Elixandra cardoso, costura pensamento

"Tecendo silêncios e sentidos entre fios e pensamentos"

Meu Diário
21/05/2025 14h45
A AGULHA E O VENTO: Rito da Sacerdotisa Loba Costureira

Rito simbólico iniciático metafórico  (mito)

 

Numa clareira 💥 que só aparece aos olhos

fechados, onde as folhas🌿 sussurram segredos antigos, caminhava a loba de véus escuros. Era noite e era ventre. Os galhos desenhavam runas no céu. Seus passos descalços pisavam a terra como quem borda o tempo com os pés.

 

Ela era costureira de silêncios e sacerdotisa de um templo sem paredes. No lugar do altar, um tear. No lugar do cálice, a agulha prateada.🪡Cada ponto era uma oferenda. Cada linha, um feitiço.

 

No centro do círculo de veludo / tecido com a própria noite / ela sentou. Seus olhos guardavam a memória das águas e dos gritos. Seus dedos, calejados do fio e do mundo, tocavam os panos como quem toca a alma do tempo.

 

Veio então o tecido cru: memória sem forma, sonho sem nome. A loba soprou palavras em línguas esquecidas, e o pano começou a gemer leve, como se ganhasse pele.

 "Aqui costuro o que foi arrancado."  murmurou.

 

Os fios vermelhos dançavam como serpentes. O suor de seu colo escorria como perfume, e o pescoço arqueado lembrava oferenda. Era um rito de sangue e seda, onde cada ponto penetrava o véu do visível e puxava o oculto por dentro da dobra.

 

Ela costurava o vestido da alma selvagem. Um manto de liberdade.

Cada ponto era também cicatriz. Cada nó, um portal.

 

No fim da noite  que era também iníciaçao vestiu o tecido sagrado e dançou....

Dançou com a lua nos seios, com o ventre em flor, com os olhos marejados de origens.

 

Ali, no ventre do mundo, a loba se fez sacerdotisa.

E a costureira, mulher inteira.

 

Ah…  já tens a alma de quem escreve ritos com o sangue das estrelas e o fio do tempo.

Virginiana que sonda o céu, loba que fareja silêncios, sacerdotisa que costura véus entre mundos.

 O rito é semente e chama. É bordado nas areias do Egito e sussurro na boca da noite....

 

 RITO  INICIAÇÃO SÍMBOLICO 

 

Rito da Sacerdotisa egípcia,Loba Costureira sob o Céu de Vênus

 

Realizado em noite clara, onde os astros se achegam ao teu espírito....

 

 Preparação do Espaço:

 

-> Acende uma vela de (pureza).

Uma azul (sabedoria).

Uma vermelha (vida da loba).

Traça com linha ou fita um pequeno círculo no chão / teu útero simbólico, tua oficina sagrada....útero que ampara vida.....e mistérios ocultos...

 

Invocação:

 

Com a mão sobre o ventre ou sobre o coração, diz:

 

-> “Neste corpo carrego os fios de mil costuras,

linhas de Egito, de estrelas, de silêncios.

Em mim habita a Virgem que analisa,

a Sacerdotisa que pressente,

a Loba que uiva à Lua em busca de sentido.

Venho me iniciar na minha própria inteireza.

Que minha luz não negue minha sombra,

que minha crítica não afogue meu sentir,

que o toque sutil seja mais forte que o controle."

 

 Rito do Fio:

 

Pega uma linha ou fita.

Com ela, simbolicamente costura o ar à tua frente, como se remendasse as partes de ti que andavam separadas.

 

 ->“Costuro agora minha noite com minha lucidez.

Costuro minha carne com meu espírito.

Costuro minha boca afiada com meu silêncio sábio.

Que venham..... quem vier/ me toque com domínio gentil, poesia na língua, com arte 

pois só danço onde há respeito e firmeza.”

 

Palavra de Encerramento:

 

 ->“Me reverencio,

como quem beija o próprio espelho.

Me iniciei no meu templo , onde sagrado superior me habita...

e nele sigo, entre véus e verdades.”

