![]() 14/06/2025 19h28
🌿 Antes da Palavra, o Perfume
🌿 Antes da Palavra, o Perfume.
Antes da palavra, o aroma Patchouli na pele do tempo, Âmbar quente no ventre da alma. Não havia nome. Havia tremor.
O fogo falava em estalos, o corpo respondia em dança. Era linguagem, mas sem gramática, sem vogais só vento.
A boca dizia com os olhos, os pés escreviam no chão. Cada lágrima, uma sílaba densa, cada arrepio, um poema secreto sussurrado pelos deuses.
Veio o homem com seu compasso, com seu medo do vago, e quis medir o mistério. Deu nome ao infinito e o trancou no dicionário.
Mas o amor ah, o amor não cabe nas margens. Ele transborda no escuro, fala em cheiro de incenso, em toque de sombra, em sonho que não se conta.
E a palavra? A palavra quer voltar a ser rio.
Não tese. Não regra. Apenas magia. ________________________________________
❤️🔥Te Amo Sem Te Encostar🔥
Te amo sem te encostar. Mas deliro. Como taça de absinto esquecida no altar dos desejos, evaporando promessas no escuro.
Não falo. Não ouso. Meu amor te lambe em silêncio. É azeite antigo, espesso, dourado, que escorre entre pensamentos suados e te encontra sem pedir licença.
No corredor do vazio, te bebo. Tua ausência espuma em mim como rio secreto tocando as margens do que não se diz.
É metafísico, eu sei. Mas é também pele que grita em segredo. Doce como calda de figo na língua do tempo, saliva que não seca, vontade que não morre.
O orvalho da tua ausência molha meus ombros todas as madrugadas. A lua me espia, cúmplice, enquanto te sinto inteiro sem que tenhas vindo.
Não há palavra. O verbo se rende. A língua se cala. Fica o ar meu suspiro antigo se deitando onde você ainda não está.
Chamego? Tem. Mas é no plano onde o toque se pressente. É tua respiração adormecida na dobra do meu sonho. É tua fome em mim sem garra, mas inteira.
E eu fico. Fico te habitando por dentro com o corpo quieto e a alma nua.
Porque amar, às vezes, é só arder com elegância no silêncio da espuma / e nunca, jamais, tocar. ________________________________________ ✨ Feitiço Que Não Toca
Te amo sem te tocar. Mas é feitiço. De vela acesa na curva do tempo, de incenso antigo queimando a ideia de ausência.
Não encosto. Mas conjuro. Meu amor dança em tua pele como brisa que não se vê, mas arrepia. É rito do sentir / fogo invisível, filosofia do corpo que não exige corpo.
No templo do silêncio, acendo teu nome em pensamento. Não com letras, mas com símbolos. Sou arte que não se mostra. Magia que sussurra nas dobras do ar.
Amar, aqui, é alquimia: misturo saudade com presença, sentir com não-ter, você com tudo.
Não busco lógica. Busco o mistério que pulsa entre o ser e o pressentir. E quando tua ausência me visita, ela me toca mais fundo do que tua pele jamais poderia.
Sou sacerdotisa do que não se explica. Meu altar é teu rastro. Minha oferenda: a espera que arde sem exigir chegada.
Fica o eco, a sombra, o sussurro do universo que me devolve tua imagem quando fecho os olhos.
E eu fico. Fico em ti como um feitiço doce, como arte viva que não precisa ser pendurada. Como amor sem nome, sem medida, sem pele.
Porque amar, às vezes, é ser brasa quieta sob véu de névoa. É deixar queimar sem jamais tocar. ________________________________________
🜃 No Caldeirão do Tempo (por Elixandra Cardoso)
Sou a bruxa que não se queima. Aquela que ferve o tempo em panela de ferro com folhas de alecrim e perguntas antigas.
No meu caldeirão, o passado dança com o futuro, e o agora / arde. Misturo topázio com silêncio, pingo essência de alma, e mexo devagar: transmuto tudo em presença.
O feitiço não é pra outro, é pra mim. É filosofia temperada no azeite do sentir, com pitadas de saudade e brasas de amor que não exige forma.
Enquanto o incenso sobe, meus pensamentos descem. Desço no abismo do ser. Não pra achar resposta / mas pra aprender a arder sem saber.
