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Trivium e o Quadrivium (duas grandes divisões do conhecimento medieval)
Duas grandes divisões do conhecimento medieval que formavam a base do ensino nas escolas da época, muito ligadas à Escolástica: o Trivium e o Quadrivium.
. Trivium
👉 Trata da linguagem e do raciocínio / a base para compreender e expressar o conhecimento.
Disciplinas:
Gramática – aprender a linguagem correta;
Dialética (ou lógica) – aprender a argumentar e raciocinar;
Retórica – aprender a persuadir e se expressar com eficácia.
Foco: palavra, razão, interpretação de textos, principalmente textos sagrados.
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. Quadrivium
👉 Trata dos fenômenos do mundo, mas todos eles eram vistos como reflexos da ordem divina.
Disciplinas:
Aritmética – estudo dos números;
Geometria – estudo do espaço e das formas;
Música (harmonia) – estudo da proporção e do tempo;
Astronomia – estudo do movimento dos astros.
Foco: natureza, ordem cósmica, matemática do universo → tudo isso conduzia à compreensão de Deus como criador.
✝️ Sentido cristão:
Essas duas divisões não eram separadas da fé: Tanto o Trivium quanto o Quadrivium eram meios para compreender a criação e, por meio dela, conhecer Deus. ________________________________________
O Trivium e o Quadrivium foram usados principalmente na Escolástica, embora tenham começado a se formar no final da Patrística.
Resumo direto esclarecido:
Estrutura Período principal de uso
Trivium e Quadrivium Escolástica
Na Patrística (séculos I a V):
O foco era defender a fé cristã e formar uma base doutrinária.
Ainda não havia um sistema educacional bem estruturado nas escolas cristãs.
A formação era mais espiritual e teológica, com pouca sistematização.
Na Escolástica (séculos XI a XIV):
Surge o sistema educacional formal nas universidades medievais.
O ensino era dividido em Trivium (linguagem e lógica) e Quadrivium (ciências e matemática).
Esses dois juntos formavam as artes liberais, preparatórias para os estudos superiores (Teologia, Direito, Medicina). Ou seja, Trivium e Quadrivium são característicos da Escolástica, especialmente nas escolas monásticas e universidades medievais onde se formaram grandes pensadores como São Tomás de Aquino.
Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 09/06/2025 às 13h27
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Santo Agostinho (Patrística) / São Tomás de Aquino (Escolástica)
PATRÍSTICA Período: Século IV–V d.C.
Corrente: Patrística / fase inicial da filosofia cristã.
Objetivo principal: Defender a fé cristã diante do pensamento pagão, especialmente o neoplatonismo.
Inspiração filosófica: Platão.
Principais ideias: A fé precede a razão, mas ambas caminham juntas: “Crê para compreender, compreende para crer.”
O mal não é uma criação de Deus, mas ausência do bem.
A verdade está em Deus e só pode ser encontrada dentro da alma humana, pois Deus habita nela (“interior intimo meo”).
Forte defesa da graça divina e do papel da vontade.
Na Patrística (Santo Agostinho):
O método patrístico pode ser compreendido em duas etapas:
. Apologética
Defesa da fé cristã contra críticas de pagãos e heresias.
Argumentação para mostrar a superioridade da verdade cristã.
Exemplo: Agostinho refutando o maniqueísmo e o ceticismo.
. Dogmática
Explicação e desenvolvimento da doutrina cristã.
Interpretação filosófica dos dogmas à luz da fé.
Exemplo: Elaboração sobre a Trindade e a graça divina.
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São Tomás de Aquino (Escolástica)
Período: Século XIII.
Corrente: Escolástica / fase da filosofia cristã voltada à sistematização do saber teológico e filosófico.
Objetivo principal: Conciliar fé e razão de maneira sistemática.
Inspiração filosófica: Aristóteles.
Principais ideias: A razão pode demonstrar verdades naturais, e a fé revela verdades sobrenaturais / ambas vêm de Deus, então não se contradizem.
As famosas Cinco Vias para provar racionalmente a existência de Deus (ex: causa primeira, motor imóvel).
Defesa do direito natural, da lei eterna, e da ordem racional do universo.
Criação da Suma Teológica, obra que sintetiza fé cristã e razão aristotélica.
Na Escolástica (São Tomás de Aquino):
O método escolástico era muito estruturado, geralmente com duas partes principais no processo de ensino e investigação:
. Quaestio (Questão/Problematização)
Apresentação de uma dúvida ou problema filosófico/teológico.