 

 

 

Música rito🎶🎶🎶🎶

Horizon 

F3DEN

 

É isso

 

 

 


Publicado por Elixandra(costura pensamento filosófico) em 21/05/2025 às 14h45
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20/05/2025 17h13
VERBO EM MIM: um FIO que não se cala.

VERBO EM MIM: um fio que não se cala (Crônica poética filosofica, com duas vozes) 

 

MEU DEDO ROÇA A TELA COMO QUEM PEDE LICENÇA PARA ENTRADA. ÀS VEZES NEM QUERO LER. O TÍTULO SOA RASO, POBRE, BANAL / MAS HÁ UM CHAMADO MUDO. ABRO. E O QUE ERA NADA SE ABRE EM TUDO. LETRAS QUE DEITAM SOBRE MEUS OLHOS E ACORDAM EM MIM UMA COISA ANTIGA. UM GOZO QUE NÃO É CARNE E, UM ÊXTASE QUE NÃO É MUNDO. É ALMA A. RASGO. TRANSBORDO.

 

ALI PERCEBO: EU VIM SERVIR AO VERBO. NÃO AO VERBO VESTIDO DE DOUTRINA, MAS ÀQUELE QUE SUSSURRA NAS ESFERAS OCULTAS DO MEU SER. QUE CANTA NA FOLHA CAÍDA, QUE ARDE NA LÁGRIMA SEM NOME. SOU LEITORA, SIM. MAS ÀS VEZES SOU MAIS: SOU COSTUREIRA DE SILÊNCIOS, LOBA DAS ENTRANHAS, SACERDOTISA DAS MARGENS.

 

ESCREVO COMENTÁRIOS COMO QUEM ACENDE INCENSOS EM REVERÊNCIAS AO VERBO ALI ESCRITO/ NÃO PARA ME MOSTRAR, NÃO PARA ME COROAR, MAS PARA AGRADECER O FOGO. A PALAVRA ( VERBO) ME DEVORA E EU A DEVOLVO. NÃO SOU RAINHA. SOU SERVA. UM PEDAÇO DE CARNE CONSCIENTE DO DIVINO QUE HÁ ATÉ NA DOR.....

 

E É POR ISSO QUE LEIO. PORQUE CADA TEXTO ME LEMBRA QUE ESTAMOS TODOS FERIDOS POR UMA SAUDADE. UMA SAUDADE SEM ROSTO, SEM ENDEREÇO. UMA SAUDADE QUE TALVEZ SEJA DE DEUS / NÃO O DEUS SENTADO EM TRONOS, MAS O DEUS QUE MORA EM TUDO. NA PEDRA, NA FEBRE, NO CAOS. NO OUTRO.......

 

A DOR QUE SINTO, O PESO QUE CARREGO / DESCOBRI / NÃO É SÓ MEU. É DE TODOS NÓS. E, AINDA ASSIM, CADA UM A VIVE COMO SE FOSSE ÚNICA (O). E TALVEZ SEJA. UM FRAGMENTO DA DOR PRIMORDIAL, A PERDA DE ALGO QUE NUNCA TIVEMOS, MAS SEMPRE FOMOS.....

 

FILOSOFIA ALGUMA EXPLICA. CIÊNCIA ALGUMA CURA. PORQUE É FERIDA DE ESPÍRITO. É SAUDADE DA UNIDADE....

 

ENTÃO SIGO. LENDO. ESCREVENDO. SERVINDO O VERBO QUE ME ATRAVESSA. CAMINHANDO COM A TRISTEZA COMO QUEM CARREGA UM FILHINHO NOS BRAÇOS. FRÁGIL, MAS VIVA. PORQUE MESMO DOENTE, ESTAMOS VIVOS (AS). E SE ESTAMOS VIVOS, AINDA É POSSÍVEL AMAR.

 

E AMAR, TALVEZ, SEJA LEMBRAR: SOMOS UM.......