Minha arte é invisível. Não penduro quadros, acendo portais. Sou feiticeira de mim mesma. Meu grito tem aroma, meu toque é verbo que não fala.
E o enxame de ideias? Ah, ele vem... Mas não me domina. Faço deles pólen para poesia futura.
Porque amar, viver, existir / é tudo isso junto: é abrir espaço entre o osso e o vento, entre o gesto e o mistério, e deixar queimar o que precisa morrer, pra que a alma respire sem grades.
Eu sou chama que filosofa. Corpo que sussurra. E o tempo? O tempo eu não espero. Eu tempero. ________________________________________
🌙 no Sal da Sombra
Hoje não acendo luz. Acendo a sombra. Deixo que ela me conte onde escondi partes minhas com medo de brilhar demais.
O feitiço começa assim: um punhado de sal grosso, uma flor seca de jasmim e uma pergunta antiga que ninguém teve coragem de ouvir.
No meio do peito, uma obsidiana bruta / preta como tudo que é fundo e não quer ser polido. É nela que vejo meu reflexo sem maquiagem.
A lua minguante me olha de lado, cúmplice do que esvazio. Ela me ensina a não querer sempre. Me ensina o dom de minguar pra depois transbordar.
Bebo um gole de vinho escuro, e o tempo some. O vento entra pela fresta e traz um cheiro que me lembra de um amor que não vivi / mas ainda pulsa em mim como se tivesse sido ontem ou daqui a milênios.
Sento no chão do labirinto. Não quero saída. Quero sentir o caminho inteiro, mesmo que ele não leve a lugar nenhum. Porque o centro sou eu / e minha alquimia não tem mapa.
No final, deixo cair uma pitada de poeira estelar no altar do agora. E juro em silêncio: não quero mais a luz que cega. Quero a escuridão que revela.
Nota da Autora
Estas palavras não são apenas textos / são pulsações. Estão em processo literári, em trânsito, em flor. Têm meu ritmo, minha digital, minha alma. Por isso, peço: respeite a integridade. Este é um avanço do meu silêncio tornado verbo. Uso não autorizado é ferida. Criação é sagrada.....Cada palavra expressa uma identidade artística em construção. Por isso, é vedada qualquer reprodução, modificação ou uso sem autorização. Respeitar a integridade da obra é respeitar o caminho de quem a escreve......
Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 14/06/2025 às 19h28
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. 14/06/2025 13h19
Iluminismo e Idealismo: A Autonomia da Razão e o Devir da Realidade/Kant, Hegel, Fichte e Schelling e outros.....
Introdução
medieval para o moderno caracteriza-se por uma profunda reconfiguração epistemológica e ontológica. O predomínio da teologia e da autoridade religiosa como fundamentos do saber cede lugar à centralidade da razão autônoma e do sujeito cognoscente. No contexto do Iluminismo, Immanuel Kant estabelece uma inflexão decisiva ao distinguir os juízos a priori, independentes da experiência, dos juízos a posteriori, baseados na experiência empírica / movimento que visa fundamentar a metafísica como ciência, preservando os limites da razão.
A modernidade filosófica tem como ponto inaugural o cogito cartesiano / cogito, ergo sum / que desloca o fundamento do conhecimento para a subjetividade. Desse ponto emerge o Idealismo Alemão, no qual Fichte e Schelling aprofundam a tese de que a realidade é inseparável da atividade do Eu, enquanto Hegel propõe um sistema dialético no qual o real se realiza como totalidade racional em constante movimento. Em Hegel, a verdade não é substância estática, mas sujeito em processo / realidade compreendida como devir, superação (Aufhebung) e unidade dos contrários.
Nesse percurso, a célebre metáfora da coruja de Minerva / que só alça voo ao entardecer / simboliza a reflexão filosófica que se dá a posteriori, como compreensão conceitual de um tempo que já se formou. A filosofia, portanto, não prescreve os rumos da história, mas os reconstrói em seu momento de maturidade.
________________________________________
A linha conceitual desde Sócrates e Aristóteles;
A contradição central (fé x razão, substância x sujeito, essência x existência etc.);
E qual foi a pauta filosófica repassada ou superada nessa transição (o que se manteve, o que foi criticado, e o que evoluiu).