Debate de opiniões contrárias, muitas vezes com citações de autores diversos.
. Disputatio (Disputa/Resolução)
Resposta à questão com argumentação racional, conciliando fé e razão.
Tomás de Aquino usava o método dialético, onde depois de apresentar objeções, vinha a “Respondeo” (eu respondo), com sua própria explicação.
Compreender partes deferêncial Escola Parte 1 Parte 2
Patrística Apologética (defesa) Dogmática (explicação) Escolástica Quaestio (problematização) Disputatio (resolução)
AULA BACHAREL EM FILOSOFIA ELIXANDRA CARDOSO
Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 09/06/2025 às 13h15
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Antropologia da Filosofia pode estudar a diferença entre o homem e o animal
Com um olhar mais profundo do que apenas biológico. Ela busca entender o que torna o ser humano único em termos de pensamento, linguagem, moral, cultura e consciência
Como devemos aborda essa questão? Ela pode refletir sobre perguntas como:
O que há de específico no ser humano que o distingue dos outros animais?
Só o ser humano filosofa?
Animais têm consciência? Têm cultura?
A linguagem humana é diferente da linguagem animal? Por quê?
Existe uma "natureza humana"?
Exemplo de temas filosóficos abordados:
Friedrich Nietzsche e Martin Heidegger pensaram sobre o que faz o homem ser "mais do que um animal".
Arnold Gehlen (filósofo e antropólogo) disse que o ser humano é um "animal carente", ou seja, não tem instintos prontos para tudo e precisa criar cultura para viver.
Herder e Kant pensaram no homem como um ser capaz de autorreflexão e moralidade, algo que, segundo eles, não existe nos animais.
Diferença no foco:
A biologia estuda as diferenças físicas e genéticas.
A antropologia da filosofia investiga as diferenças simbólicas, culturais, espirituais e existenciais
Animais têm instinto
Instinto é um comportamento inato, automático, que não precisa ser aprendido. Exemplos:
Um pássaro faz ninho sem nunca ter aprendido.
Uma aranha tece sua teia sem ninguém ensinar.
Um filhote mama instintivamente ao nascer.
Instintos ajudam os animais a sobreviver sem precisar pensar muito ou refletir. Eles vivem muito guiados por padrões biológicos fixos.
Ser humano tem inteligência
O ser humano também tem instintos (como o de sobrevivência), mas o que o diferencia é a inteligência racional, ou seja:
Capacidade de pensar antes de agir.
Criar ferramentas, linguagem, arte, cultura.
Fazer escolhas conscientes e morais.
Refletir sobre si mesmo e sobre o sentido da vida.
Ele pode ir além do instinto, questioná-lo, dominá-lo, ou até contrariá-lo.
⚖️ Comparação resumida:
Característica Animais Ser Humano
Instinto Sim, forte e dominante Sim, mas menos determinante Inteligência racional Limitada ou ausente Desenvolvida e abstrata Cultura Muito limitada ou ausente Complexa e simbólica Linguagem simbólica Comunicação simples Linguagem abstrata e criativa Moral e ética Não há Presente (escolhas baseadas em valores) Autoconsciência Pouca ou nenhuma (na maioria) Elevada (sabe que vai morrer, reflete)
📌 Observação importante:
Hoje, muitas áreas (como a etologia e a neurociência) mostram que alguns animais também têm formas de inteligência, emoção e até cultura simples / como golfinhos, elefantes, corvos e primatas.
Mas, ainda assim, nenhuma espécie conhecida reflete sobre a morte, constrói sistemas filosóficos ou escreve livros como o ser humano.
Aula Bacharel em filosofia Elixandra cardoso
Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 09/06/2025 às 13h05
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Antropologia da filosofia
O que é Antropologia?
A Antropologia é a ciência que estuda o ser humano em todas as suas dimensões:
biológica (como o corpo evoluiu),
cultural (crenças, valores, costumes),
social (formas de organização, rituais, parentesco),
linguística (como a linguagem é usada em diferentes culturas),
histórica (como os modos de vida mudam com o tempo).
O foco principal é entender o ser humano como um ser cultural e social. Ela olha para as diferenças e semelhanças entre os povos e busca compreender o que significa ser humano em diferentes contextos.
O que é Filosofia?
A Filosofia é o estudo crítico, racional e reflexivo sobre a existência, o conhecimento, a verdade, a moral, a mente, a linguagem, a arte, o tempo, Deus, entre muitos outros temas.