 

Duas Vozes/ Poesias simbólica:

 

—| Resposta à Altura (Versão Viva do Verbo)

 

Teu comentário não me tocou apenas / ele me acordou.

Atravessou o tempo, os véus e os nomes.

Não importa quem....

há algo antigo que em mim se move quando me leem assim.....

 

Não é só sobre um texto / é sobre a alma que se despe,

e se deixa levar inteira nas esferas profundas....

Se meu jardim arde, não é por desejo raso.....

É porque sou feita de brasas de outras vidas,

e cada leitura certa é uma faísca espelho que me reacende.....

 

Quando me comentam com verdade, eu não leio: encarno.

Viva à cena.

Sirvo o verbo.

Visto-me de personagem, mas sou ser humano de emoções.

Meu corpo não se move, mas a alma se atira....

 

E meu comentário já não é meu 

é serviço prestado ao fogo, à memória,

à fantasia que costuro com minhas entranhas....

 

Não busco tapetes vermelhos.

Já tive palácios demais em sonhos que me exilaram....

Não quero ser rainha, nem coroa.

Prefiro ser loba.

Preferível o chão, onde sinto os cheiros e as feridas..... 

 

Aqui, nas margens, sou mais verdadeira.

Se minha escrita não te serve, me esquece.

Me bloqueia.

Volto quieta para o corredor do vazio.

 

Mas se te toca, então entenda:

não é elogio o que faço / é ritual.

Não é flerte / é oferenda.

Não quero tua resposta, quero tua presença inteira,

em cada palavra que lê como quem escuta

um eco do que fomos /

e talvez ainda sejamos. 

 

— || Resposta Silenciosa (Quando o Verbo Também Me Lê)

 

Li tua entrega e me calei.

Não por frieza,

mas porque há palavras que não se respondem 

se reverenciam.

 

Teu jardim não me chamou pelo perfume,

mas pelas raízes.

Senti teu verbo em mim

como se ele já vivesse aqui, antes mesmo de lido.

E nesse silêncio que me escorreu pela pele,

fui tua sem te tocar.

 

Não vim regar tua poesia com promessas,

nem colher o que floresce fácil.

Vim ouvir o que arde quieto,

o que grita no avesso das palavras.

 

Teu corpo não me chama 

mas tua missão, sim.

Te vejo costureira (o) de destinos,

loba (o) à beira do tempo,

sacerdotisa (e) da margem onde ninguém quer ficar,

mas onde a verdade mora.

 

Se meu comentário não chega,

é porque às vezes meu verbo também cansa.

Fico aqui, no escuro do corredor onde tudo ecoa,

te ouvindo.

Com os olhos.

Com os ossos.

Com carne.

 

Não te sigo por elogio /

te sigo porque tua dor parece irmã da minha.

E quando o verbo nos serve,

sabemos: não somos autores / somos altar. 

Não é apelo, é manifesto

 

Moral / A Saudade sem Nome

(reflexão final)

 

Esses versos e texto;podem ser entendidos de variáveis/ não falam de desejo entre corpos é desejo entre almas/ falam da saudade ancestral que carregamos dentro, da lembrança de um lugar onde fomos inteiros. Por trás de cada toque, de cada palavra trocada, há um grito velado: a vontade de voltar para o útero do sentido, para o encontro com algo ou alguém que nos devolva a nós mesmos através da letra..

 

 A fala não é sobre desejo carnal, nem de promessas sentimentais. Falam do reconhecimento de almas que se encontram através do verbo / da escrita como canal de algo muito maior que nós. São dois lados do mesmo espelho: uma oferece a palavra como entrega viva; a outra responde em silêncio, também oferecendo-se ao que foi despertado..

Essa troca não busca coroa, nem palco.

Não quer o centro / quer o sentido.

É a dança de dois que, talvez, já se cruzaram em outras vidas,

 

e agora se reencontram não pelo corpo, mas pela memória que vibra entre as letras linhas..

No fundo, somos todos leitores de uma saudade sem nome..

Servimos ao verbo como sacerdotes servem ao mistério..