Introdução expandida
A história da filosofia ocidental é marcada por uma tensão contínua entre permanência e transformação. Desde Sócrates, a filosofia se propõe a buscar a verdade por meio do logos e do exame racional; em Aristóteles, essa busca se articula na tentativa de compreender a realidade a partir de causas, substâncias e formas / uma metafísica da essência. Durante a Idade Média, essa metafísica é reelaborada sob a ótica cristã, onde razão e fé coexistem, mas com primazia do dogma revelado. A razão é, nesse contexto, subalterna à teologia.
A Modernidade inaugura uma ruptura radical com esse paradigma. A pauta filosófica desloca-se da investigação do ser em si para a investigação das condições do conhecer. O sujeito torna-se o novo centro de gravidade do saber. Com Descartes e o seu cogito, ergo sum, a certeza funda-se não mais na realidade externa ou divina, mas na consciência que pensa. Kant, por sua vez, retoma essa questão e elabora uma revolução copernicana ao afirmar que não é o sujeito que se ajusta ao objeto, mas o objeto que é conhecido conforme as estruturas a priori da mente humana / tempo, espaço e categorias do entendimento.
Essa mudança epistemológica traz consigo uma contradição: se todo conhecimento está mediado pelas formas do sujeito, como pensar o real em si, o absoluto? Essa tensão será enfrentada pelo Idealismo Alemão. Fichte radicaliza a autonomia do Eu; Schelling busca conciliá-lo com a natureza; e Hegel propõe a superação dessa cisão por meio da dialética — movimento que reconcilia contradições em um processo histórico e racional de autoconhecimento do espírito. O real é racional, e a verdade não é substância imóvel, mas sujeito em processo.
A pauta filosófica repassada desde os antigos / a busca por um princípio unificador do real / é mantida, mas profundamente transformada. Da substância estática de Aristóteles à subjetividade dinâmica de Hegel, vemos uma transição onde o ente dá lugar ao vir-a-ser, e a essência é substituída pela existência em movimento. Como a coruja de Minerva, que só alça voo ao entardecer, a filosofia compreende o espírito do tempo apenas a posteriori, ao fim de sua formação, oferecendo não respostas definitivas, mas a reconstrução conceitual de um percurso histórico da razão.
1. Sócrates, Aristóteles e a metafísica da essência
2. A síntese medieval: razão e fé
3. A virada cartesiana: o sujeito como fundamento
4. Kant e os limites da razão
5. O Idealismo Alemão e a dialética do espírito
6. A coruja de Minerva e o papel da filosofia na história
1. Sócrates, Aristóteles e a metafísica da essência
A filosofia clássica grega estabeleceu os alicerces conceituais do pensamento ocidental. Sócrates inaugurou uma nova forma de filosofar, centrada no exame racional da vida e na busca pela verdade através do diálogo. Aristóteles, por sua vez, sistematizou o conhecimento em categorias lógicas e metafísicas, propondo que todo ente é constituído por matéria e forma, e que a essência precede a existência. Sua metafísica busca os princípios primeiros do ser, centrada na ideia de substância como base da realidade.
2. A síntese medieval: razão e fé
Durante a Idade Média, o pensamento aristotélico foi incorporado à teologia cristã, sobretudo por Tomás de Aquino. A razão era vista como instrumento para compreender e justificar as verdades reveladas pela fé. A filosofia submete-se à teologia, mantendo a estrutura metafísica da essência como eixo central. O conhecimento visava a Deus como causa primeira e fim último do ser. No entanto, essa relação entre razão e fé começaria a se transformar com o Renascimento e a ascensão da ciência moderna.
3. A virada cartesiana: o sujeito como fundamento
No século XVII, com Descartes, ocorre uma mudança radical: a certeza não é mais buscada no mundo externo ou em Deus, mas no próprio sujeito pensante. "Cogito, ergo sum" torna-se o novo ponto de partida da filosofia. Essa virada desloca o foco da ontologia para a epistemologia. O sujeito autônomo, capaz de duvidar de tudo exceto de sua própria existência como pensante, passa a ser a base do conhecimento. Inicia-se assim a modernidade filosófica, que busca fundamentar o saber a partir da consciência.
4. Kant e os limites da razão
Kant, no século XVIII, radicaliza essa perspectiva ao propor uma revolução copernicana na filosofia: não é mais o sujeito que se ajusta ao objeto, mas é o objeto que é conhecido conforme as estruturas a priori do sujeito. Ele distingue o conhecimento empírico (a posteriori) do conhecimento puro (a priori) e delimita os limites da razão humana. A metafísica tradicional, segundo Kant, não pode fornecer conhecimento seguro sobre o "em si" das coisas, mas apenas sobre os fenômenos. A razão ganha autonomia, mas também encontra seus limites.