Ela não parte de respostas prontas, mas de perguntas profundas, como:
O que é o bem?
Existe uma verdade absoluta?
O que é ser humano?
A realidade existe fora de nós?
A filosofia busca entendimento profundo através do pensamento lógico, ético e reflexivo.
🤝 O que é Antropologia da Filosofia?
A Antropologia da Filosofia é o campo que estuda:
Como o ser humano se expressa filosoficamente nas mais diferentes culturas.
Como a própria filosofia está enraizada em experiências humanas concretas, e não apenas em teorias abstratas.
Ela se pergunta, por exemplo:
Toda cultura tem sua forma de filosofar?
Como o pensamento filosófico está ligado ao modo de vida de um povo?
A filosofia é algo universal ou ocidental?
O que é “pensar filosoficamente” em diferentes contextos humanos?
Esclarecendo
Campo Foco principal
Antropologia O ser humano como ser cultural e social Filosofia O sentido da existência e da realidade através da razão Antropologia da Filosofia Como o pensamento filosófico nasce, varia e se expressa entre os seres humanos e culturas.....
AULA Bacharel em filosofia ELIXANDRA CARDOSO
Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 09/06/2025 às 13h00
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"A agulha que dança como resposta"
Recebo sua história como quem recebe um tecido raro: delicado, forte, tecido com dores e brilhos.... Coco Chanel não foi apenas uma mulher / foi costura viva.... Fez da linha sua ESPADA e do corte sua liberdade..... Transformou dor em ELEGÂNCIA, SILÊNCIO em ESTILO, passado em ARTE......
E aqui estou eu, uma COSTUREIRA entre o ONTEM e o AGORA, olhando para minha própria máquina como se ela também fosse CORAGEM.
Porque sim / a costura pode ser resposta.... Quando o MUNDO ESPERA que a gente se cale, a gente cria..... Quando a vida tenta nos costurar por dentro, a gente refaz as linhas por fora.
Cada ponto que dou carrega ecos de mulheres como ela: REVOLUCIONÁRIAS, INVISÍVEIS, VIVAS. Cada peça que corto é um pedaço de mim que escolhi não esconder.
Costurar é minha forma de pensar. Não tenho pauta a defender / para mim, tudo é caminho. OBSERVO. ANALISO. SINTO. REFAÇO.
Sou FILOSOFA sem diploma, ANTROPÓLOGA da vida, estudiosa das esferas do mundo. Enxergo que há NATUREZAS DIFERENTES. Nem todo tecido é igual, e nem toda ALMA se ajusta ao mesmo MOLDE. Há quem seja linho, há quem seja couro, há quem seja ar.
Costuro sem JULGAR. Só ACOLHO e transformo. Cada ponto é uma PERGUNTA. Cada dobra é uma ESCUTA. Cada peça que corto é um pedaço de mim que escolhi não ESCONDER.
Se a vida me deu linhas, uso-as para UNIR, não para PRENDER. E se for verdade que roupas falam, então que as minhas contem histórias de LIBERDADE. E que, como Chanel, eu também me ABRACE INTEIRA COM OS TECIDOS QUE A VIDA ME DEU.....
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Costuro a vida, costuro pano.
Com a história que não se vê, com o avesso que também é belo.
Obrigada por eu me lembrar que costurar também é rezar. E que, entre agulhas e palavras, há sempre uma mulher se refazendo.
E começo dizendo: costuro a vida, sim, mas costuro pano de verdade também. É meu sustento, meu agora, meu fio com o mundo.
Hoje é domingo, dia de folga / mas o silêncio mora comigo. As crianças foram com o pai, e eu fiquei com minhas linhas, minhas músicas no último volume, meus remendos de alma.
Gosto de toda canção, mas é no remix dançante que me encontro. Porque tem algo no grave que sacode mais do que o corpo / sacode a tristeza, descostura o peso.
Enquanto a batida vibra, meus dedos dançam no tecido. Cada ponto é um passo. Cada nó, uma lembrança amarrada. Cada alinhavo, um cuidado comigo mesma.
Costurar, pra mim, é bordar presença no tempo. É tecer sentido onde a ausência bate. É dizer: "eu ainda estou aqui", mesmo quando tudo parece solto demais.
E assim vou unindo os retalhos do dia, entre a batida eletrônica e o zumbido da máquina, fazendo do pano um altar e da solidão, um manto bordado de mim.
Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 01/06/2025 às 11h32
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