Não escrevemos por vaidade, mas porque algo em nós pulsa demais /

e precisa sangrar bonito nas palavras..

 

Não se trata de amor carnal, mas de missão de servir..

De tocar e ser tocado sem possuir.

De costurar, com poesia, as partes que ainda doem em silêncio.

E seguir / mesmo que ninguém veja /

com a certeza de que há sentido até no que não termina em resposta..

 

A resposta que se busca no outro é, na verdade, a resposta que falta dentro. Por isso o jardim arde, por isso o corpo escreve, por isso a alma clama / porque estamos todos doentes de uma saudade que nem sabemos nomear. Saudade do lugar de onde viemos e para onde voltaremos quando tudo se apagar..

 

A poesia vira pretexto para essa travessia: entre a ausência e o pertencimento, entre a carne e o invisível. No fundo, ela diz: te procuro para me lembrar que existo, que sinto, que ainda há calor neste mundo frio. E talvez, só talvez, sejamos todos pedaços do mesmo verbo tentando se reconhecer nos olhos de um outro..

 

O texto "Verbo em mim: um fio que não se cala" tem a estrutura e a linguagem de uma crônica poética, com traços de ensaio lírico-filosófico. Poesias com estrutura com toque sutil sensual metafórica, com códigos subliminares inconscientes, fornecendo diversas interpretação conforme limitação...... 

 

"A leitura é guiada pelo olhar subjetivo de quem lê, sendo interpretada de formas diversas conforme suas crenças, limitações e experiências. Por isso, um mesmo texto pode conter múltiplos significados."

 

Musica 🎶🎶🎶 Rise(extended mix)

Linnic

Foi uma viagem de reverências

 

 

 

NAO É APELO É MANIFESTO......    

 

 

 

É isso

 

Elixandra ( costura pensamento)

 


Publicado por Elixandra(costura pensamento filosófico) em 20/05/2025 às 17h13
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
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17/05/2025 16h06
“VIVER OU ESPERAR?”.... toque nietzschiano

“Entre o Céu e o Instinto”

 

“O Corpo como Culpa”

 

“Viver ou Esperar?”

 

“O Pecado de Ser Humano”

 

À luz da filosofia de Friedrich Nietzsche.

 

“Porque enquanto se espera o céu, a vida vai escorrendo por entre os dedos…”

 

Para Nietzsche, esse é o grande problema da moral religiosa tradicional: ela faz com que o ser humano postergue a vida. Em vez de viver intensamente o presente, com seus prazeres, dores e desejos, as pessoas são ensinadas a viver esperando uma recompensa futura / o céu. É como se a vida agora fosse só um teste, uma preparação para algo melhor depois da morte.

 

>< Nietzsche dizia: essa espera é uma forma de negar a vida / e negar a vida, para ele, é a pior forma de decadência.

 

“Os desejos são reprimidos. O corpo, culpado.”

 

Aqui Nietzsche critica o modo como a tradição cristã (e outras religiões também) tratam o corpo e os instintos. Em vez de ver o desejo como algo natural, a religião muitas vezes o pinta como pecado. O prazer vira culpa. O corpo vira inimigo. Mas Nietzsche defendia exatamente o oposto: o corpo é a expressão da vida, e negar seus impulsos é negar o que somos de mais autêntico.

 

>< Ele dizia: “O corpo é uma grande razão. Há mais razão no seu corpo do que na sua melhor sabedoria.” (Assim Falou Zaratustra)

 

“A dúvida, pecado. Viver com intensidade, suspeito.”

 

A religião dogmática prega certezas absolutas. Dúvida é vista como fraqueza ou traição à fé. Mas Nietzsche valorizava a dúvida, o pensamento livre, a coragem de questionar. Para ele, o verdadeiro ser humano é aquele que se arrisca, se aventura, mesmo sem garantias. Viver intensamente é, na visão dele, um ato de coragem / não um desvio.

 

“O que é pulsante, vital, instintivo / tudo isso é rotulado como desvio.”

