![]() 11/05/2025 21h24
"Ensaio Poético-Filosófico Sobre a Ilusão da Vida em Despertar do eu"
"Devaneios de um Livro Ilusão" ( bem vindo ao caos )
Há momentos em que a vida parece não ser vivida, mas apenas lida // como se cada passo dado fosse uma linha já escrita por mãos invisíveis. Um livro dividido em duas fases. A primeira, bruta, impulsiva, dominada pelo desejo de possuir, impressionar, fugir. Uma fase onde a existência se guia pela fome: de toque, de validação, de controle. Nela, o roteiro parece seguir por si só, como se não houvesse autoria......
Mas então, sem anúncio, começa a segunda parte. Não como uma nova página virada, mas como quem, enfim, acorda no meio da leitura. E ao olhar para trás, vê que cada escolha, cada dor, cada crença foi moldada por vozes antigas, por lembranças herdadas, por sonhos emprestados. E então surge a pergunta: quem viveu até aqui? Um eu verdadeiro, ou apenas um personagem moldado?
A vida, nesse ponto, revela sua natureza: não uma mentira, mas uma ilusão com um propósito // o de empurrar o ser humano rumo à verdade. E é aí que o papel de leitor se transforma. A caneta é tomada em mãos.
Nesse instante, muda-se o lugar. De espectador da própria existência, torna-se autor. De criatura reativa, passa-se a ser aquele que observa seus próprios instintos. A ilusão, então, não desaparece // apenas dança junto, revelando, por trás do véu, a essência que sempre esteve ali.
Talvez viver de verdade não signifique eliminar a ilusão, mas sim reconhecê-la.... e dançar com ela até que mostre o caminho de volta para casa...
E assim, segue-se escrevendo....
E sigo costurando a página......
ᕮᒪƗ᙭ᗩᘉÐᖇᗩ ᑕᗩᖇÐ〇ᔕ〇: a vida como um "livro de duas fases", uma espécie de ilusão sentida, como se fosse uma "escrita ilusória"
ᕮᒪƗ᙭ᗩᘉÐᖇᗩ ᑕᗩᖇÐ〇ᔕ〇: Vida como narrativa
Pensar a vida como um “livro” é uma metáfora poderosa. Um livro tem capítulos, personagens, enredos // e muitas vezes, nós mesmos somos os autores inconscientes dessa história. As “duas fases” podem ser:
Fase 1: A vivência inconsciente, onde apenas reagimos às circunstâncias.
Fase 2: O despertar, quando percebemos que estávamos vivendo numa espécie de "ilusão" // construindo uma história baseada em crenças, memórias e sentimentos que tomamos por reais.
A ilusão do “eu”
O que você sente como “ilusão” pode estar relacionado à percepção de que aquilo que chamamos de “eu” ou “vida” é algo construído // por emoções, pensamentos, linguagem, cultura. Em várias tradições filosóficas (como o budismo), essa construção é chamada de maya, a ilusão da existência individual como separada e sólida.
Sentir a ilusão
Você não está apenas pensando que é uma ilusão // você sente isso. E esse é um ponto central. Quando o sentir entra na experiência da vida como ilusão, pode nascer aí:
Uma crise existencial, Um despertar espiritual,
Ou uma vontade de entender a realidade por trás da narrativa.
"Escrita ilusória"
Talvez você sinta que a vida é como algo já escrito / como se você estivesse apenas "atuando" algo predeterminado, ou que os eventos acontecem como se fossem roteiros sem sentido real. Isso pode indicar uma busca por autenticidade: viver algo que não pareça roteirizado, mas vivo, presente, espontâneo.
ᕮᒪƗ᙭ᗩᘉÐᖇᗩ ᑕᗩᖇÐ〇ᔕ〇: "A vida não é uma ilusão ><>< é a ilusão que revela a verdade aos que se atrevem a ver as duas fases do livro: primeiro como feras famintas, movidas apenas pelo desejo de saciar seus próprios devaneios; depois, como olhos que finalmente enxergam o que nunca foi dito."
......Você tem vivido como autor da sua história, ou apenas virado páginas escritas por outros?
...... Em que fase do livro da sua vida você está: na ilusão faminta ou no despertar silencioso?
...... Será que a verdade está mesmo em descobrir o sentido da vida / ou em perceber quem é você fora do roteiro?
