCIOSA FECHA OS OLHOS.....

A MULHER QUE GRITA RI ALTO / E DEPOIS CALA.....

 

Cada carta é um corte.

Cada fio, um destino.

Cada ponto, um segredo que só o feminino entende.

 

Carta 1 <–> A Agulha da Dor

É com a ponta que sangra que se começa a costura.

A mulher aprende cedo a bordar o silêncio

com a linha invisível do que engole calada.

Costura o choro no forro da roupa.

 

>< A Mulher Silenciosa sussurra:

“A dor é o tecido mais antigo. E ainda assim, não se vê.”

 

Carta 2 <–> O Bordado do Amor

O amor vem em pontos invisíveis,

laços frouxos que depois apertam,

costuras tortas que ainda assim sustentam.

Ela ama como quem tece uma colcha /

por camadas, por memórias, por calor.

 

>< A Mulher Selvagem responde:

“Quem ama, rasga. Mas também remenda.”

 

Carta 3 <–> O Zíper do Desejo

Ela se abre / e não é metáfora.

Sua pele é página viva,

seu ventre: templo e incêndio.

Ela goza como quem reza /

língua e espírito entrelaçados.

 

> A Mulher Que Grita diz com firmeza:

“Meu corpo não é pecado. É passagem.”

 

Carta 4 <–> O Avesso da Tristeza

Toda costura tem um lado que não se exibe.

Ela também tem.

São os retalhos rejeitados,

as linhas que embaraçaram,

os dias sem cor.

 

> A Mulher Silenciosa inclina a cabeça:

“O avesso é onde o espírito se esconde.”

 

Carta 5 <–> A Tesoura do Silêncio

Cortaram sua fala.

Mas ela aprendeu a esculpir o mundo com o olhar.

E quando enfim falou /

não foi com palavras,

mas com costuras no ar,

com danças, com berros contidos,

com poesia.

 

> A Mulher Que Grita cospe a palavra:

“Eu sou a voz que não coube nos moldes.”

 

Carta 6 <–> A Agulha da Guerra

Ela já foi agulha e alvo.

Já costurou a armadura com os próprios cabelos.

Marchou com salto e calo.

A guerra que ela vive é cíclica /

sangra, mas retorna sempre ao centro.

 

> A Mulher Selvagem sorri com cicatriz:

“Minha luta é ritmo. Minha dança tem garras.”

 

Carta 7 <–> A Renda do Ouro

Ela também gera riqueza.

Não só no ventre, mas na visão.

Transforma retalhos em vestes,

fios em negócios,

feridas em cura.

 

> A Mulher Silenciosa ergue um broche antigo:

“O ouro da mulher é o que ela tece com o que rasgaram.”

 

 Epílogo <–> O Ponto Invisível

 

Ao fim da leitura,

as três se levantam 

mas quem as vê percebe:

eram uma só o tempo todo.

A mesma mulher que habita todas as outras.

 

A vela queima até a cera encontrar o silêncio.

No tecido do mundo, surgem os nomes:

 

Ana. Beatriz. Clara. Denise. Eliane. Fabiana. Gabriela. Helena. Isadora. Janaína. Karine. Larissa. Mariana. Nádia. Olivia. Patrícia. Quitéria. Rafaela. Sílvia. Talita. Úrsula. Vanessa. Wanda. Xênia. Yara. Zuleika. ( observação nomes eleatororios representam sagrado feminino)

 

Cada nome: um ponto.

Cada ponto: um sopro.

Cada sopro: um universo.

 

E assim a leitura termina.

Mas o manto… continua a ser tecido.

 

Poesia Performática / Ritualística / caráter místico, espiritual, coletivo, quase como um canto ou encantamento. Sagrado feminino....

 

 

"A leitura é guiada pelo olhar subjetivo de quem lê, sendo interpretada de formas diversas conforme suas crenças, limitações e experiências. Por isso, um mesmo texto pode conter múltiplos significados."

 

Isso que foi escrito não é doutrina, nem verdade encerrada.....

É apenas um ponto de vista simbólico, entre tantos talvez atemporal, ou ilusório.....

perfil da página  aborda todos os tipos de assuntos ( sem pautas de defesas )

 

Essa escrita não liberta nem prende, cada ser humano é livre para fazer escolhas.....mas propõe uma costura entre dentro e fora....

verdade? 

pergunta?

escolha? 

imposição? 

 

A escrita  é mais ESPELHO do que BANDEIRA ______ aqui não se defende, nem ataca_________ se você chegou até aqui, respire fundo, coração aberto, então desarme-se e sinta.....

 

É isso

 

 

 

 

Elixandra(costura pensamento filosófico)
Enviado por Elixandra(costura pensamento filosófico) em 08/06/2025
Alterado em 08/06/2025
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