 

Aqui Nietzsche apontaria o problema central: tudo o que é natural, espontâneo, vital no ser humano é considerado perigoso, errado ou pecaminoso por certos sistemas religiosos. Isso leva ao que ele chama de niilismo: a perda de sentido, a negação da vida real em nome de um “deus” ou de uma “verdade” que não se pode tocar.

 

“Como se ser plenamente humano fosse uma falha.”

 

Essa frase ressoa com o que Nietzsche mais combateu: a ideia de que o ser humano precisa se encolher, se negar, se castigar para ser digno de algo maior. Ele acreditava que o ser humano deve ser afirmado, com toda sua força, contradição e intensidade. Ele propõe o ideal do "além-do-homem" (Übermensch): alguém que cria seus próprios valores, que assume seus desejos, que vive com potência / sem medo de ser quem é.

 

Resumindo:

 

Nietzsche acreditava que o medo de viver intensamente vem da moral religiosa que ensinou a ter vergonha dos instintos, medo do prazer, e culpa pelo desejo. Ele não queria destruir a espiritualidade, mas libertar o ser humano da prisão de um céu que exige negar a terra.....

 

Nietzsche não defendia um viver desenfreado, caótico ou irresponsável. Ele não era um defensor da “libertinagem” no sentido vulgar da palavra. A ideia de “viver intensamente” para ele não era se entregar a qualquer impulso sem consciência, mas afirmar a vida com lucidez, coragem e responsabilidade criativa.......

 

Nietzsche e os instintos: não repressão, mas transfiguração

 

Nietzsche reconhecia que os instintos fazem parte da nossa natureza / não devem ser negados, mas transformados. Ele via o ser humano como um artista de si mesmo: alguém capaz de pegar esses impulsos brutos e dar a eles uma forma elevada, criativa, significativa. Isso exige força interior, consciência e vontade.

 

>< Ele dizia que o ideal é sublimar os instintos, não suprimi-los nem se perder neles.

 

Por isso, o caminho nietzschiano não é repressão, nem entrega cega ao prazer. É uma espécie de educação da alma, em que se aprende a viver com profundidade, assumindo a própria natureza, mas criando a partir dela algo grandioso.

 

A vontade de potência, não de caos

 

A ideia central de Nietzsche é a vontade de potência / uma força criadora, que busca expansão, superação, não dominação de outros, mas domínio de si. Viver intensamente, para ele, é viver com plenitude e criatividade, e isso não é o mesmo que fazer tudo o que se quer, na hora que se quer.

 

>< Viver como obra de arte / eis o ideal nietzschiano.

 

Perigo da entrega cega

 

Nietzsche via com desconfiança tanto a repressão rígida quanto a entrega cega aos impulsos. Em ambos os casos, o indivíduo não está no controle / ou é controlado pela culpa, ou pelos desejos. Em ambos, falta consciência.

 

Conclusão

 

Nietzsche queria que o ser humano assumisse sua natureza, seus desejos, sua intensidade / mas com força, com forma, com criação. Não viver como animal irracional, mas como espírito livre que dá sentido à própria existência. É uma ética da autonomia, não do descontrole........

 

Moral pessoal: caminhando entre a filosofia e o autoconhecimento.....

 

Tenho caminhado por entre ideias, silêncios e inquietações. Em meio às imposições externas do que é certo ou errado, fui percebendo que a verdadeira moral talvez não esteja escrita em pedra, mas sim esboçada dentro de mim / em constante revisão. A filosofia me ofereceu perguntas. O autoconhecimento, espelhos. E entre uma reflexão e outra, comecei a entender que viver não é seguir um roteiro moral pronto, mas construir / com responsabilidade e consciência / uma ética própria, que respeite o que pulsa em mim. Não se trata de justificar impulsos, mas de acolhê-los, entendê-los, e transformar o viver em ato consciente. Estou aprendendo, enfim, que a moral pessoal não é negação da vida, mas escuta atenta do que ela tem a dizer.

 

Assunto em pesquisa sem conclusão...