5. O Idealismo Alemão e a dialética do espírito
Com Kant abre-se o caminho para o Idealismo Alemão. Fichte afirma que o Eu absoluto é o princípio de toda realidade; Schelling busca reconciliar sujeito e natureza em uma unidade original. Hegel, por sua vez, propõe a dialética como princípio fundamental: a realidade é compreendida como um processo de superação de contradições (Aufhebung), no qual o espírito se reconhece a si mesmo através da história. A verdade não é substância estática, mas sujeito em movimento.
6. A coruja de Minerva e o papel da filosofia na história
Para Hegel, a filosofia é compreensão conceitual da realidade, mas só pode surgir quando uma forma de vida ou um período histórico está se encerrando. Daí a imagem da coruja de Minerva, que só alça voo ao entardecer. A filosofia é, portanto, reflexão tardia, que reconstrói o sentido de uma época apenas quando ela já se manifestou. Entre a substância de Aristóteles e o sujeito de Hegel, vemos um longo processo de transição, onde a razão, antes serva da fé, torna-se protagonista da história e instrumento de liberdade conceitual.
Explicação expandida
1. Sócrates, Aristóteles e a metafísica da essência
A filosofia clássica grega estabeleceu os alicerces conceituais do pensamento ocidental. Sócrates inaugurou uma nova forma de filosofar, centrada no exame racional da vida e na busca pela verdade através do diálogo. Ele se opunha aos sofistas, que usavam a retórica para persuadir, sem compromisso com a verdade. Sócrates introduziu o método dialético — a maiêutica — como forma de levar o interlocutor à descoberta de verdades por meio do questionamento.
Aristóteles, por sua vez, sistematizou o conhecimento em categorias lógicas e metafísicas, propondo que todo ente é constituído por matéria e forma, e que a essência precede a existência. Sua metafísica busca os princípios primeiros do ser, centrada na ideia de substância como base da realidade. Para Aristóteles, a substância é aquilo que permanece constante sob as mudanças, sendo o fundamento do ser individual e do conhecimento universal.
2. A síntese medieval: razão e fé
Durante a Idade Média, o pensamento aristotélico foi incorporado à teologia cristã, sobretudo por Tomás de Aquino. A razão era vista como instrumento para compreender e justificar as verdades reveladas pela fé. A filosofia submete-se à teologia, mantendo a estrutura metafísica da essência como eixo central. O conhecimento visava a Deus como causa primeira e fim último do ser.
A principal contradição da filosofia medieval era conciliar a razão grega com a fé cristã. Essa tensão gerou debates como o entre realismo e nominalismo: haveria universais reais, como defendia Platão e os realistas, ou apenas nomes e convenções, como queriam os nominalistas? A resolução parcial dessas tensões abriria caminho para a autonomia da razão no Renascimento e na modernidade.
3. A virada cartesiana: o sujeito como fundamento
No século XVII, com Descartes, ocorre uma mudança radical: a certeza não é mais buscada no mundo externo ou em Deus, mas no próprio sujeito pensante. "Cogito, ergo sum" torna-se o novo ponto de partida da filosofia. Essa virada desloca o foco da ontologia para a epistemologia. O sujeito autônomo, capaz de duvidar de tudo exceto de sua própria existência como pensante, passa a ser a base do conhecimento. Inicia-se assim a modernidade filosófica, que busca fundamentar o saber a partir da consciência.
Contudo, essa nova base trouxe consigo uma nova contradição: como garantir que as ideias do sujeito correspondem à realidade? O dualismo cartesiano entre res cogitans (pensamento) e res extensa (matéria) inaugura um problema que atravessará os séculos seguintes: o da relação entre sujeito e mundo.
4. Kant e os limites da razão
Kant, no século XVIII, radicaliza essa perspectiva ao propor uma revolução copernicana na filosofia: não é mais o sujeito que se ajusta ao objeto, mas é o objeto que é conhecido conforme as estruturas a priori do sujeito. Ele distingue o conhecimento empírico (a posteriori) do conhecimento puro (a priori) e delimita os limites da razão humana.