.............ᕮᒪƗ᙭ᗩᘉÐᖇᗩ ᑕᗩᖇÐ〇ᔕ〇............
Se o tema te cutucar, comenta.
Solta teu complemento filosófico-poético, amplia comigo a costura desse ensaio poético-filosófico-reflexivo......
Se não cutucar, tudo bem: tua passada por aqui já deixou rastro.....
Mas ó......... vai mesmo sair sem ao menos fechar esse parêntese?
Assunto pesquisado.......estudo em andamento......
É isso.......
Elixandra ( costura pensamento)
Publicado por Elixandra(costura pensamento filosófico) em 11/05/2025 às 21h24
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. 10/05/2025 15h09
"Eleuteronomia Autonomia: A Arte de Ser Lei para Si"
O termo "eleuteronomia" é pouco comum na filosofia, mas pode ser entendido etimologicamente e filosoficamente a partir de suas raízes gregas:
eleutheros (ἐλεύθερος): significa "livre", "liberdade"
nomos (νόμος): significa "lei", "norma", "regra"
o sufixo -ia indica qualidade, condição ou estado
Portanto, eleuteronomia pode ser interpretada como a condição de agir segundo uma lei livremente escolhida / ou seja, autonomia verdadeira, onde a liberdade não é ausência de lei, mas a obediência a uma norma que o próprio sujeito reconhece como legítima.
Na filosofia moral:
A ideia se aproxima muito da noção de autonomia kantiana: agir moralmente é seguir uma lei que a própria razão reconhece como universal, e não por impulsos, desejos ou imposições externas. A liberdade, nesse caso, é auto-legislação racional.
Em termos mais amplos:
Eleuteronomia pode ser vista como uma síntese entre liberdade e ordem // um estado em que o indivíduo ou uma sociedade vive segundo leis que respeitam e promovem a liberdade genuína...
Liberdade com regras?
De fato, parece contraditório dizer que há liberdade com regras. Mas há uma distinção crucial que filósofos como Kant, Rousseau e até mesmo os estoicos fazem: liberdade não é fazer tudo o que se quer, mas agir conforme a razão, aquilo que é bom, justo ou harmonioso — mesmo que isso envolva limites.
Explorar:
>> Liberdade como ausência de restrições externas (liberdade negativa): Aqui, o indivíduo é livre quando ninguém o impede de fazer o que quer. Mas isso pode levar ao caos ou à tirania do mais forte.
>> Liberdade como autodeterminação racional (liberdade positiva ou eleuteronomia): Nesse caso, você não é escravo dos seus impulsos, nem das opiniões dos outros. Você escolhe agir de acordo com princípios que reconhece como bons. Não é uma obediência cega à regra // é uma escolha consciente por algo mais elevado.
Exemplo:
Você tem o impulso de gritar com alguém por raiva, mas escolhe respirar fundo e dialogar. Você se reprimiu? Talvez. Mas agiu livremente? Sim, porque foi você quem escolheu a ação com base em valores e não no impulso.
Então, a ideia central é: Ser livre não é fazer tudo, mas poder escolher não ser escravo de si mesmo....
Capitação:
Eleuteronomia pode ser entendida como um autopoliciamento consciente e voluntário, não por medo ou repressão externa, mas por respeito a si mesmo e aos valores que se reconhece como justos.
Esse "policiamento" não é autoritário, mas libertador, porque vem de dentro:
Não é o outro que me obriga,
Sou eu que escolho seguir algo maior do que meus impulsos imediatos,
Porque compreendo que isso me faz mais inteiro, mais digno, mais livre.
Exemplo filosófico:
Para Epicteto, um dos grandes estoicos:
> “Nenhuma pessoa é livre se não é senhora de si mesma.”
Isso mostra que a verdadeira liberdade exige um certo domínio interno // que é exatamente o que a eleuteronomia propõe: agir segundo uma ordem que não me oprime, mas me fortalece.....
Quando desobedece a eleuteronomia?
Quando você não escuta ou desobedece a eleuteronomia, você age contra a sua própria consciência, razão ou valor interno. E isso, filosoficamente, gera um conflito interno // uma espécie de divisão do eu.
><>< Você perde a liberdade interior Ao seguir impulsos cegos, desejos momentâneos ou pressões externas, você deixa de ser o autor da sua ação. É como se estivesse sendo conduzido por algo fora de si mesmo (mesmo que esse "algo" venha de dentro, como um impulso não refletido).