 

É isso


Publicado por Elixandra(costura pensamento filosófico) em 17/05/2025 às 16h06
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16/05/2025 10h14
"Quando o Amor na Infância Liberta o Adulto"

"A Liberdade que Vem do Afeto: entre raízes e escolhas"

 

“É a velha história: nós, seres humanos, consciente ou inconscientemente, só queremos agradar pai e mãe, como uma forma de: agora você gosta de mim?”revela um aspecto profundo da psique humana, enraizado na infância e que ecoa ao longo da vida adulta.

 

Desde os primeiros anos de vida, nossa sobrevivência emocional e física depende dos pais ou figuras cuidadoras. O afeto, o olhar, o sorriso, o acolhimento / tudo isso são sinais de amor que a criança percebe como fundamentais. Quando esses sinais são dados de forma instável, condicional ou ausente, a criança aprende que precisa fazer algo para merecê-los. Assim nasce o padrão inconsciente de buscar aprovação: "Se eu for bom, se eu fizer certo, se eu agradar... então você vai me amar?"

 

Com o tempo, isso se desloca para outras figuras de autoridade, relacionamentos, trabalho / e a pergunta muda de forma, mas permanece:

"Agora você gosta de mim?"

 

Do ponto de vista da Psicanálise (como em Freud e Lacan), esse desejo de agradar os pais está ligado à formação do superego (a instância psíquica que representa as exigências internas do ideal de comportamento) e à busca do desejo do Outro / ou seja, queremos ser desejados, reconhecidos, amados. E muitas vezes, isso toma a forma de agradar, obedecer, se moldar.

 

No fundo, o desejo de agradar pai e mãe é a busca por um amor incondicional que talvez não tenha sido plenamente sentido. E enquanto isso não é olhado de forma consciente, a pessoa repete o padrão / tentando agradar o mundo todo / sempre na esperança de um dia ouvir: "Agora sim, eu gosto de você."

 

o conhecimento pode transformar

 

mas nem sempre basta para mudar imediatamente......

 

Quando um adulto se dá conta / por meio da psicanálise, da psicologia, da filosofia / de que passou a vida tentando agradar pai e mãe (ou figuras substitutas), esse insight é poderoso. Ele é como acender a luz em um quarto onde se tropeçava no escuro.

 

Mas aqui entra um ponto importante:

Saber não é o mesmo que sentir.

A mente consciente pode entender o padrão, mas o corpo e as emoções ainda o repetem. Por isso, a mudança exige processo, não apenas informação.

 

O que pode acontecer com esse conhecimento:

 

-> Conscientização: o adulto percebe que certos comportamentos (como se anular, tentar ser perfeito, buscar aprovação) não são escolhas livres, mas condicionamentos antigos.

 

 

-> Autocompaixão: ao entender de onde vem esse padrão, pode surgir menos culpa e mais compreensão de si.

 

 

-> Libertação progressiva: com o tempo, o adulto pode começar a agir de maneira mais autêntica, escolhendo caminhos que não estejam baseados no medo de rejeição.

 

 

-> Dor e luto: há uma dor nesse processo / o luto por perceber que talvez nunca tenha recebido o amor incondicional que tanto buscou. Mas há também um renascimento.

 

Conclusão:

 

O conhecimento não é a mudança, mas é o início da verdadeira transformação. Quando o adulto entende, ele ganha a chance de deixar de ser apenas um reflexo do passado para se tornar autor da própria vida....

________________________________________

 

 Afeto Absoluto 

 

Quando a pessoa recebeu afeto, segurança e validação emocional genuína na infância, ela tem muito mais chance de se tornar um adulto livre emocionalmente, ou seja:

 

Não vive para agradar o outro;

 

Confia em si mesma;

 

Não teme tanto a rejeição;

 

Faz escolhas com mais autenticidade.

 

Isso acontece porque o amor recebido na infância se transforma em base interna de segurança. A criança amada por quem é (e não pelo que faz) cresce sentindo que merece existir e ser amada / logo, não precisa provar isso o tempo todo.

 

Mas nem sempre isso garante liberdade emocional absoluta. Por quê?