Kant analisa três tipos de juízos: analíticos a priori (ex.: "todo corpo é extenso"), sintéticos a posteriori (ex.: "a maçã é vermelha") e o mais inovador — os juízos sintéticos a priori — que são universais e necessários, mas ampliam o conhecimento (como os da matemática e da física). Com isso, ele tenta garantir a validade do conhecimento científico sem recorrer à metafísica clássica.
A metafísica tradicional, segundo Kant, não pode fornecer conhecimento seguro sobre o "em si" das coisas (númeno), mas apenas sobre os fenômenos, ou seja, como as coisas aparecem ao sujeito. A razão ganha autonomia, mas também encontra seus limites. A contradição fundamental que Kant aponta é a pretensão da razão pura de conhecer o absoluto sem o auxílio da experiência.
5. O Idealismo Alemão e a dialética do espírito
Com Kant abre-se o caminho para o Idealismo Alemão. Fichte afirma que o Eu absoluto é o princípio de toda realidade; o mundo é posto pela ação do Eu. Schelling busca reconciliar sujeito e natureza em uma unidade original, onde a razão e a natureza são expressões de um mesmo absoluto.
Hegel, por sua vez, propõe a dialética como princípio fundamental: a realidade é compreendida como um processo de superação de contradições (Aufhebung), no qual o espírito se reconhece a si mesmo através da história. A verdade não é substância estática, mas sujeito em movimento. A tríade hegeliana / tese, antítese e síntese / expressa esse movimento do real, onde cada etapa da história é uma realização parcial da razão, superada e preservada na etapa seguinte.
A grande síntese hegeliana consiste em superar a cisão kantiana entre sujeito e objeto: para Hegel, o real é racional e o racional é real. A contradição é motor do desenvolvimento, e não um obstáculo. O Espírito absoluto realiza sua liberdade ao se conhecer como sujeito da história.
6. A coruja de Minerva e o papel da filosofia na história
Para Hegel, a filosofia é compreensão conceitual da realidade, mas só pode surgir quando uma forma de vida ou um período histórico está se encerrando. Daí a imagem da coruja de Minerva, que só alça voo ao entardecer. A filosofia é, portanto, reflexão tardia, que reconstrói o sentido de uma época apenas quando ela já se manifestou.
Entre a substância de Aristóteles e o sujeito de Hegel, vemos um longo processo de transição, onde a razão, antes serva da fé, torna-se protagonista da história e instrumento de liberdade conceitual. A história da filosofia é, nesse sentido, uma narrativa dialética de contradições que se resolvem produzindo novos horizontes. A filosofia, então, não apenas reflete o mundo, mas é parte ativa de seu vir-a-ser.
Pronto. O texto agora está mais técnico e conceitualmente claro: aprofundei os conceitos centrais (substância, sujeito, juízo sintético a priori, dialética etc.), destaquei as contradições que cada autor ou escola tentou superar, e incluí a tensão entre razão e fé como pauta central desde a Antiguidade até o Idealismo Alemão.
Conclusão: A razão como fio condutor histórico
A trajetória da filosofia ocidental, da metafísica aristotélica à dialética hegeliana, revela um processo contínuo de deslocamento do fundamento do real: da substância estática ao sujeito em movimento. Cada etapa marca não apenas uma mudança conceitual, mas uma reformulação da própria maneira de pensar a realidade, o conhecimento e a liberdade.
O que na Antiguidade era buscado como essência imutável, e na Idade Média foi subordinado à fé, na modernidade passa a ser medido pela capacidade do sujeito de conhecer / primeiro como consciência cartesiana, depois como estrutura transcendental kantiana, até culminar no Espírito absoluto hegeliano.
As contradições não são eliminadas, mas transformadas em motores do pensamento. A cisão entre sujeito e objeto, razão e fé, liberdade e necessidade, deixa de ser um impasse para tornar-se o próprio terreno da filosofia. A dialética, nesse sentido, não é apenas um método, mas a expressão de que a verdade se faz no tempo — e que pensar é participar da história do real.
A filosofia, como disse Hegel, não antecipa o futuro, mas compreende o passado. Sua tarefa não é fundar o mundo, mas dar sentido a ele / quando este já se manifestou. O pensamento, portanto, é herdeiro de contradições e construtor de sínteses, e só compreende a si mesmo ao reconhecer sua inserção no fluxo histórico da razão.
Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 14/06/2025 às 13h19
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Introdução: Da Filosofia Medieval à Moderna / René Descartes / Maquiavel e outros filósofos
A transição da filosofia medieval para a moderna marca uma profunda mudança na forma como o ser humano compreende a si mesmo, o mundo e o conhecimento. Enquanto a filosofia medieval era fortemente ligada à teologia cristã e buscava conciliar fé e razão / com pensadores como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino /, a filosofia moderna inicia um movimento de ruptura, valorizando mais a razão autônoma e a investigação crítica.
No fim da Idade Média, com o Renascimento, o surgimento da ciência moderna e as transformações culturais e sociais da Europa, cresce o questionamento das autoridades tradicionais, incluindo a Igreja. Filósofos modernos como Descartes, Locke, Hobbes e Kant inauguram uma nova era centrada no sujeito pensante, na razão como fonte de certeza e na busca por fundamentos seguros para o conhecimento e a moral.
Esse movimento de transição foi fortemente impulsionado pelo Humanismo Renascentista, que resgatou os valores da Antiguidade clássica e colocou o ser humano / sua dignidade, liberdade e capacidade racional / no centro das reflexões. O humanismo promoveu uma visão mais otimista da natureza humana e contribuiu decisivamente para o nascimento da filosofia moderna, ao enfatizar a autonomia do pensamento e a valorização da experiência humana no mundo terreno.
Nesse contexto de transição, destaca-se Maquiavel (1469–1527), autor de O Príncipe, cuja obra inaugura uma nova forma de pensar a política. Diferente da tradição medieval, que subordinava o poder político à moral cristã, Maquiavel analisou o poder de forma realista e autônoma, com base na experiência e na natureza humana. Por isso, ele é considerado um precursor da filosofia moderna, especialmente no campo da ciência política.
A partir desse solo fértil, surge o Iluminismo, no século XVIII, como um desdobramento da razão moderna. O Iluminismo leva adiante os ideais racionais e humanistas, defendendo a liberdade de pensamento, o progresso científico, os direitos individuais e a separação entre Igreja e Estado. É nesse momento que a razão atinge seu auge como guia da vida social, política e moral, moldando os fundamentos das sociedades modernas.
Com o avanço da ciência moderna, especialmente após Galileu e Newton, a filosofia passa a buscar fundamentos sólidos para o conhecimento. É nesse contexto que nasce o Racionalismo, com pensadores como René Descartes, que afirma que a razão é a principal fonte do saber seguro. Sua célebre frase “Penso, logo existo” inaugura a centralidade do sujeito pensante na filosofia moderna. Em oposição ao racionalismo, surge o Empirismo, representado por filósofos como Locke e Hume, que sustentam que todo conhecimento vem da experiência sensível.
Essa tensão entre razão e experiência será retomada por Immanuel Kant, que tenta conciliá-las em sua filosofia crítica. Com Kant, já entramos no período do Iluminismo, um movimento filosófico do século XVIII que valoriza a razão, a liberdade, o progresso e a autonomia do indivíduo. Filósofos iluministas como Rousseau, Voltaire e Montesquieu questionam as bases do absolutismo, da intolerância religiosa e da ignorância, propondo uma nova organização da sociedade baseada na liberdade e na razão.
O pensamento de Kant abre as portas para o Idealismo Alemão, desenvolvido por Fichte, Schelling e especialmente Hegel, que busca compreender a realidade como expressão da razão em processo. Em Hegel, a razão não está apenas no indivíduo, mas se manifesta na história, na cultura e no espírito humano em constante desenvolvimento.
Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 11/06/2025 às 13h31
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FÁBULA DOS RATOS 🐀 Quem não estuda o comportamento humano é facilmente manipulado.
🐀🐀🐀 FÁBULA DOS RATOS 🐀🐀🐀
Fábula sombria sobre comportamento manipulação e transformação da natureza / algo que lembra metáforas psicanalíticas ou críticas sociais profundas. A analogia com os ratos é poderosa.....
Minha vovó me ensinou como eliminar os ratos de uma ilha. Cavamos um buraco e enterramos um barril.... Deixamos ele aberto, com um coco lá dentro / a isca perfeita..... Os ratos, atraídos pelo cheiro, caem um a um no fundo.... Esperamos um mês.... O barril está cheio.... Prendemos todos os ratos.....
E aí? Jogamos o barril no mar? Queimamos? Não…..
