![]() 07/07/2025 11h24
O Gesto de Amar
Cada um ama como sabe / ou como pode. Há quem ame com palavras, quem ame com o corpo, e há quem ame com silêncios. Às vezes, o amor não se mostra nos grandes atos, mas num gesto pequeno e quase invisível: uma xícara de café preparada, uma pergunta tímida, um olhar que se demora quando o outro não vê.
Lévinas nos lembra que o rosto do outro nos chama à responsabilidade. Amar, nesse sentido, é acolher a existência do outro sem tentar moldá-lo à nossa imagem. É reconhecer a diferença e ainda assim permanecer. O amor, então, pode ser o gesto de não invadir, de não exigir reciprocidade imediata / mas de estar, mesmo que de forma discreta.
Barthes escreveu que o amor se manifesta em fragmentos de linguagem, e eu diria: também em fragmentos de gesto. Um toque leve no ombro, um cobertor puxado à madrugada, uma ausência que não abandona, mas respeita o tempo do outro.
Talvez amar seja justamente isso: desaprender os grandes discursos e reaprender os pequenos sinais.
Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 07/07/2025 às 11h24
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. 07/07/2025 11h23
Quando o Fim Não Faz Barulho
Um dia tudo acaba. E o mais curioso é que talvez você nem perceba.
Não há sirene tocando quando o amor se desfaz. Não há tempestade quando a infância se vai. Às vezes, o último olhar acontece como um piscar qualquer. Às vezes, o adeus não é dito / é vivido em silêncio.
Heráclito dizia que tudo flui, que não se entra duas vezes no mesmo rio. Mas ninguém nos ensina que, às vezes, é só depois de muito tempo que notamos que a água já passou. Que aquele abraço nunca mais veio. Que aquele olhar mudou. Que já não somos os mesmos / nem os outros.
O fim tem muitas formas: ele pode ser suave como poeira que assenta, ou duro como uma porta que se fecha devagar. Mas quase sempre... ele é sutil. Você não percebe o exato momento em que deixou de ser prioridade para alguém. Nem quando parou de acreditar naquilo que antes te movia.
Por isso, se algo ainda pulsa, ainda brilha, ainda te toca _ não adie. Sinta. Olhe. Diga. Faça. Porque um dia tudo acaba. E talvez, só talvez... você nem perceba.
Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 07/07/2025 às 11h23
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A Vida como Presente
A vida não é uma espera / é um presente. Mas quantas vezes desembrulhamos esse presente apenas para deixá-lo de lado, esperando que outro momento, outra fase ou outra pessoa torne a existência mais digna de ser vivida?
Epicuro dizia que a felicidade não está no luxo ou na fama, mas na simplicidade: um pão quente, uma conversa sincera, um dia sem dor. Aproveitar a vida, então, não é correr atrás do que falta / mas saborear o que já está aqui.
Aproveita-se a vida quando se olha o céu com tempo. Quando se escuta alguém com o coração quieto. Quando se dança sem plateia. A vida se aproveita no agora / não no futuro idealizado, nem no passado lamentado. É na xícara quente, na brisa da varanda, no toque que não se repete, que ela se revela como milagre silencioso.
Nietzsche diria que a vida deve ser afirmada / não como um fardo, mas como uma criação. Aproveitar a vida é, talvez, ter a coragem de dizer “sim” ao instante, mesmo quando ele vem sem promessas.
Porque a vida não pede grandes feitos / só pede presença.
Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 07/07/2025 às 11h21
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. 05/07/2025 21h05
Ritual de Lótus e Labaredas ( hipnose)
Ritual de Lótus e Labaredas
Aqui, na minha varanda, mais uma cena se desenrola as cortinas se abrem como uma flor no cio.
Minha cúmplice lunar sussurra: "Doce sedução de um toque de sim mesma."
Sou um vinho com lascas de damasco, o corpo, feito pimenta rosa, em delírios que nascem das entranhas.
Teu nome... é meu conjuro, meu feitiço mais lúcido, minha perdição perfeita.
Em pensamento, chamo por ti. E você vem.
Suas mãos, como plumas, desenham um símbolo de lótus que se abre sobre minha nuca.
Tuas mãos descem com reverência, escrevendo poesia sobre minha pele. E sorves minha entrega com a delicadeza de um ritual sagrado....
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Varanda hipnotica Sem Endereço
Sobre a varanda, uma cena. Melodia ao fundo. A noite chegar como fogo..... varanda sala lunar / minha cúmplice, que tudo vê enquanto pingam filosofias nos meus pensamentos como azeite de âmbar.
Cada ideia, gota morna que escorre lenta cera queimada sobre o pensar. A música flutua, paira no espaço como um incenso sem origem.
Busco teu toque no pensamento, nas margens do sentir. E tu vens. Sem endereço, O arrepio veio. em hipnose te busco.
Você vem como um vinho doce de absinto que escorre lento em minha memória, trazendo promessas de um gozo antigo. Suas mãos chegam Bem devagar, como se soubessem o exato lugar onde termina o medo e começa o gozo. O toque é o sentir
A tua língua faz arte sem mãos, no botão , escreve tua poesia......... aah ....... ali onde moram cento e cinquenta mil ternuras.
E eu, cega em tuas mãos, não sei se flutuo, se me desfaço, ou se renasço como flor carnívora em plena lua, na varanda sem endereço .
Teu olhar entre mundos. Teu silêncio um feitiço que me veste.
E eu, nua de tempo, no limiar entre o agora e o delírio, entre a varanda e o véu da noite. Me entrego Você diz agora és minha.... Hipnose fecha...
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Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 05/07/2025 às 21h05
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Reflexão Filosófica: A Ofensa como Refúgio do Fraco
Todavia a frase ecoa uma sabedoria antiga, defendida por grandes pensadores que enxergavam no diálogo o campo legítimo do pensamento e na ofensa, o refúgio de quem não sabe mais o que dizer.
🔹 Sócrates – O mestre do diálogo
Para Sócrates, o verdadeiro saber nasce da humildade: “Só sei que nada sei.” Sua prática da maiêutica / o método de fazer perguntas para que o interlocutor descubra a verdade por si / exigia coragem intelectual e abertura. Quando alguém, em vez de argumentar, recorria à zombaria ou à agressão, Sócrates via nisso não apenas um desvio ético, mas um sinal de ignorância.
> “Quando o debate é perdido, a calúnia se torna a arma do perdedor.” / Frase atribuída a ele, mesmo sem fonte clássica direta, resume bem o espírito socrático.
Para ele, atacar o outro é confessar que se perdeu no pensamento.
🔹 Schopenhauer / A arte de vencer debates (ou disfarçar derrotas)
Schopenhauer, em "A Arte de Ter Razão", descreve estratagemas desonestos usados quando o debate está sendo perdido. Entre eles, está o uso da ofensa pessoal como último recurso:
> “Quando percebemos que estamos sendo vencidos por argumentos melhores, devemos recorrer a ataques pessoais / esta é uma forma de distrair e desestabilizar o oponente.”
Mas ele fala isso de forma crítica e irônica: Schopenhauer mostra como essas estratégias revelam o quão distante estamos da busca pela verdade / trocando sabedoria por vaidade.
Conclusão:
Tanto Sócrates quanto Schopenhauer denunciam o mesmo padrão: a ofensa é um atalho usado por quem já perdeu o caminho da razão. E mais do que perder o debate, perde-se a chance de crescer.
Como o tear filosófico nos mostra: quem não tece com argumentos, desfia a conversa com espinhos.
Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 05/07/2025 às 11h37
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