><>< Surge a culpa ou arrependimento Muitas vezes, depois de agir assim, vem o sentimento de que “não era bem isso que eu queria”. Isso acontece porque você violou a sua própria norma interna / e não uma regra imposta.
><>< Você se afasta de quem você gostaria de ser A eleuteronomia está ligada à coerência com seus próprios valores. Ignorá-la é se desconectar da sua própria integridade.
Em termos existenciais (como diria Sartre):
Você pode até tentar fugir da responsabilidade, mas isso não te livra do peso da escolha. “Estamos condenados à liberdade”, ele dizia // ou seja, mesmo quando escolhemos não escolher, ainda estamos escolhendo.
Resumo:
Não ouvir a eleuteronomia não é pecado / é humano. Mas cada vez que isso acontece, você se afasta um pouco de si mesmo. Escutá-la é um esforço constante de alinhamento entre ação e essência....
eleuteronomia interna com a ordem externa (social, jurídica, política).
Internamente: você se desconecta da sua própria consciência e razão.
Externamente: ao quebrar regras sociais ou jurídicas, você entra em conflito com o Estado, que atua como o guardião da ordem comum.
Por que isso acontece?
O Estado moderno (desde Hobbes, Rousseau, Locke) foi construído com base na ideia de um "contrato social":
Todos abrem mão de certas liberdades para viver sob leis comuns.
Essas leis são, idealmente, uma extensão da razão coletiva // ou seja, deveriam refletir um tipo de eleuteronomia compartilhada.
Quando alguém quebra essas regras externas:
Ele está rompendo o contrato com os outros,
E o Estado responde com penalidades, como forma de restaurar a ordem e proteger o coletivo.
>><< A ausência de eleuteronomia individual pode gerar crime; o crime, por sua vez, aciona a força do Estado.
Mas há um ponto importante:
Se o Estado não representa a razão, mas sim opressão, a rebeldia pode ser um ato ético (como em movimentos de resistência civil). Nesse caso, o indivíduo pode seguir sua própria eleuteronomia contra leis injustas // como fizeram Sócrates, Gandhi, Martin Luther King.
Conclusão:
Você está certo: romper com a eleuteronomia pode ter consequências internas (culpa, arrependimento) e externas (pena, repressão). Mas também há casos em que manter a eleuteronomia exige desobedecer ao mundo // e pagar o preço por isso.
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Autonomia
Vem do grego auto (si mesmo) + nomos (lei):
> Autonomia é a capacidade de dar a si mesmo a própria lei.
É um conceito mais amplo e muito utilizado na ética e na política. Por exemplo:
Em Kant, é agir segundo leis que a razão reconhece como universais.
Em debates modernos, é usada para falar da liberdade individual: fazer escolhas, tomar decisões, ser responsável por si mesmo.
Eleuteronomia
Vem de eleutheros (livre) + nomos (lei):
>> Eleuteronomia é viver segundo uma lei livremente escolhida pela própria razão.
É uma forma mais refinada e ética da autonomia, pois:
Preserva a liberdade,
Mas recusa a arbitrariedade ou o egoísmo.
Envolve uma liberdade comprometida com a ordem racional (ou moral pessoal)
Diferença em resumo:
Conceito Ênfase principal Exemplo simplificado
Autonomia Capacidade de escolher por si "Eu escolho minhas próprias regras." Eleuteronomia Liberdade em agir segundo razão/moral "Escolho o que é justo, mesmo que doa."
Autonomia pode virar capricho ou rebeldia. Eleuteronomia é a autonomia com consciência ética // é liberdade com raiz.
podem e devem ser usadas com equilíbrio // isso, inclusive, é o ideal.
Veja como elas se complementam:
Autonomia te dá o direito de fazer escolhas por conta própria.
Eleuteronomia te ajuda a escolher com sabedoria e consciência ética.
Ou seja:
> Autonomia é a potência da liberdade. Eleuteronomia é a direção da liberdade.
Quando há equilíbrio entre as duas:
Você não vive como um rebelde sem causa (puro desejo ou oposição),
Nem como um servo da moral externa (seguindo regras só por medo ou costume),
Mas como alguém livre e íntegro, que escolhe por si, com base na razão e no bem que reconhece.
Exemplo prático:
Autonomia: "Tenho o direito de falar o que penso."
Eleuteronomia: "Mas escolho falar de modo que respeite e construa, não destrua."
Moral pessoal como liberdade consciente (eleuteronomia autonomia)
Moral pessoal: é o conjunto de valores, princípios e critérios que adoto de forma íntima e autêntica para guiar minhas ações.
Não vem da pressão externa (como leis ou dogmas), mas da razão, reflexão e experiência....
Isso é a essência da eleuteronomia: agir livremente segundo uma norma escolhida por si mesmo // não por impulso, mas por convicção.
Entender diferença entre liberdade e moral pessoal:
>< Liberdade (negativa): “Faço o que quero.” pode virar egoísmo, caos ou vazio.
Moral pessoal (eleuteronomia): “Faço o que reconheço como certo, mesmo quando ninguém está olhando.”
> "Minha moral pessoal é uma forma de liberdade consciente, em que escolho viver segundo princípios que reconheço como bons e justos, mesmo que isso me imponha limites. Não sigo por medo ou obrigação, mas por coerência com quem eu sou e com quem eu quero ser...
Essa moral é autônoma, racional e reflexiva, mas também aberta à revisão e ao amadurecimento // porque o sujeito livre está sempre em construção.
Esse equilíbrio é o que muitos filósofos chamam de liberdade ética ou liberdade madura nem repressão, nem libertinagem.
Assunto pesquisado, estudos em andamento de forma dinâmica.......
Elixandra Cardoso ............
Publicado por Elixandra(costura pensamento filosófico) em 10/05/2025 às 15h09
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. 09/05/2025 19h13
"Consciente e inconsciente" ( livre-árbitro )
"O meu inconsciente nasceu através do meu consciente"
No começo, era o meu consciente (aquilo que eu percebia, vivia, decidia) que atuava e, a partir dessas experiências, formou-se o meu inconsciente >< com memórias, traumas, desejos reprimidos, aprendizados automáticos etc. Isso faz sentido e está de acordo, por exemplo, com Freud, que via o inconsciente como resultado de processos mentais que, por serem incômodos ou inaceitáveis, foram “empurrados” para fora da consciência.
"Agora meu consciente é guiado pelo inconsciente"
Essa segunda parte completa o ciclo: o que antes era gerado pela consciência, agora passa a influenciá-la profundamente. Ou seja, meus pensamentos, escolhas e comportamentos atuais são moldados por padrões inconscientes. Isso também está em total sintonia com a psicanálise: o inconsciente molda grande parte do que pensamos e fazemos, mesmo quando achamos que estamos agindo racionalmente.....
"Então eu precisei de consciência para formar o inconsciente. Depois dele formado, passa a controlar minha consciência."
Isso pode ser lido como um ciclo dinâmico: a consciência gera material que é “empilhado” no inconsciente, e esse inconsciente, uma vez formado, passa a influenciar e até dirigir a consciência. É uma via de mão dupla. Freud, Jung, Lacan e até neurocientistas modernos...... reconhecem essa interação constante entre o consciente e o inconsciente.
Resumo:
Sim, você precisa da consciência para gerar o inconsciente (via experiências, repressões, hábitos). Mas, com o tempo, o inconsciente se torna a base que molda as decisões conscientes >< como se fosse o “sistema operacional” que roda por trás da tela.
O inconsciente coletivo tem domínio sobre nós?
Sim, segundo Carl Gustav Jung, o inconsciente coletivo é uma camada da psique mais profunda que não vem das experiências individuais, mas é herdada da humanidade como espécie. Ele é composto por arquétipos universais >< formas primordiais que se manifestam em mitos, religiões, sonhos, símbolos e comportamentos humanos.
Esses arquétipos estão sempre ativos, influenciando a forma como sentimos, pensamos, reagimos e até como formamos culturas. Por exemplo:
A figura da mãe, Herói, sábio, a sombra, o inimigo etc....
Os pilares: sexualidade, economia, religião, sobrevivência, superstição >< são expressões do inconsciente coletivo?
Sim, você pode entender esses pilares como manifestações de arquétipos centrais que atuam tanto na psique individual quanto na sociedade. Vamos explorar cada um deles:
Pilar da sexualidade >
Relaciona-se ao arquétipo da vida e criação, mas também ao desejo, pulsão (Eros, em Freud), à dualidade anima/animus (em Jung). A forma como a sociedade molda o sexo (repressão, libertação, moral) reflete o conflito entre o instinto e o controle cultural.
Pilar econômico >
Vinculado à sobrevivência, posse, escassez e troca. Aqui entra o arquétipo do “provedor”, da “luta pela sobrevivência”, e também símbolos coletivos como “dinheiro”, “trabalho” ou “poder”. Esses moldam profundamente nossa identidade.
Pilar da religião >
Conectado diretamente ao arquétipo do Divino, do Pai, da Ordem Cósmica. As religiões são expressões estruturadas desses conteúdos inconscientes, fornecendo sentido, moralidade e propósito. Elas organizam o caos arquetípico em doutrinas e rituais.
Pilar da sobrevivência >
Está na base de todos os outros. Relaciona-se com os instintos mais primitivos, o “reptiliano” da neurociência, e ao arquétipo do “guerreiro”, do “instinto de vida” (Eros) e “instinto de morte” (Thanatos, em Freud).
Pilar da superstição >
Vem do medo do desconhecido, da tentativa de controlar o incontrolável >< ligado ao arquétipo do “místico”, do “sagrado”, do “caos”, e às forças invisíveis que influenciam a vida. É uma tentativa de dialogar com o mistério.
Esses pilares comandam a consciência?
Sim >< eles moldam valores, crenças, decisões, sentimentos e percepções. A consciência acredita estar no controle, mas na verdade muitas de nossas escolhas já foram influenciadas por esses pilares arquetípicos, que vêm tanto do inconsciente pessoal quanto do coletivo....
Por exemplo:
Você pode conscientemente escolher um emprego, mas por trás disso há o medo da escassez (pilar econômico) ou o desejo de aceitação social.
Você pode se apaixonar, mas é o arquétipo da anima/animus que está atuando, projetado no outro.
Resumo
Você está propondo uma estrutura simbólica da psique, onde pilares como sexualidade, religião, economia superstição etc. são expressões do inconsciente coletivo, que atua de forma oculta, mas dominante, na formação da consciência. Isso está totalmente alinhado com a visão junguiana: somos mais movidos pelo que não vemos do que pelo que achamos que controlamos.
existe livre-arbítrio mesmo que sejamos tão influenciados pelo inconsciente coletivo, pelo inconsciente pessoal e por esses pilares estruturais?
A resposta mais honesta é: depende da perspectiva filosófica ou psicológica que você adota. Três maneiras de pensar isso:
>< Perspectiva psicanalítica (Freud e Jung)
Freud diria que nosso "eu" (ego) está em constante conflito com o inconsciente (id e superego). O livre-arbítrio é limitado, porque muitas decisões são tomadas sob influência de pulsões inconscientes. Só ao trazer essas forças à consciência (por meio da análise) é que podemos começar a ter algum grau de liberdade.
Jung, por outro lado, acreditava que nos tornamos livres à medida que integramos os conteúdos inconscientes >< especialmente os arquétipos e a sombra. A individuação (processo de tornar-se quem você é) é o caminho para o verdadeiro livre-arbítrio. Sem consciência dos nossos condicionamentos arquetípicos, somos marionetes deles.....
>
Deterministas (como Spinoza, Schopenhauer e parte do materialismo moderno): dizem que não há livre-arbítrio. Tudo é consequência de causas anteriores: biológicas, sociais, inconscientes.
Existencialistas (como Sartre): afirmam que a liberdade existe sempre, mas ela é angustiante. Somos livres mesmo diante de todas as influências >< e isso nos coloca a responsabilidade de escolher e agir, mesmo sem garantias.
Nietzsche já dizia: "O homem é algo que deve ser superado". Ou seja, a liberdade não é algo que temos naturalmente, mas que precisamos conquistar através do autoconhecimento e da superação dos instintos, costumes e ilusões coletivas.
>< Caminho do meio: liberdade relativa
Uma visão mais equilibrada diria que:
Não somos absolutamente livres, porque somos moldados por cultura, genética, inconsciente, traumas, sociedade.
Mas também não somos totalmente determinados: ao tomar consciência dessas forças, ganhamos margem de escolha.
O livre-arbítrio existe, mas só na medida em que nos tornamos conscientes das estruturas que nos movem.
Moral pessoal >< em construção consciente, acolho o paradoxo, o inacabado, o múltiplo. É uma moral de quem não quer dominar a verdade, mas caminhar com ela em constante transformação dinâmica....