 

.... Outros traumas da vida (escola, amizades, perdas, abusos) também podem marcar profundamente;

 

 

.... Sociedade, cultura e expectativas externas ainda influenciam a formação da identidade;

 

 

.... Mesmo com afeto, os pais podem transmitir valores rígidos ou expectativas sutis que afetam a liberdade do ser.

 

Resumo:

 

Quem foi bem amado na infância tem mais facilidade de ser um adulto livre, inteiro, espontâneo. Mas a liberdade verdadeira depende também da forma como a pessoa lida com o mundo, com suas dores e com o autoconhecimento. A infância é a raiz / mas o florescer depende de como a vida é cuidada depois.....

________________________________________

A verdadeira liberdade não está apenas em ter recebido amor na infância, mas em reconhecer quem somos para além do que esperavam de nós. Mesmo os que foram amados precisam se reencontrar. A jornada de ser livre passa por estudar a si mesmo, enfrentar as próprias sombras e deixar de viver para agradar / para, enfim, viver com verdade....

 

Estudos em andamento..

 

Elixandra Cardoso...........🥰🥰🥰🥰🥰🥰  

 

É isso....

 

 

 

 

 


Publicado por Elixandra(costura pensamento filosófico) em 16/05/2025 às 10h14
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15/05/2025 23h56
"Sêneca: A Serenidade em Meio ao Poder"

 

"Entre o Império e a Alma: A Jornada de Sêneca.Valor de uma Vida Inteira"

 

A história de Sêneca tem um fim triste e dramático. Lúcio Aneu Sêneca foi um importante filósofo estóico romano, além de político e escritor. Ele foi tutor e conselheiro do imperador Nero, e durante um tempo teve grande influência no governo....

 

Contudo, com o passar dos anos, Nero se tornou cada vez mais tirano e paranoico. Sêneca tentou se afastar da política, mas acabou sendo acusado de participar de uma conspiração contra o imperador (a chamada conspiração de Pisão), mesmo sem provas concretas.

 

Como punição, Nero ordenou que Sêneca tirasse a própria vida. Seguindo os princípios estóicos que pregava, Sêneca enfrentou a morte com dignidade. Ele tentou se matar cortando os pulsos, mas como o processo foi lento, também tomou veneno e foi colocado em um banho quente para acelerar a morte. Mesmo sofrendo, manteve a serenidade até o fim.

 

Seu fim trágico é visto como um símbolo da hipocrisia e crueldade do poder, mas também da força interior que a filosofia pode oferecer diante da injustiça e da morte.....

 

Breve Trajetória:

 

Sêneca escreveu uma série de cartas chamadas Cartas a Lucílio (ou Cartas a Lucílio sobre a Moral), endereçadas a seu amigo Lucílio Júnior, que era procurador da Sicília. Nessas cartas, Sêneca oferece conselhos filosóficos, práticos e espirituais sobre como viver uma vida virtuosa, serena e alinhada aos princípios do estoicismo.

 

Apesar de Sêneca escrever com tom de conselheiro, havia uma troca real de amizade e respeito. Ele tratava Lucílio como alguém em busca de sabedoria, e as cartas mostram uma preocupação genuína com o desenvolvimento interior do amigo / sempre incentivando a cultivar a tranquilidade da alma (tranquilitas animi), a coragem diante da adversidade e o domínio sobre as paixões.....

 

As cartas não são só conselhos; são também meditações pessoais de Sêneca sobre como viver com sabedoria num mundo cheio de incertezas. Mesmo com a vida política instável e o fim trágico que teve, ele defendia uma vida de serenidade construída a partir da razão e da virtude....

 

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Sêneca também escreveu a um amigo chamado Sérgio Sereno (Serenus em latim). Ele aparece em algumas obras importantes de Sêneca, especialmente nos diálogos:

 

_. "Sobre a Tranquilidade da Alma" (De Tranquillitate Animi) – é um diálogo em forma de carta endereçado a Sereno. Nela, Sêneca responde às dúvidas do amigo, que se sentia dividido entre a vida pública e a contemplativa, e sofria de instabilidade emocional. Sêneca o aconselha sobre como alcançar serenidade interior.

