![]() A Mentira Azul: Um Ensaio sobre o Meio Ambiente e a Desconexão Humana
"Vi uma biosfera iridescente repleta de vida…... não vi a economia." Ron Garan, astronauta.....
Do espaço, a Terra não tem fronteiras. Não há placas com nomes de países nem muros. O planeta aparece como um organismo inteiro, pulsante, suspenso no vazio / um ponto azul frágil, girando em silêncio. Ron Garan, astronauta que passou 178 dias no espaço, teve essa visão. E ela revelou uma mentira.
A mentira não está na ciência, nem na arte, nem nas estrelas. Está aqui embaixo, no modo como vivemos. Acreditamos que a economia vem primeiro. Que o crescimento é prioridade. Que o planeta pode ser um recurso, uma coisa. Mas da órbita, Garan percebeu o contrário: a Terra é um ser. A economia é que deveria ser apenas uma ferramenta, não a base de tudo.
Vivemos uma era de desconexão. Desconexão do solo, da água, das árvores, dos ciclos. Desconexão dos alimentos que comemos e das mãos que os cultivam. Da luz que consumimos e da energia que a gerou. Desconexão dos outros seres vivos, como se fossem supérfluos. E, principalmente, desconexão de nós mesmos / porque quando esquecemos que somos parte do planeta, esquecemos o que significa estar vivo.
Ron Garan chama isso de uma mentira sistêmica: tratamos o mundo natural como subsidiária da economia global. A floresta vira “ativo”. O rio, “recurso hídrico”. O ar, “emissão”. Tornamos tudo mensurável, quantificável, explorável. Mas há algo que não entra em planilhas: a beleza silenciosa de uma aurora, o frescor do vento antes da chuva, o ciclo que começa numa semente e termina no pão sobre a mesa.
"Estamos vivendo como se tivéssemos outro planeta para ir." Garan repete essa frase como um alerta.
A pergunta que sobra é: como voltamos a nos conectar?
Não basta reciclar. Não basta plantar árvores e compensar carbono. Isso é necessário, mas ainda opera na lógica da reparação. A reconexão exige uma mudança de percepção. Uma espécie de “overview effect” interior. Como se fôssemos capazes de ver, daqui de baixo, o que os astronautas veem lá de cima: a Terra como um único corpo, onde tudo que respiramos, comemos, tocamos e perdemos / está ligado em uma dança invisível.
A nova ética ambiental não é só política ou científica. Ela é espiritual no sentido mais profundo: a percepção de que estamos em casa, e não num supermercado universal de recursos. A Terra não é algo que usamos. É algo que somos.
E talvez esse seja o maior desafio / e a maior beleza. Viver com os pés no chão e os olhos voltados ao céu, carregando a lembrança de que somos uma parte do planeta, e não seus donos. Ou como diz Garan:
"O que precisamos não é de mais tecnologia. É de mais cooperação. Mais humanidade. E mais verdade."
🌍🌞 Poema: “Antes do Tempo”🌏🌞
Talvez a Terra morra antes do tempo. Não por velhice, mas por excesso de pressa, por sermos filhos ingratos de um ventre fértil demais.
O planeta não grita ele racha em silêncio. Derrama rios como lágrimas, incendeia pulmões verdes, troca florestas por fumaça e mares por plásticos eternos.
E o Sol… ah, o Sol assiste. Ele que já viu mundos nascerem e caírem. Testemunha sem lágrimas, sem opinião, sem salvação.
E nós, passageiros desta pedra azul, seguimos como se tudo fosse provisório: a água, o chão, o ar, o amor.
Mas a Terra não é nossa casa de aluguel. Ela é nosso corpo expandido, nosso reflexo, nosso espelho.
Se ela morrer cedo demais, não é o mundo que acaba. Somos nós que ficamos sem tempo de aprender a viver....
ensaio-poético-filosófico-astronômico,a relação entre humanidade e planeta, vida e morte, tempo e responsabilidade...
É isso
Elixandra(costura pensamento filosófico)
Enviado por Elixandra(costura pensamento filosófico) em 24/06/2025
Alterado em 24/06/2025 Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |