![]() 17/05/2025 16h06
“VIVER OU ESPERAR?”.... toque nietzschiano
“Entre o Céu e o Instinto”
“O Corpo como Culpa”
“Viver ou Esperar?”
“O Pecado de Ser Humano”
À luz da filosofia de Friedrich Nietzsche.
“Porque enquanto se espera o céu, a vida vai escorrendo por entre os dedos…”
Para Nietzsche, esse é o grande problema da moral religiosa tradicional: ela faz com que o ser humano postergue a vida. Em vez de viver intensamente o presente, com seus prazeres, dores e desejos, as pessoas são ensinadas a viver esperando uma recompensa futura / o céu. É como se a vida agora fosse só um teste, uma preparação para algo melhor depois da morte.
>< Nietzsche dizia: essa espera é uma forma de negar a vida / e negar a vida, para ele, é a pior forma de decadência.
“Os desejos são reprimidos. O corpo, culpado.”
Aqui Nietzsche critica o modo como a tradição cristã (e outras religiões também) tratam o corpo e os instintos. Em vez de ver o desejo como algo natural, a religião muitas vezes o pinta como pecado. O prazer vira culpa. O corpo vira inimigo. Mas Nietzsche defendia exatamente o oposto: o corpo é a expressão da vida, e negar seus impulsos é negar o que somos de mais autêntico.
>< Ele dizia: “O corpo é uma grande razão. Há mais razão no seu corpo do que na sua melhor sabedoria.” (Assim Falou Zaratustra)
“A dúvida, pecado. Viver com intensidade, suspeito.”
A religião dogmática prega certezas absolutas. Dúvida é vista como fraqueza ou traição à fé. Mas Nietzsche valorizava a dúvida, o pensamento livre, a coragem de questionar. Para ele, o verdadeiro ser humano é aquele que se arrisca, se aventura, mesmo sem garantias. Viver intensamente é, na visão dele, um ato de coragem / não um desvio.
“O que é pulsante, vital, instintivo / tudo isso é rotulado como desvio.”
Aqui Nietzsche apontaria o problema central: tudo o que é natural, espontâneo, vital no ser humano é considerado perigoso, errado ou pecaminoso por certos sistemas religiosos. Isso leva ao que ele chama de niilismo: a perda de sentido, a negação da vida real em nome de um “deus” ou de uma “verdade” que não se pode tocar.
“Como se ser plenamente humano fosse uma falha.”
Essa frase ressoa com o que Nietzsche mais combateu: a ideia de que o ser humano precisa se encolher, se negar, se castigar para ser digno de algo maior. Ele acreditava que o ser humano deve ser afirmado, com toda sua força, contradição e intensidade. Ele propõe o ideal do "além-do-homem" (Übermensch): alguém que cria seus próprios valores, que assume seus desejos, que vive com potência / sem medo de ser quem é.
Resumindo:
Nietzsche acreditava que o medo de viver intensamente vem da moral religiosa que ensinou a ter vergonha dos instintos, medo do prazer, e culpa pelo desejo. Ele não queria destruir a espiritualidade, mas libertar o ser humano da prisão de um céu que exige negar a terra.....
Nietzsche não defendia um viver desenfreado, caótico ou irresponsável. Ele não era um defensor da “libertinagem” no sentido vulgar da palavra. A ideia de “viver intensamente” para ele não era se entregar a qualquer impulso sem consciência, mas afirmar a vida com lucidez, coragem e responsabilidade criativa.......
Nietzsche e os instintos: não repressão, mas transfiguração
Nietzsche reconhecia que os instintos fazem parte da nossa natureza / não devem ser negados, mas transformados. Ele via o ser humano como um artista de si mesmo: alguém capaz de pegar esses impulsos brutos e dar a eles uma forma elevada, criativa, significativa. Isso exige força interior, consciência e vontade.
>< Ele dizia que o ideal é sublimar os instintos, não suprimi-los nem se perder neles.
Por isso, o caminho nietzschiano não é repressão, nem entrega cega ao prazer. É uma espécie de educação da alma, em que se aprende a viver com profundidade, assumindo a própria natureza, mas criando a partir dela algo grandioso.
A vontade de potência, não de caos
A ideia central de Nietzsche é a vontade de potência / uma força criadora, que busca expansão, superação, não dominação de outros, mas domínio de si. Viver intensamente, para ele, é viver com plenitude e criatividade, e isso não é o mesmo que fazer tudo o que se quer, na hora que se quer.
>< Viver como obra de arte / eis o ideal nietzschiano.
Perigo da entrega cega
Nietzsche via com desconfiança tanto a repressão rígida quanto a entrega cega aos impulsos. Em ambos os casos, o indivíduo não está no controle / ou é controlado pela culpa, ou pelos desejos. Em ambos, falta consciência.
Conclusão
Nietzsche queria que o ser humano assumisse sua natureza, seus desejos, sua intensidade / mas com força, com forma, com criação. Não viver como animal irracional, mas como espírito livre que dá sentido à própria existência. É uma ética da autonomia, não do descontrole........
Moral pessoal: caminhando entre a filosofia e o autoconhecimento.....
Tenho caminhado por entre ideias, silêncios e inquietações. Em meio às imposições externas do que é certo ou errado, fui percebendo que a verdadeira moral talvez não esteja escrita em pedra, mas sim esboçada dentro de mim / em constante revisão. A filosofia me ofereceu perguntas. O autoconhecimento, espelhos. E entre uma reflexão e outra, comecei a entender que viver não é seguir um roteiro moral pronto, mas construir / com responsabilidade e consciência / uma ética própria, que respeite o que pulsa em mim. Não se trata de justificar impulsos, mas de acolhê-los, entendê-los, e transformar o viver em ato consciente. Estou aprendendo, enfim, que a moral pessoal não é negação da vida, mas escuta atenta do que ela tem a dizer.
Assunto em pesquisa sem conclusão...
É isso Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 17/05/2025 às 16h06
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. 16/05/2025 10h14
"Quando o Amor na Infância Liberta o Adulto"
"A Liberdade que Vem do Afeto: entre raízes e escolhas"
“É a velha história: nós, seres humanos, consciente ou inconscientemente, só queremos agradar pai e mãe, como uma forma de: agora você gosta de mim?”revela um aspecto profundo da psique humana, enraizado na infância e que ecoa ao longo da vida adulta.
Desde os primeiros anos de vida, nossa sobrevivência emocional e física depende dos pais ou figuras cuidadoras. O afeto, o olhar, o sorriso, o acolhimento / tudo isso são sinais de amor que a criança percebe como fundamentais. Quando esses sinais são dados de forma instável, condicional ou ausente, a criança aprende que precisa fazer algo para merecê-los. Assim nasce o padrão inconsciente de buscar aprovação: "Se eu for bom, se eu fizer certo, se eu agradar... então você vai me amar?"
Com o tempo, isso se desloca para outras figuras de autoridade, relacionamentos, trabalho / e a pergunta muda de forma, mas permanece: "Agora você gosta de mim?"
Do ponto de vista da Psicanálise (como em Freud e Lacan), esse desejo de agradar os pais está ligado à formação do superego (a instância psíquica que representa as exigências internas do ideal de comportamento) e à busca do desejo do Outro / ou seja, queremos ser desejados, reconhecidos, amados. E muitas vezes, isso toma a forma de agradar, obedecer, se moldar.
No fundo, o desejo de agradar pai e mãe é a busca por um amor incondicional que talvez não tenha sido plenamente sentido. E enquanto isso não é olhado de forma consciente, a pessoa repete o padrão / tentando agradar o mundo todo / sempre na esperança de um dia ouvir: "Agora sim, eu gosto de você."
o conhecimento pode transformar
mas nem sempre basta para mudar imediatamente......
Quando um adulto se dá conta / por meio da psicanálise, da psicologia, da filosofia / de que passou a vida tentando agradar pai e mãe (ou figuras substitutas), esse insight é poderoso. Ele é como acender a luz em um quarto onde se tropeçava no escuro.
Mas aqui entra um ponto importante: Saber não é o mesmo que sentir. A mente consciente pode entender o padrão, mas o corpo e as emoções ainda o repetem. Por isso, a mudança exige processo, não apenas informação.
O que pode acontecer com esse conhecimento:
-> Conscientização: o adulto percebe que certos comportamentos (como se anular, tentar ser perfeito, buscar aprovação) não são escolhas livres, mas condicionamentos antigos.
-> Autocompaixão: ao entender de onde vem esse padrão, pode surgir menos culpa e mais compreensão de si.
-> Libertação progressiva: com o tempo, o adulto pode começar a agir de maneira mais autêntica, escolhendo caminhos que não estejam baseados no medo de rejeição.
-> Dor e luto: há uma dor nesse processo / o luto por perceber que talvez nunca tenha recebido o amor incondicional que tanto buscou. Mas há também um renascimento.
Conclusão:
O conhecimento não é a mudança, mas é o início da verdadeira transformação. Quando o adulto entende, ele ganha a chance de deixar de ser apenas um reflexo do passado para se tornar autor da própria vida.... ________________________________________
Afeto Absoluto
Quando a pessoa recebeu afeto, segurança e validação emocional genuína na infância, ela tem muito mais chance de se tornar um adulto livre emocionalmente, ou seja:
Não vive para agradar o outro;
Confia em si mesma;
Não teme tanto a rejeição;
Faz escolhas com mais autenticidade.
Isso acontece porque o amor recebido na infância se transforma em base interna de segurança. A criança amada por quem é (e não pelo que faz) cresce sentindo que merece existir e ser amada / logo, não precisa provar isso o tempo todo.
Mas nem sempre isso garante liberdade emocional absoluta. Por quê?
.... Outros traumas da vida (escola, amizades, perdas, abusos) também podem marcar profundamente;
.... Sociedade, cultura e expectativas externas ainda influenciam a formação da identidade;
.... Mesmo com afeto, os pais podem transmitir valores rígidos ou expectativas sutis que afetam a liberdade do ser.
Resumo:
Quem foi bem amado na infância tem mais facilidade de ser um adulto livre, inteiro, espontâneo. Mas a liberdade verdadeira depende também da forma como a pessoa lida com o mundo, com suas dores e com o autoconhecimento. A infância é a raiz / mas o florescer depende de como a vida é cuidada depois..... ________________________________________ A verdadeira liberdade não está apenas em ter recebido amor na infância, mas em reconhecer quem somos para além do que esperavam de nós. Mesmo os que foram amados precisam se reencontrar. A jornada de ser livre passa por estudar a si mesmo, enfrentar as próprias sombras e deixar de viver para agradar / para, enfim, viver com verdade....
Estudos em andamento..
Elixandra Cardoso...........🥰🥰🥰🥰🥰🥰
É isso....
Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 16/05/2025 às 10h14
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. 15/05/2025 23h56
"Sêneca: A Serenidade em Meio ao Poder"
"Entre o Império e a Alma: A Jornada de Sêneca.Valor de uma Vida Inteira"
A história de Sêneca tem um fim triste e dramático. Lúcio Aneu Sêneca foi um importante filósofo estóico romano, além de político e escritor. Ele foi tutor e conselheiro do imperador Nero, e durante um tempo teve grande influência no governo....
Contudo, com o passar dos anos, Nero se tornou cada vez mais tirano e paranoico. Sêneca tentou se afastar da política, mas acabou sendo acusado de participar de uma conspiração contra o imperador (a chamada conspiração de Pisão), mesmo sem provas concretas.
Como punição, Nero ordenou que Sêneca tirasse a própria vida. Seguindo os princípios estóicos que pregava, Sêneca enfrentou a morte com dignidade. Ele tentou se matar cortando os pulsos, mas como o processo foi lento, também tomou veneno e foi colocado em um banho quente para acelerar a morte. Mesmo sofrendo, manteve a serenidade até o fim.
Seu fim trágico é visto como um símbolo da hipocrisia e crueldade do poder, mas também da força interior que a filosofia pode oferecer diante da injustiça e da morte.....
Breve Trajetória:
Sêneca escreveu uma série de cartas chamadas Cartas a Lucílio (ou Cartas a Lucílio sobre a Moral), endereçadas a seu amigo Lucílio Júnior, que era procurador da Sicília. Nessas cartas, Sêneca oferece conselhos filosóficos, práticos e espirituais sobre como viver uma vida virtuosa, serena e alinhada aos princípios do estoicismo.
Apesar de Sêneca escrever com tom de conselheiro, havia uma troca real de amizade e respeito. Ele tratava Lucílio como alguém em busca de sabedoria, e as cartas mostram uma preocupação genuína com o desenvolvimento interior do amigo / sempre incentivando a cultivar a tranquilidade da alma (tranquilitas animi), a coragem diante da adversidade e o domínio sobre as paixões.....
As cartas não são só conselhos; são também meditações pessoais de Sêneca sobre como viver com sabedoria num mundo cheio de incertezas. Mesmo com a vida política instável e o fim trágico que teve, ele defendia uma vida de serenidade construída a partir da razão e da virtude....
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Sêneca também escreveu a um amigo chamado Sérgio Sereno (Serenus em latim). Ele aparece em algumas obras importantes de Sêneca, especialmente nos diálogos:
_. "Sobre a Tranquilidade da Alma" (De Tranquillitate Animi) – é um diálogo em forma de carta endereçado a Sereno. Nela, Sêneca responde às dúvidas do amigo, que se sentia dividido entre a vida pública e a contemplativa, e sofria de instabilidade emocional. Sêneca o aconselha sobre como alcançar serenidade interior.
_. "Sobre a Constância do Sábio" (De Constantia Sapientis) – também dirigido a Sereno, trata da firmeza do sábio diante das ofensas e infortúnios.
Sereno era, segundo parece, uma figura real, provavelmente um jovem político ou administrador romano que admirava a filosofia estoica, mas sentia dificuldade em aplicar seus ensinamentos à vida prática. A relação entre Sêneca e Sereno é profundamente filosófica, mas também marcada por empatia e cuidado — Sêneca o trata como um amigo querido que busca equilíbrio em meio às pressões da vida.
Portanto, sim, havia um amigo com o nome Sereno, e o nome tem um belo simbolismo, já que Sêneca justamente o ajuda a buscar a serenidade.....
Moral da história: Mesmo cercado pelo poder corrompido e pela violência do império, Sêneca viveu fiel ao que ensinava: a serenidade não nasce da ausência de dor, mas da coragem de manter-se íntegro diante dela. Em sua amizade com Sereno e outros, ofereceu conselhos não por interesse, mas como gesto de verdadeira caridade / o tipo de generosidade que nasce do espírito livre, e que busca apenas aliviar a inquietação alheia com sabedoria sincera. Assim, sua vida mostra que a filosofia vivida com honestidade pode ser um abrigo para o amigo e um escudo para a própria alma.
Sêneca defendia pautas muito alinhadas ao estoicismo, mas com um toque pessoal, mais humano e compassivo. Aqui estão algumas das principais ideias e valores que ele defendia:
A virtude como bem supremo
Sêneca acreditava que a única coisa verdadeiramente boa é a virtude, ou seja, viver de forma honesta, justa, corajosa e racional. Todas as outras coisas / riqueza, fama, poder, prazer / são indiferentes.
“Não é porque as coisas são difíceis que não ousamos, é porque não ousamos que elas são difíceis.”
A serenidade interior
Defendia que a paz da alma (tranquilitas animi) é alcançada pelo autoconhecimento, pela moderação dos desejos e pela aceitação do destino. A mente serena é aquela que não se perturba com as circunstâncias externas.
O tempo como bem mais precioso
Sêneca valorizava imensamente o tempo. Dizia que desperdiçamos a vida com futilidades e que devemos usá-la com sabedoria.
“A vida é longa o bastante para se viver bem, se soubermos usá-la.”
A morte como parte natural da vida
Ele pregava uma aceitação tranquila da morte, vendo nela não um castigo, mas uma libertação. Para o sábio, a morte não é motivo de medo.
A autossuficiência e a simplicidade
Sêneca, mesmo sendo rico, admirava e defendia uma vida simples. Acreditava que a verdadeira liberdade vem de não depender de prazeres ou posses.
A compaixão e o auxílio ao outro
Embora o estoicismo tradicional fosse mais frio, Sêneca dava ênfase à bondade, amizade e ajuda ao próximo. Ele via o consolo filosófico como um ato de generosidade / uma forma de caridade intelectual e moral.
A amizade verdadeira
Para Sêneca, a amizade deve ser livre de interesses, baseada na confiança mútua e no amor pela virtude. Ele via os amigos como espelhos da alma e companheiros na jornada filosófica...
"Olho para os dias que vivi e vejo mais que erros ou acertos vejo um caminho que me ensinou. Espelho-me não em quem eu queria ser, mas em quem fui com sinceridade, mesmo nas quedas. O passado não me prende, me revela. E é com esse reflexo honesto que sigo, mais leve, mais inteira."
Sigo estudando e aprendendo / pesquisa em andamento .....
Elixandra cardoso.....
É isso
Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 15/05/2025 às 23h56
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. 11/05/2025 21h24
"Ensaio Poético-Filosófico Sobre a Ilusão da Vida em Despertar do eu"
"Devaneios de um Livro Ilusão" ( bem vindo ao caos )
Há momentos em que a vida parece não ser vivida, mas apenas lida // como se cada passo dado fosse uma linha já escrita por mãos invisíveis. Um livro dividido em duas fases. A primeira, bruta, impulsiva, dominada pelo desejo de possuir, impressionar, fugir. Uma fase onde a existência se guia pela fome: de toque, de validação, de controle. Nela, o roteiro parece seguir por si só, como se não houvesse autoria......
Mas então, sem anúncio, começa a segunda parte. Não como uma nova página virada, mas como quem, enfim, acorda no meio da leitura. E ao olhar para trás, vê que cada escolha, cada dor, cada crença foi moldada por vozes antigas, por lembranças herdadas, por sonhos emprestados. E então surge a pergunta: quem viveu até aqui? Um eu verdadeiro, ou apenas um personagem moldado?
A vida, nesse ponto, revela sua natureza: não uma mentira, mas uma ilusão com um propósito // o de empurrar o ser humano rumo à verdade. E é aí que o papel de leitor se transforma. A caneta é tomada em mãos.
Nesse instante, muda-se o lugar. De espectador da própria existência, torna-se autor. De criatura reativa, passa-se a ser aquele que observa seus próprios instintos. A ilusão, então, não desaparece // apenas dança junto, revelando, por trás do véu, a essência que sempre esteve ali.
Talvez viver de verdade não signifique eliminar a ilusão, mas sim reconhecê-la.... e dançar com ela até que mostre o caminho de volta para casa...
E assim, segue-se escrevendo....
E sigo costurando a página......
ᕮᒪƗ᙭ᗩᘉÐᖇᗩ ᑕᗩᖇÐ〇ᔕ〇: a vida como um "livro de duas fases", uma espécie de ilusão sentida, como se fosse uma "escrita ilusória"
ᕮᒪƗ᙭ᗩᘉÐᖇᗩ ᑕᗩᖇÐ〇ᔕ〇: Vida como narrativa
Pensar a vida como um “livro” é uma metáfora poderosa. Um livro tem capítulos, personagens, enredos // e muitas vezes, nós mesmos somos os autores inconscientes dessa história. As “duas fases” podem ser:
Fase 1: A vivência inconsciente, onde apenas reagimos às circunstâncias.
Fase 2: O despertar, quando percebemos que estávamos vivendo numa espécie de "ilusão" // construindo uma história baseada em crenças, memórias e sentimentos que tomamos por reais.
A ilusão do “eu”
O que você sente como “ilusão” pode estar relacionado à percepção de que aquilo que chamamos de “eu” ou “vida” é algo construído // por emoções, pensamentos, linguagem, cultura. Em várias tradições filosóficas (como o budismo), essa construção é chamada de maya, a ilusão da existência individual como separada e sólida.
Sentir a ilusão
Você não está apenas pensando que é uma ilusão // você sente isso. E esse é um ponto central. Quando o sentir entra na experiência da vida como ilusão, pode nascer aí:
Uma crise existencial, Um despertar espiritual,
Ou uma vontade de entender a realidade por trás da narrativa.
"Escrita ilusória"
Talvez você sinta que a vida é como algo já escrito / como se você estivesse apenas "atuando" algo predeterminado, ou que os eventos acontecem como se fossem roteiros sem sentido real. Isso pode indicar uma busca por autenticidade: viver algo que não pareça roteirizado, mas vivo, presente, espontâneo.
ᕮᒪƗ᙭ᗩᘉÐᖇᗩ ᑕᗩᖇÐ〇ᔕ〇: "A vida não é uma ilusão ><>< é a ilusão que revela a verdade aos que se atrevem a ver as duas fases do livro: primeiro como feras famintas, movidas apenas pelo desejo de saciar seus próprios devaneios; depois, como olhos que finalmente enxergam o que nunca foi dito."
......Você tem vivido como autor da sua história, ou apenas virado páginas escritas por outros?
...... Em que fase do livro da sua vida você está: na ilusão faminta ou no despertar silencioso?
...... Será que a verdade está mesmo em descobrir o sentido da vida / ou em perceber quem é você fora do roteiro?
.............ᕮᒪƗ᙭ᗩᘉÐᖇᗩ ᑕᗩᖇÐ〇ᔕ〇............
Se o tema te cutucar, comenta.
Solta teu complemento filosófico-poético, amplia comigo a costura desse ensaio poético-filosófico-reflexivo......
Se não cutucar, tudo bem: tua passada por aqui já deixou rastro.....
Mas ó......... vai mesmo sair sem ao menos fechar esse parêntese?
Assunto pesquisado.......estudo em andamento......
É isso.......
Elixandra ( costura pensamento)
Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 11/05/2025 às 21h24
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. 10/05/2025 15h09
"Eleuteronomia Autonomia: A Arte de Ser Lei para Si"
O termo "eleuteronomia" é pouco comum na filosofia, mas pode ser entendido etimologicamente e filosoficamente a partir de suas raízes gregas:
eleutheros (ἐλεύθερος): significa "livre", "liberdade"
nomos (νόμος): significa "lei", "norma", "regra"
o sufixo -ia indica qualidade, condição ou estado
Portanto, eleuteronomia pode ser interpretada como a condição de agir segundo uma lei livremente escolhida / ou seja, autonomia verdadeira, onde a liberdade não é ausência de lei, mas a obediência a uma norma que o próprio sujeito reconhece como legítima.
Na filosofia moral:
A ideia se aproxima muito da noção de autonomia kantiana: agir moralmente é seguir uma lei que a própria razão reconhece como universal, e não por impulsos, desejos ou imposições externas. A liberdade, nesse caso, é auto-legislação racional.
Em termos mais amplos:
Eleuteronomia pode ser vista como uma síntese entre liberdade e ordem // um estado em que o indivíduo ou uma sociedade vive segundo leis que respeitam e promovem a liberdade genuína...
Liberdade com regras?
De fato, parece contraditório dizer que há liberdade com regras. Mas há uma distinção crucial que filósofos como Kant, Rousseau e até mesmo os estoicos fazem: liberdade não é fazer tudo o que se quer, mas agir conforme a razão, aquilo que é bom, justo ou harmonioso — mesmo que isso envolva limites.
Explorar:
>> Liberdade como ausência de restrições externas (liberdade negativa): Aqui, o indivíduo é livre quando ninguém o impede de fazer o que quer. Mas isso pode levar ao caos ou à tirania do mais forte.
>> Liberdade como autodeterminação racional (liberdade positiva ou eleuteronomia): Nesse caso, você não é escravo dos seus impulsos, nem das opiniões dos outros. Você escolhe agir de acordo com princípios que reconhece como bons. Não é uma obediência cega à regra // é uma escolha consciente por algo mais elevado.
Exemplo:
Você tem o impulso de gritar com alguém por raiva, mas escolhe respirar fundo e dialogar. Você se reprimiu? Talvez. Mas agiu livremente? Sim, porque foi você quem escolheu a ação com base em valores e não no impulso.
Então, a ideia central é: Ser livre não é fazer tudo, mas poder escolher não ser escravo de si mesmo....
Capitação:
Eleuteronomia pode ser entendida como um autopoliciamento consciente e voluntário, não por medo ou repressão externa, mas por respeito a si mesmo e aos valores que se reconhece como justos.
Esse "policiamento" não é autoritário, mas libertador, porque vem de dentro:
Não é o outro que me obriga,
Sou eu que escolho seguir algo maior do que meus impulsos imediatos,
Porque compreendo que isso me faz mais inteiro, mais digno, mais livre.
Exemplo filosófico:
Para Epicteto, um dos grandes estoicos:
> “Nenhuma pessoa é livre se não é senhora de si mesma.”
Isso mostra que a verdadeira liberdade exige um certo domínio interno // que é exatamente o que a eleuteronomia propõe: agir segundo uma ordem que não me oprime, mas me fortalece.....
Quando desobedece a eleuteronomia?
Quando você não escuta ou desobedece a eleuteronomia, você age contra a sua própria consciência, razão ou valor interno. E isso, filosoficamente, gera um conflito interno // uma espécie de divisão do eu.
><>< Você perde a liberdade interior Ao seguir impulsos cegos, desejos momentâneos ou pressões externas, você deixa de ser o autor da sua ação. É como se estivesse sendo conduzido por algo fora de si mesmo (mesmo que esse "algo" venha de dentro, como um impulso não refletido).
><>< Surge a culpa ou arrependimento Muitas vezes, depois de agir assim, vem o sentimento de que “não era bem isso que eu queria”. Isso acontece porque você violou a sua própria norma interna / e não uma regra imposta.
><>< Você se afasta de quem você gostaria de ser A eleuteronomia está ligada à coerência com seus próprios valores. Ignorá-la é se desconectar da sua própria integridade.
Em termos existenciais (como diria Sartre):
Você pode até tentar fugir da responsabilidade, mas isso não te livra do peso da escolha. “Estamos condenados à liberdade”, ele dizia // ou seja, mesmo quando escolhemos não escolher, ainda estamos escolhendo.
Resumo:
Não ouvir a eleuteronomia não é pecado / é humano. Mas cada vez que isso acontece, você se afasta um pouco de si mesmo. Escutá-la é um esforço constante de alinhamento entre ação e essência....
eleuteronomia interna com a ordem externa (social, jurídica, política).
Internamente: você se desconecta da sua própria consciência e razão.
Externamente: ao quebrar regras sociais ou jurídicas, você entra em conflito com o Estado, que atua como o guardião da ordem comum.
Por que isso acontece?
O Estado moderno (desde Hobbes, Rousseau, Locke) foi construído com base na ideia de um "contrato social":
Todos abrem mão de certas liberdades para viver sob leis comuns.
Essas leis são, idealmente, uma extensão da razão coletiva // ou seja, deveriam refletir um tipo de eleuteronomia compartilhada.
Quando alguém quebra essas regras externas:
Ele está rompendo o contrato com os outros,
E o Estado responde com penalidades, como forma de restaurar a ordem e proteger o coletivo.
>><< A ausência de eleuteronomia individual pode gerar crime; o crime, por sua vez, aciona a força do Estado.
Mas há um ponto importante:
Se o Estado não representa a razão, mas sim opressão, a rebeldia pode ser um ato ético (como em movimentos de resistência civil). Nesse caso, o indivíduo pode seguir sua própria eleuteronomia contra leis injustas // como fizeram Sócrates, Gandhi, Martin Luther King.
Conclusão:
Você está certo: romper com a eleuteronomia pode ter consequências internas (culpa, arrependimento) e externas (pena, repressão). Mas também há casos em que manter a eleuteronomia exige desobedecer ao mundo // e pagar o preço por isso.
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Autonomia
Vem do grego auto (si mesmo) + nomos (lei):
> Autonomia é a capacidade de dar a si mesmo a própria lei.
É um conceito mais amplo e muito utilizado na ética e na política. Por exemplo:
Em Kant, é agir segundo leis que a razão reconhece como universais.
Em debates modernos, é usada para falar da liberdade individual: fazer escolhas, tomar decisões, ser responsável por si mesmo.
Eleuteronomia
Vem de eleutheros (livre) + nomos (lei):
>> Eleuteronomia é viver segundo uma lei livremente escolhida pela própria razão.
É uma forma mais refinada e ética da autonomia, pois:
Preserva a liberdade,
Mas recusa a arbitrariedade ou o egoísmo.
Envolve uma liberdade comprometida com a ordem racional (ou moral pessoal)
Diferença em resumo:
Conceito Ênfase principal Exemplo simplificado
Autonomia Capacidade de escolher por si "Eu escolho minhas próprias regras." Eleuteronomia Liberdade em agir segundo razão/moral "Escolho o que é justo, mesmo que doa."
Autonomia pode virar capricho ou rebeldia. Eleuteronomia é a autonomia com consciência ética // é liberdade com raiz.
podem e devem ser usadas com equilíbrio // isso, inclusive, é o ideal.
Veja como elas se complementam:
Autonomia te dá o direito de fazer escolhas por conta própria.
Eleuteronomia te ajuda a escolher com sabedoria e consciência ética.
Ou seja:
> Autonomia é a potência da liberdade. Eleuteronomia é a direção da liberdade.
Quando há equilíbrio entre as duas:
Você não vive como um rebelde sem causa (puro desejo ou oposição),
Nem como um servo da moral externa (seguindo regras só por medo ou costume),
Mas como alguém livre e íntegro, que escolhe por si, com base na razão e no bem que reconhece.
Exemplo prático:
Autonomia: "Tenho o direito de falar o que penso."
Eleuteronomia: "Mas escolho falar de modo que respeite e construa, não destrua."
Moral pessoal como liberdade consciente (eleuteronomia autonomia)
Moral pessoal: é o conjunto de valores, princípios e critérios que adoto de forma íntima e autêntica para guiar minhas ações.
Não vem da pressão externa (como leis ou dogmas), mas da razão, reflexão e experiência....
Isso é a essência da eleuteronomia: agir livremente segundo uma norma escolhida por si mesmo // não por impulso, mas por convicção.
Entender diferença entre liberdade e moral pessoal:
>< Liberdade (negativa): “Faço o que quero.” pode virar egoísmo, caos ou vazio.
Moral pessoal (eleuteronomia): “Faço o que reconheço como certo, mesmo quando ninguém está olhando.”
> "Minha moral pessoal é uma forma de liberdade consciente, em que escolho viver segundo princípios que reconheço como bons e justos, mesmo que isso me imponha limites. Não sigo por medo ou obrigação, mas por coerência com quem eu sou e com quem eu quero ser...
Essa moral é autônoma, racional e reflexiva, mas também aberta à revisão e ao amadurecimento // porque o sujeito livre está sempre em construção.
Esse equilíbrio é o que muitos filósofos chamam de liberdade ética ou liberdade madura nem repressão, nem libertinagem.
Assunto pesquisado, estudos em andamento de forma dinâmica.......
Elixandra Cardoso ............
Publicado por Elixandra (costura pensamento filosófico) em 10/05/2025 às 15h09
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
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