Apenas deixamos ele ali.... Eles começam a sentir fome..... E um por um, começam a se devorar.... Até que restam dois.....
E agora? Matamos os dois? Também não.
Soltamos os sobreviventes nas árvores... Mas algo mudou neles…. Eles já não comem mais coco..... Agora, só comem ratos.....
Mudamos sua natureza.....
Essa metáfora serve como um alerta: Se você não entende como o comportamento humano funciona / Você pode ser manipulado. Condicionado. Transformado. E nem vai perceber.
Introdução
Fábula moderna / uma narrativa curta, simbólica, que utiliza animais para transmitir uma lição sobre a natureza humana. O que a torna tão poderosa é justamente essa camada de metáfora: não é só sobre ratos / é sobre como o ambiente molda o comportamento, como a necessidade pode corromper e como quem manipula o ambiente controla a transformação.
Ela lembra o estilo de fábulas clássicas (como as de Esopo), mas com uma carga crítica mais sombria e contemporânea, próxima de autores como George Orwell (A Revolução dos Bichos).....
Elixandra cardoso
Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 11/06/2025 às 12h15
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. 09/06/2025 13h37
“Crê para compreender, compreender para crer.” ( paganismo/ neopaganismo e outrs filosofias) é uma introdução pessoal
“Compreender para crer” (intellectus fidei) Esse caminho parte da razão:
Investiga, questiona, compreende os fundamentos, e só então crê.
Supõe que a fé pode ser sustentada pela razão e pelo entendimento racional do mundo e de Deus.
É o oposto do caminho de Agostinho (“crê para compreender”), mas não o contradiz / são dois caminhos válidos e complementares.
✝️ São Tomás de Aquino dizia:
> “A razão é dom de Deus e deve ser usada para compreender as verdades da fé.”
Para ele, a fé e a razão não são inimigas, mas aliadas. Esse seu perfil mostra que você:
Gosta de entender o porquê das coisas;
Não aceita explicações prontas sem reflexão;
Vê valor na investigação filosófica e racional, mesmo ao falar de espiritualidade.
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Origem da palavra "pagão":
Vem do latim “paganus”, que originalmente significava "do campo", "aldeão".
Quando o Cristianismo começou a se espalhar nas cidades do Império Romano, muitas pessoas do campo ainda seguiam as religiões tradicionais greco-romanas (politeísmo).
Com o tempo, “paganus” passou a significar alguém que não era cristão.
✝️ Para os cristãos:
“Pagão” passou a designar:
Quem não cria no Deus único e verdadeiro.
Quem adorava vários deuses ou a natureza.
Quem não seguia a revelação cristã.
💬 Então por que a cultura greco-romana era considerada "pagã"?
Porque ela:
Não reconhecia o Deus único, eterno, criador.
Cultuava muitos deuses com características humanas.
Não tinha uma doutrina de salvação, pecado, ou redenção como no Cristianismo.
Misturava religião com mitos, rituais, política e festividades.
📌 Resumo:
Termo Significado no Cristianismo antigo
Pagão Pessoa que não crê no Deus único (Cristão/Judeu) Politeísta Crê em muitos deuses Monoteísta Crê em um único Deus
Ou seja, pagão não significa sem crença, mas sim com crenças diferentes do Cristianismo. ________________________________________
O que é ser "pagã" hoje?
Hoje, o termo "pagão" não tem mais o mesmo tom pejorativo que teve na Idade Média. Ele pode se referir a várias posturas, como:
. Espiritualidade ligada à natureza
Culto à Terra, às estações, aos elementos da natureza.
Respeito por tudo o que vive como sagrado.
Visto em caminhos como: Wicca, neopaganismo, druidismo, etc.
. Religiosidade politeísta
Crença em vários deuses (não apenas um único criador).
Pode vir da revalorização de mitologias antigas (grega, nórdica, celta, egípcia).
. Filosofia espiritual sem dogmas
Pessoas que não seguem uma religião tradicional (como cristianismo, islamismo, judaísmo), mas acreditam em uma força espiritual.
Veem o sagrado em tudo, mas não por meio de uma igreja ou escritura única.
🔍 Agora pense:
pensamento como considerar-se pagã nos dias atuais
> Você não acredita em um Deus único e pessoal, mas vê o divino em múltiplas forças, seres ou aspectos da natureza. >Você não segue nenhuma religião monoteísta tradicional, mas tem espiritualidade própria. > Você sente que tudo é sagrado / a vida, os ciclos, os fenômenos naturais / e que o sagrado está em tudo, não fora de tudo.
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🌿 Exemplo: panteísmo e paganismo O panteísmo/ tudo é parte de um Todo divino), pode ser vista como panteísta, e dependendo de como expressa essa visão (com ligação à natureza, à Terra, aos ciclos), pode também ser chamada de pagã moderna / mas num sentido positivo, como alguém com uma visão espiritual ampla e conectada com o mundo.... O divino está em tudo, respeita todas as formas, a natureza como sagrada / então sim, poderia se considerar pagã moderna, ou panteísta com espiritualidade natural. Mas isso não é uma obrigação nem uma identidade fechada. Você pode apenas dizer:
> “Eu sou alguém que busca o divino em tudo, sem rótulos...
Expandindo o pensamento filosófico e espiritual ao mesmo tempo / e com muita clareza. Vamos nomear e entender melhor essa visão: O sagrado em tudo Isso é panteísmo ou panenteísmo:
Panteísmo Tudo é Deus. O universo e Deus são a mesma realidade. Panenteísmo Deus está em tudo, mas também transcende tudo.
E isso é ir além do panteísmo possa ser que existe algo que transcende até mesmo o sagrado, pode-se perceber nas coisas. Isso se aproxima do panenteísmo filosófico, como o de Espinosa (panteísta) ou Teilhard de Chardin (panenteísta), ou até mesmo da ideia de Causa Primeira de Aristóteles e Tomás de Aquino, sem religião, mas com uma busca racional e espiritual.
A minha visão pode ser descrita assim:
> “Tudo é sagrado, tudo ensina, tudo está conectado. Não sigo nenhuma religião, mas sinto que existe uma realidade maior, uma causa primária, algo que transcende até mesmo o sagrado visível.” Isso é profundamente filosófico, espiritual e coerente...... Isso não quer dizer está sem fé / está com uma fé própria, construída com base na razão, na experiência e na sensibilidade...... também possibilidades de dinâmica e não estatístico ( pensamentos mudam, experiências experiências ensinam)
Referências ( para esse pensamentos)
Filosofia de Espinosa (Deus = natureza, tudo é uma só substância).
Misticismo natural (como no taoismo, budismo zen, ou mesmo na física quântica espiritualizada).
Panenteísmo moderno (como em Teilhard de Chardin).
Teologia Apofática (que diz que Deus é tão transcendente que não pode ser nomeado / está além das palavras e religiões). ________________________________________
Razão lógica Meu pensamento tem base racional para mim. Por quê:
Eu busco compreensão antes de aceitar (como Santo Agostinho).
Reflito sobre conceitos como Causa Primeira, transcendência, sagrado / todos próprios da filosofia.
Não aceito ideias prontas nem dogmas: eu venho construindo minha própria visão com questionamento.....
E isso para mim é uso da razão filosófica, como faziam Sócrates, Espinosa, Aristóteles.
. Fé (mas não religiosa)
Sim, também há fé no meu modo de pensar / mas não no sentido religioso tradicional. Minha fé é:
Uma confiança interior de que existe algo maior.
Tenho Uma abertura à possibilidade do mistério, daquilo que não se vê nem se explica totalmente.
Tenho uma percepção de que há um sentido oculto em tudo, mesmo sem provas ou doutrinas...... Isso é fé existencial, mais próxima de Kierkegaard, Jung ou Lao-Tsé do que de instituições religiosas.
. Sensibilidade espiritual
Meu modo de ver o mundo como sagrado revela:
Uma reverência pela vida, pela natureza, pelos processos.
Uma forma de "espiritualidade natural", onde tudo ensina e tem valor.
Uma intuição profunda de que o universo tem algo a comunicar, mesmo em silêncio.
👉 Isso pra mim é vivência espiritual direta, e não mediada por rituais ou textos sagrados.
Resumindo claramente :
Eu sou um alguém que pensa com a razão, sente com a alma e confia na intuição espiritual. Não dependo de religião. Mas também não nega o mistério.
Gosto de unir razão + fé + sensibilidade, de forma livre, pessoal e profunda.
Então é "Compreender para crer" Bacharel em filosofia Elixandra cardoso
Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 09/06/2025 às 13h37
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