 

_. "Sobre a Constância do Sábio" (De Constantia Sapientis) – também dirigido a Sereno, trata da firmeza do sábio diante das ofensas e infortúnios.

 

Sereno era, segundo parece, uma figura real, provavelmente um jovem político ou administrador romano que admirava a filosofia estoica, mas sentia dificuldade em aplicar seus ensinamentos à vida prática. A relação entre Sêneca e Sereno é profundamente filosófica, mas também marcada por empatia e cuidado — Sêneca o trata como um amigo querido que busca equilíbrio em meio às pressões da vida.

 

Portanto, sim, havia um amigo com o nome Sereno, e o nome tem um belo simbolismo, já que Sêneca justamente o ajuda a buscar a serenidade.....

 

Moral da história:

Mesmo cercado pelo poder corrompido e pela violência do império, Sêneca viveu fiel ao que ensinava: a serenidade não nasce da ausência de dor, mas da coragem de manter-se íntegro diante dela. Em sua amizade com Sereno e outros, ofereceu conselhos não por interesse, mas como gesto de verdadeira caridade / o tipo de generosidade que nasce do espírito livre, e que busca apenas aliviar a inquietação alheia com sabedoria sincera. Assim, sua vida mostra que a filosofia vivida com honestidade pode ser um abrigo para o amigo e um escudo para a própria alma.

 

Sêneca defendia pautas muito alinhadas ao estoicismo, mas com um toque pessoal, mais humano e compassivo. Aqui estão algumas das principais ideias e valores que ele defendia:

 

A virtude como bem supremo

 

Sêneca acreditava que a única coisa verdadeiramente boa é a virtude, ou seja, viver de forma honesta, justa, corajosa e racional. Todas as outras coisas / riqueza, fama, poder, prazer / são indiferentes.

 

“Não é porque as coisas são difíceis que não ousamos, é porque não ousamos que elas são difíceis.”

 

A serenidade interior

 

Defendia que a paz da alma (tranquilitas animi) é alcançada pelo autoconhecimento, pela moderação dos desejos e pela aceitação do destino. A mente serena é aquela que não se perturba com as circunstâncias externas.

 

O tempo como bem mais precioso

 

Sêneca valorizava imensamente o tempo. Dizia que desperdiçamos a vida com futilidades e que devemos usá-la com sabedoria.

 

 “A vida é longa o bastante para se viver bem, se soubermos usá-la.”

 

A morte como parte natural da vida

 

Ele pregava uma aceitação tranquila da morte, vendo nela não um castigo, mas uma libertação. Para o sábio, a morte não é motivo de medo.

 

 A autossuficiência e a simplicidade

 

Sêneca, mesmo sendo rico, admirava e defendia uma vida simples. Acreditava que a verdadeira liberdade vem de não depender de prazeres ou posses.

 

A compaixão e o auxílio ao outro

 

Embora o estoicismo tradicional fosse mais frio, Sêneca dava ênfase à bondade, amizade e ajuda ao próximo. Ele via o consolo filosófico como um ato de generosidade / uma forma de caridade intelectual e moral.

 

 A amizade verdadeira

 

Para Sêneca, a amizade deve ser livre de interesses, baseada na confiança mútua e no amor pela virtude. Ele via os amigos como espelhos da alma e companheiros na jornada filosófica...

 

"Olho para os dias que vivi e vejo mais que erros ou acertos  vejo um caminho que me ensinou. Espelho-me não em quem eu queria ser, mas em quem fui com sinceridade, mesmo nas quedas. O passado não me prende, me revela. E é com esse reflexo honesto que sigo, mais leve, mais inteira."

 

Sigo estudando e aprendendo / pesquisa em andamento .....

 

Elixandra cardoso.....

 

É isso

 

 

 

 

 


Publicado por Elixandra(costura pensamento filosófico) em 15/05/2025 às 23h56
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