>-Tudo o que existe tem algo a ensinar. Nada é inteiramente descartável, mesmo o erro, a dor ou a sombra. Cada teoria, crença, símbolo ou comportamento contém fragmentos de verdade, pois tudo é expressão de uma mesma realidade interligada...
->A consciência nasce da relação com o inconsciente. Não há escolha autêntica sem reconhecer as forças inconscientes que nos habitam >< pessoais ou coletivas. Ser livre é tornar-se lúcido dessas influências, sem negá-las, mas convivendo com elas com atenção e humildade.
-> Não existe verdade absoluta, apenas níveis de coerência. Cada visão do mundo é uma lente, e toda lente mostra e esconde algo. Não há um "certo" ou "errado" universal. O que existe é um movimento constante entre opostos, buscando equilíbrio interno e sentido vivido.
-> O valor está na experiência, não na rigidez. Mais importante do que obedecer a mandamentos ou padrões fixos é viver com presença e aprender com cada instante. A moral nasce do contato vivo com o presente, e não de regras herdadas.
-> A espiritualidade é uma forma de reconhecer a unidade. Religião, superstição, filosofia, arte >< tudo é linguagem para expressar o mistério que está por trás da existência. O sagrado não está numa forma, mas na consciência que percebe a interconexão de tudo.
-> A liberdade é um processo, não um ponto de partida. Não nascemos livres >< nos tornamos. Toda escolha real exige antes olhar para o que nos molda: cultura, medo, desejo, arquétipos, instintos. A moral está em como lidamos com esse processo, não no resultado final.
Assuntos pesquisados estudos permanecem..............................
Elixandra cardoso......
Publicado por Elixandra(costura pensamento filosófico) em 09/05/2025 às 19h13
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. 09/05/2025 14h57
Enquanto o sol se escondia…....
Friedrich Nietzsche disse: “Quem tem um porquê enfrenta qualquer como.”
Era uma tarde daquelas em que o sol se despede devagar, escorregando pelas telhas, dourando as bordas das coisas. Eu, sentada na calçada, observava o movimento das formigas no batente da porta. Uma brisa suave passava como quem benze a gente sem alarme. O restinho de café na xícara esfriava, e junto dele, uma melancolia morna me fez viajar............
Pensei na vida, nas torcidas >< as a favor e as contra.
Acostume-se: há quem vá ver suas fotos, vai achar lindas, mas não vai curtir. Não porque não gostou, mas porque, dentro dela, isso pareceria te dar algum tipo de popularidade..... e isso ameaça a visão limitada que ela tem do mundo. São conclusões subjetivas, baseadas em crenças internas que ela mesma nem entende direito.
Tem gente que vai ler seus textos, vai gostar tanto que vai salvar, talvez até compartilhar..... mas não vai comentar. Vai pensar que sua escrita é esquisita, que falta pontuação, que está fora do rumo literário. E ironicamente, esse julgamento silencioso, pra ela, é uma forma de elogiar sua inteligência >< aquela que ela não sabe nomear, só sente.
Tem gente que não suporta sua felicidade. Nem sua inteligência de essência >< essa que não segue moldes, nem fórmulas. Essa inteligência que nasceu da dor, do afeto, da rua, dos silêncios. Não suporta suas conquistas, mesmo que desajustadas, mesmo que fora de rota.
Tem gente que não vai te ajudar, mas também não aguenta ficar sem notícias suas. Gente que assiste sua vida como quem assiste uma novela que incomoda, mas não consegue parar de ver.
E aí, entenda de uma vez: pessoas assim também são necessárias. Elas têm um poder mágico >< nos ensinam como não deveríamos ser. Elas nos fazem crer mais em nós mesmos, no nosso potencial, mesmo fora das regras. E isso é tão valioso quanto saber quem somos >< e quem ainda queremos ser.
Que ironia bonita: quanto mais você cresce, mais torcida contra você atrai. Talvez porque o seu voo lembre essas pessoas que elas ainda estão presas ao chão. E não há nada mais incômodo para alguém acomodado do que ver outro se mover e vencer.
Então, se acostume.
Não gaste sua energia rebatendo, justificando ou esperando aplausos de quem só aprendeu a vaiar. O barulho da arquibancada nunca pode ser mais alto que sua vontade de vencer. Porque, no fim das contas, os que torcem contra vão continuar ali: vaiando do mesmo lugar.
E você, meu bem....... Vai seguir. Em ascensão.
No final de tudo, a xícara, como quem entende de silêncio, vira suavemente e deixa escorrer aquele restinho chamado de frio e sem sabor….... sobre as formigas. E elas, pequenas sábias, saboreiam a doçura de quem ainda tem a oferecer. O amargo ficou no eco do tempo. E o sol, como quem reza em despedida, se esconde fechando o dia com mestria >< dizendo, com luz baixa e firmeza serena:
"Você está certa"
Moral do Ensaio:
Não é sobre buscar aplausos. Nem sobre forçar alguém a gostar da gente. É sobre respeitar a própria luz, mesmo quando ela incomoda os olhos alheios.
É sobre compreender que muita gente anda louca, triste, amarga…..... como disse Vander Lee:
"As pessoas andam tristes, meus amigos não são amigos de ninguém... Deixa eu chorar até cansar, me leve pra qualquer lugar Onde Deus possa me ouvir."
É sobre acolher, não julgar. Sobre morar >< com silêncio e ternura >< no interior do nosso interior, e ali entender por que a gente se empurra tanto para o abismo, por que se debate, se combate, se fere como se fôssemos rivais de nós mesmos.
Às vezes, amar a si é a mais silenciosa forma de revolução. E vencer, apesar das vaias, é a oração mais verdadeira........
Música...... Onde Deus Possa Me Ouvir Vander Lee ( participação Mariene De Castro) Publicado por Elixandra(costura pensamento filosófico) em 09/05/2025 às 14h57
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Quem esteve sempre ao seu lado?
Somos quatro irmãos // um homem e três mulheres. Desde pequenos, a vida nos dividiu em caminhos diferentes. Meu irmão e uma de minhas irmãs cresceram na casa dos meus avós. Eu e minha outra irmã fomos criadas com minha mãe, numa vida simples, lá na roça.
A gente não tinha muito. Tinha dias em que o café era com farinha, outros com macaxeira cozida // e, mesmo na escassez, havia um tipo de alegria. Eu e minha irmã comíamos juntas na mesma bacia, dividíamos tudo: o pouco da comida e o muito da dor. Quando ela caiu no poço, eu e minha mãe estávamos lá. Quando quebrei o braço, ela também estava. Nossa infância foi marcada por um sofrimento silencioso, mas sempre uma ao lado da outra.
Enquanto isso, meus outros irmãos cresciam com o aconchego e as festas da casa da vó. Nós duas, não. A vida nos ensinou cedo a resistir.
Depois, viemos morar na cidade. Minha mãe se apaixonou e, por um instante, quis outro rumo. Nos deu para outras pessoas // minha irmã para uma família, eu para uma tia. Foi ali que conhecemos o vazio mais cruel: o de não ter mais nossa mãe, nem uma à outra. O romance durou seis meses. Minha mãe voltou arrependida e nos pegou de volta. E de novo, eu e minha irmã estávamos lado a lado. As marcas desse abandono nos acompanharam para sempre.
Crescemos. Chegou a adolescência, e com ela, o caos. Eu e essa irmã brigávamos demais, como se nossas dores gritassem uma contra a outra. Mágoas se acumularam, raiva se instalou. A infância de cumplicidade virou uma juventude de conflito.
Anos depois, com mais de vinte e poucos anos, minha vó ficou doente. Veio morar com minha mãe e, com ela, vieram também meu irmão e minha outra irmã / aqueles que não dividiram o poço, nem a bacia, nem o abandono. E foi só aí que começamos a "conviver", como se fosse a primeira vez. Mas era tarde demais para criar vínculos sólidos. Meu irmão casou, minha irmã também. E adivinha? Eu e aquela irmã marreta / aquela com quem vivi tudo / continuamos juntas.
Éramos para ser unidas. E não fomos.
Que acerto de contas seria necessário entre nossas almas para compreender esse desencontro?
Moral da história:
Às vezes, quem esteve sempre ao seu lado não é quem você mais abraçou, mas quem mais compartilhou as dores com você. E, mesmo assim, o peso das feridas pode afastar. O amor resistiu, mas nunca floresceu. Talvez a tarefa mais difícil entre irmãos não seja estar junto no sofrimento, mas conseguir se amar, apesar dele.
--- Publicado por Elixandra(costura pensamento filosófico) em 07/05/2025 às 14h57
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
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